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Lembram-se destes dísticos? Há cerca de um ano (esta foto é de Maio de 2009, andava eu entretido a fotografar uma olaia, a árvore da foto) o Ministério das Finanças estava envolvido numa campanha maciça para apelar aos cidadãos que pedissem facturas das suas compras de bens e serviços. O resultado não tem sido muito famoso até porque a maior parte das pessoas não precisa da factura para nada. Não podem deduzir no IRS (uma percentagem pequenina que fosse) pelo que não sentem a necessidade de obter esse precioso documento.
E como em Portugal não há a cultura de se passar a factura das vendas sem que o comprador as peça expressa e antecipadamente, uma grande parte das vendas de retalho (pelo menos) não é contabilizada. A partir daqui, o que é que se passa? O comprador paga o IVA mas este acaba por não entrar nos cofres do Estado. O IRC também é afectado porque incide sobre os lucros das empresas e este, como se sabe, depende fundamentalmente da contabilização ou não das vendas.
Entretanto, a Factura do Ministério das Finanças aí está!...
Aproveitando a estada do PAPA em Portugal o Governo implementou um conjunto de medidas de aumento de impostos para fazer face à grave situação deficitária do Orçamento do Estado. Dentre essas medidas está o aumento em 1% de todas as taxas do IVA. Das restantes, talvez a mais significativa vai ser o aumento das taxas do IRS em 1 e 1,5% consoante os rendimentos mensais não atinjam os 2.300 Euros ou os ultrapassem.
Temos assim que, agora mais do que nunca, já que temos que pagar mais IVA, todos nós devemos cumprir a rigor a obrigação cívica de exigir a Factura das nossas compras. É que, como facilmente se depreende, pagamos mais a pretexto do aumento das taxas do IVA e este acaba por não entrar nos cofres do Estado se não houver controlo sobre quem o liquida e cobra, que são os vendedores e prestadores de serviços.
Que cada um de nós faça a sua parte e havemos de sair desta maldita crise que nos traz a todos de cabeça à nora.
Mas temos que exigir, com a força da nossa cidadania, uma coisa sacramental: Não podemos tolerar mais nem a fuga aos impostos nem dinheiro público mal gasto!
9 comentários:
Olá amigo Nunes.
Falas bem e correctamente.
Há recibos que nunca me dão. O padeiro, O peixeiro e outras coisas em "eiro" mas também penso que não é significativo, pois são cinco pãesinhos por semana.
O mais grave é o desperdício que fazem com os dinheiros públicos.
Repara que acabam de arranjar uma estrada com um tapete novo depois na semana seguinte vão esburacar tudo para passar canos, fios e não sei o que mais. Isto é o que mais se vê.
Depois as comissões e ordenados fabulosos a gestores públicos.
Esse despesismo nunca acaba porque há compadrio......
Vi ao meu blogue tenho uma coisinha para ti hih
Estou completamente de acordo. Eu geralmente peço factura. Os restaurantes que frequento já sabem disso e já raramente fazem a pergunta idiota mas generalizada a todo o comércio: "Quer factura?" (quando a fazem). Mas chateia-me quando vou a um restaurante pela primeira vez e me fazem cara de parvos quando lhes peço factura no final. Imagino que deva ser dos poucos que a pedem. Mas se nós não pedimos e se as finanças não fiscalizam... não vamos longe...
Essa foto é em Leiria, certo!? Junto ao Centro Comercial D. Dinis, se nao me engano...pelo menos parece.
Todos nos estamos poucos acostumados a pedir factura seja do que for, mas tambem alguns empresarios fazem mesmo questao de fugir a isso.
Com estes aumentos do IVA acredito que cada vez mais se vai criar o culto da fuga à factura...a ver vamos.
Boa tarde, António
Relativamente às facturas, há tempos, na Itália, tornaram obrigatório, no comércio e para qualquer serviço prestado (não sei se esta regra ainda é válida), a entrega da respectiva factura. O cliente desprovido desse recibo era passível de sanções: o comerciante, por exemplo, não me passava recibo, eu não o pedia, se entrava a fiscalização e mo pedisse, seria imediatamente multada.
Não acha que seria uma boa medida?
As recomendações ficam sempre no vazio das boas normas que ninguém acata.
Um abraço
Alda
Sabem que mais...? A coisa está preta!
Poie é Alda, aqui também deveria acontecer o mesmo. Mas como só funcionamos a "toque de caixa" tem que haver um fiscal ao canto de cada esquina para nos sentirmos na necessidade de cumprir um dever tão básico e de nosso próprio interesse como é o de pedir a factura.
Uma questão de cultura e de deixarmos de ser burros.
Um abraço
António
De pequenos actos e pequenos gestos cívicos construímos uma melhor sociedade. Pedir factura é sem dúvida um deles pois contribui para o financiamento do Estado.
Por mais relutância que as pessoas têm em pagar impostos não hesitam em exigir serviços de qualidade do Estado. Uma coisa não pode existir sem a outra.
Nós, os cidadãos cá estamos para pagar impostos e fazer a nossa parte, mas também devemos saber estar em sociedade ungidos do espírito cívico e participativo.
Mas isso não passa só por pagar impostos, passa por estar informado e envolvido com o poder local e não abdicar do direito de voto na altura em todas as eleições.
Impostos que nos acompanham desde o nascimento à morte onde não há lugar para os "convalescentes". Alegram-se os papalvos com os milhões que erigiram estádios de pobreza, essas capelas onde a vaidade politica saíu com "procissões" que ostentaram a cultura de um povo.
Os pobres de espirito serão sempre pobres não vêm que têm o "rebanho" à guarda dos lobos, e se mudam de lobo um destes dias já não há "rebanho".Restam só os "porcos".
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