2008/11/11

TEIMOSIAS!...

Nº 2
EDITORIAl

Manuel Alegre

Confesso que me chocou profundamente a inflexibilidade da Ministra e o modo como se referiu à manifestação, por ela considerada como forma de intimidação ou chantagem, numa linguagem imprópria de um titular da pasta da educação e incompatível com uma cultura democrática.

- A minha opinião a respeito deste candente assunto: Estamos em face duma questiúncula desnecessária, empolada por jogadas orientadas politicamente, o que é profundamente lamentável, já que se trata de encontrar-mos, com sentido nacional, o melhor caminho para o Ensino em Portugal.
Os critérios de avaliação dos professores não são os melhores?
- O Governo e os Professores (não os Sindicatos) que encontrem forma de se entenderem. É imperioso. E todos sabemos que a melhor solução raramente é consensual. Entre pessoas instruídas será assim tão difícil?...
Só faço um apelo muito simples: estão em causa os nossos jovens! São estes desbragados exemplos que nós lhes queremos transmitir?
Teimosia da Ministra!
Teimosia dos Sindicatos!
Haja senso!...
- ADITAMENTO -
12-11-2008
Já li e ouvi algumas opiniões sobre esta questão, que propõem, pura e simplesmente, que se interrompa todo o processo de avaliação dos professores em curso. Que se demita imediatamente a Ministra da Educação. Que se entregue o estudo ponderado e sem timing apressado a pessoas e instituições verdadeiramente vocacionadas para a formação de professores e organização do Ensino.
Ou seja, se se quer apaziguar o ambiente tresloucado que se vive no Ensino - e a maior parte de nós concordará - o melhor seria voltarmos à estaca zero e recomeçar tudo de novo. Não é possível levar a cabo uma reforma coerente nas actuais circunstâncias e ambiente de exaltação emocional generalizado a que se chegou. Está-se a atingir o limite do admissível numa sociedade minimamente organizada. Influenciados por todo este ambiente de contestação às directrizes emanadas do Ministério da Educação, até os alunos do Secundário (a maior parte nem sequer sendo capazes de discernir das motivações para integrarem as manifestações) se estão a dar ao luxo de arremessar ovos contra os representantes do Governo de Portugal. Que indisciplina é esta? As Escolas já não têm capacidade para impor a devida ordem nos seus alunos?
Será que este folhetim de cordel vai continuar durante muito mais tempo?!...

7 comentários:

Alda M. Maia disse...

Inteiramente de acordo.
Um abraço
Alda

Zé Povinho disse...

Um processo inquinado à partida, porque não é pela imposição que se lá chega, nem tão pouco tentando intimidar. A ministra escolheu mal a via e agora não há volta dar-lhe. Sabe-se que Sócrates não a irá demitir, mas ela já não vai conseguir nada que seja consensual e o recuo também já não é opção.
Abraço do Zé

Anónimo disse...

Os professores deviam entender que tudo está em permanente mutação. É urgente que as pessoas se esforcem para se adaptarem a uma nova realidade, trabalhando no sentido de evoluírem, valorizando-se como profissionais e como indivíduos! A área do ensino é sobremaneira a mais delicada, pelo menos no meu entender... Não nos devemos esquecer...NUNCA, que a sua "matéria-prima", se assim me é permitido dizer, são seres humanos em formação!Um professor que não é assíduo, que se atrasa, ou que não tem uma postura correcta, nas mais diversas actividades curriculares, etc, transmite sem disso se aperceber, um terrível e mau exemplo às crianças e jovens que vivem uma idade em que é premente a existência de modelos.Um dia destes, os alunos decidem recusar-se a prestar provas para o ingresso no ensino superior, aludindo que têm que estudar muito para se prepararem e isso dá muito trabalho, no fundo assiste-lhe esse direito, tendo em conta, os exemplos que lhe são dados.

Serões da Inês disse...

Olá António,
estou de acordo consigo e digo mais uma coisa; tudo isto só está a acontecer por causa do sindicato. Concordo com a avaliação dos professores, se até os funcionários públicos são avaliados não vejo mal nenhum. Quanto aos jovens, realmente está a perder-se o controlo. Por coincidência, ou não, o meu Pai ligou-me à pouquinho a dizer que quando fosse almoçar, não passa-se à porta das escolas, pois está a haver neste momento uma manifestação de alunos que estão simplesmente a atirar pedras aos carros estacionados e que passam.
Desejo-lhe um óptimo fim-de-semana.
Há, já me esquecia, eu sou Nunes por casamento...
Inês

Anónimo disse...

Enquanto tivermos governantes inflexiveis que não conseguem ouvir os apelos e distinguir o que está bem ou mal as coisas não vão melhorar.Começo a recear por este caos.Abraço

Anónimo disse...

Enquanto o ministério da educação,sindicatos e restantes representantes de ambas as partes não se resolverá nada o que é pena,e depois de ouvir o sr M. Nogueira dizer que não á cedências, duvido que chegue a algum acordo, isso faz - se cedendo as duas partes e não só uma, penso eu, mas quem sou eu para avaliar a real situação, sei é que é mau para os alunos em primeiro lugar, para educação, e para o País.

a d´almeida nunes disse...

Caros amigos

Este asunto continua e, pelos vistos, continuará durante muito mais tempo, na ordem do dia.
Já não sei o que dizer. Por um lado toda a gente concorda com a avaliação do desempenho dos professores. Por outro ninguém se entende quanto à forma de se levar a cabo essa missão.
Foi uma pena o Ministério da Educação não ter conseguido encontrar um processo menos burocrático e tecnocrático de organizar este procedimento.
E, para culminar, os exércitos em confronto, os professores e os seus sindicatos e o Ministério e o Governo, já se entrincheiraram de tal modo que não sabemos qual virá a ser o desfecho desta contenda.
Lamentável!...
(É que há mais profissões com avaliação de desempenho, com dezenas de milhares de profissionais e praticamente ninguém dá por isso. E se essas avaliações são duras para os avaliados!...)
António