A Rua Ramalho Ortigão, na zona de Vale de Lobos (LEIRIA), há dois anos atrás. Toda esta zona era uma área arborizada, com choupos, carvalhos, sobreiros, etc. ... Uma Reserva Ecológica, que se deveria preservar. As Árvores eram centenárias e gozavam de boa saúde ,segundo consegui observar.
Porque não investir algum dinheiro para a preservar?
Eis o aspecto da mesma rua, hoje. Toda aquela zona verde de Vale de Lobos está a ser devastada para ser transformada em prédios e arruamentos.
Ainda não tive acesso ao plano de urbanização em curso.
A verdade nua e crua, porém, é que não foi poupada uma das centenas de árvores que existiam naquele local. Perturbante... Nem sequer meia dúzia de Quercus Robur, porte altivo e frondoso no Verão, ficaram de pé.
Dá-se o caso de eu, na altura em que tirei a fotografia acima, ter recolhido um espécime, ainda a desabrochar da bolota e o ter plantado no meu jardim/quintal. Tenho 63 anos de idade. Já não serei um dos usufrutuários das suas belas folhas e da sombra acolhedora das tardes escaldantes de Verão! Mas pode ser que outras gerações venham a tirar partido dessa árvore. Se resistir às alterações climatéricas cada vez mais visíveis à medida que o Homem se vai auto-destruindo conjuntamente com a barbárie que vem cometendo contra a Natureza!...
Esta perspectiva retrata o que é hoje o Largo Cónego Maia (*), em pleno Centro de Leiria. Repare-se nos choupos. Ao lado estão alguns acers.
Saibam os leitores (alguns hão-de lembrar-se da polémica que se gerou aquando da requalificação deste Largo de Leiria.) que estava previsto o abate puro e simples destes dois choupos, que seriam substituídos por acers.
Após muita discussão e pressão sobre a Câmara Municipal de Leiria, com ameaças de habitantes que se oporiam fisicamente ao abate daquelas árvores, lá se conseguiu que aqueles dois populus nigra fossem poupados à barbárie cega dos projectistas urbanistas do moderno, mesmo à custa da preservação da história e do património duma cidade tão antiga como Leiria.
Valeu a pena lutar pelo ambiente e preservação do património público, não acham?
Ampliando-se esta imagem-texto, pode ficar-se com uma ideia do seu conteúdo, como excerto duma peça de teatro alusiva ao tema dos Parques de lazer e das árvores citadinas. O que vem mesmo a propósito do Dia que estamos a comemorar hoje:
O Dia Mundial do Teatro.
O Dia Mundial do Teatro.
Trata-se de "Árvores, Verdes Árvores", uma peça de teatro e uma fábula de intenções evidentes. Destinada ao palco a à leitura, escrita para crianças e para adultos, o "recado" que ela contém a todos nós diz respeito, seres da Natureza que somos, quer árvores quer homens, persistentes aliados na defesa urgente de um espaço natural, onde o respirar não seja um direito de difícil conquista.Aqui as árvores falam e quem lhes deu voz, o dramaturgo Jaime Salazar Sampaio (também engenheiro silvicultor), aliou-as a muitas outras vozes, algumas bem identificáveis ao longo da intriga, mas que serão no somatório, as de todos os leitores/espectadores desta peça de flagrante actualidade.
- Personagens: Engenheiro, Construtor Civil, Bombeiro, Mulher-à_procura-de-uma-folha-de-louro, Ele e Ela (casal de certa idade), Génio da Floresta, Dois corredores, 1ª Árvore (Olaia), 2ª Árvore (Loureiro), 3ª Árvore (Faia).
Plátano editora, SARL - 1980 (A sua actualidade é cada vez mais evidente).- Personagens: Engenheiro, Construtor Civil, Bombeiro, Mulher-à_procura-de-uma-folha-de-louro, Ele e Ela (casal de certa idade), Génio da Floresta, Dois corredores, 1ª Árvore (Olaia), 2ª Árvore (Loureiro), 3ª Árvore (Faia).
Uma actuação firme e urgente de todos nós, impõe-se, no sentido da protecção das Árvores, dos Largos, dos Parques das cidades e de espaços verdes com dimensões adequadas.
Há que pugnar pelo equilíbrio indispensável para retomarmos alguma alegria de viver no interior dos espaços urbanos. Que não sejam só para dormir...ou para grandes superfícies comerciais ou urbanísticas descaracterizadoras da matriz de cada uma das nossas cidades...
-
(*) Observe-se como era este Largo em Julho de 2008.
http://dentrodetioleiria.blogspot.com/2009/07/centro-de-leiria-em-29-2-2008.html
Há que pugnar pelo equilíbrio indispensável para retomarmos alguma alegria de viver no interior dos espaços urbanos. Que não sejam só para dormir...ou para grandes superfícies comerciais ou urbanísticas descaracterizadoras da matriz de cada uma das nossas cidades...
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(*) Observe-se como era este Largo em Julho de 2008.
http://dentrodetioleiria.blogspot.com/2009/07/centro-de-leiria-em-29-2-2008.html
4 comentários:
Amigo,por incrível que pareça, estou com um texto pronto para postar e com tamática semelhante.
Eis o que escutei de gente ávida por derrubar uma árvore num condomínio próximo de casa:
***
Estavam todos preocupados!
- Ela é perigosa...
- Ela está num local impróprio...
- Ela pode amassar um carro se um galho cair...
- Tem um enxame de abelhas...
- Ela pode matar alguém...
- Cuidado com ela!
Por fim, começou a derrubada. A árvore já não seria mais o perigo para as pessoas.
Ela veio abaixo, e também seu mundo...
Interessante tema a marcar o dia do teatro. É uma temática que tem que que ser preocupação do homem. O progresso para abate de árvores não é progresso porque tudo tem a sua medida. Veja-se a beleza desses desses choupos no Largo Cónego Maia, numa requalificação que ficou muito bonita. Bom Domingo. António
Alguém já disse:
Um dia, hão-de ver que o dinheiro não é comida, não é bebida, não dá sombra à terra, pessoas e animais. Um dia hão-de chorar mas será tarde. As dores de um parto muito doloroso dará início a uma forma nova de estar.
Sérgio
Fátima
Não nos podemos descuidar um bocadinho que seja.
Ao mínimo pretexto, a árvore é imediatamente abatida.
Irracional, que o Homem é!
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