2011/08/25

Lourais - caixa de correio e os castanheiros do Abílio...ah a tropa também vem à baila


Já aqui vivo há uma data de anos!
Só agora é que reparei na originalidade desta caixa do correio! 
E - coisas que acontecem mesmo aos mais atentos - só dei por esta singularidade, ao ver a fotografia no Picasa!

Passei por aqui porque fui fotografar uns castanheiros que costumo observar da varanda. Andava, há que tempos, para os fotografar mais ao pé.

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Não tarda nada aí temos, novamente, as castanhas assadas e a água- pé!...

Estes castanheiros são do meu vizinho Abílio. Estivemos, na mesma altura, de 1969 a 1971, na tropa. Encontrámo-nos, por acaso, no Hospital Militar em Nampula, onde eu fui parar na sequência de um acidente de automóvel, do qual resultou eu ter ficado inconsciente durante quase um dia. O Abílio era enfermeiro. 
Já em Leiria, volta e meia, encontrávamo-nos por aí. 
Descobrimos, há dias, que somos vizinhos! Sinais dos tempos modernos! Olhámos um para o outro num estabelecimento de materiais para a agricultura, aqui nas redondezas, e reconhecêmo-nos.
- Ena, ena, não me reconheces?
- Ena pá, como estamos velhos!...
-

Eu, por exemplo, era assim quando andava na fase de treino militar para a Guerra que travávamos nas ex-colónias do Ultramar.


Éramos cerca de 24. Constituíamos o 2º pelotão da Companhia, que ia começar os três meses de especialidade militar, depois de termos passado o Verão (Julho a Setembro de 1968) na EPI - Escola Prática de Infantaria, no Convento e tapada de Mafra (era quase tudo nosso). A nossa especialidade era Administração Militar. Parece que a bandalheira naquela área da tropa era por demais. De modo que os que estavam a ser seleccionados, naquele momento, era só malta com formação académica nas áreas da Economia e de Finanças. Acabámos todos por ser mobilizados para Moçambique. Também lá foi parar o nosso muito "querido e adorado" cap. Valério.
A foto que agora vos mostro tem a sua história. É assim:
Na secretaria da EPAM (Escola Prática de Administração Militar, ao Lumiar, na altura) dizem-nos, assim à última da hora, que temos que entregar com urgência, duas fotos tipo passe, fardados com a farda de cadetes (nós, que éramos milicianos, lá tínhamos essa farda!?). Vai daí aparece, já nem me lembro de onde, uma camisa branca, um casaco da ordem e do estilo e um boné a condizer.
Magros ou gordos, todos lá conseguimos tirar a foto enfiados naquela medida de roupa. 
Foi um desassossego!...  
@as-nunes


Posted by Picasa

4 comentários:

Catarina disse...

Conversa puxa conversa e temos uma caixa de correio, alguns pinheiros e o amigo da tropa que é vizinho!
Há com cada coincidência! : )))
Essa da farda é gira! Por falta de outro adjetivo mais apropriado.
Abraço! : )

a d´almeida nunes disse...

Entretanto, aí pela América do Norte, andam às voltas com o "Irene". Não deve chegar ao Canadá, mas parece que anda bruto.

É como diz, Catarina, quando nos pomos a conversar (mesmo que com o computador, o blogue e os eventuais passantes) as palavras são como as cerejas. Umas a seguir às outras e a encadearem-se, a encadearem-se...

A minha geração fez coisas giras e também do arco da velha. Como é que nós aguentámos aquilo tudo?
Começar a trabalhar cedo, casar cedo, ter filhos cedo, ir para a guerra, andar por terras do fim do mundo, regressar, revolução...

Um abraço, voltaremos a este assunto, nunca acaba enquanto formos vivos.

António

Catarina disse...

A geração atual vive na casa dos pais até tarde (aqui a tendência era, e, de certo modo, ainda é arrendarem ou comprarem o seu próprio apartamento e tornarem-se independentes a partir dos vintes e poucos) - já na Europa não é bem assim - , casam tarde e tem filhos tarde.
O Irene está a preocupar muitas populações. Se chegar a Nova Iorque como estão a prever, Toronto vai sentir o seu impacto.
Abraço.

Unknown disse...

Bom dia
Então anda a ficar distraído de coisas assim bonitas e com estilo...né..pá...

Reencontros de amigos de guerra são algo que cada dia se torna mais raro.
Hoje muitos não me reconhecem nem eu os reconheço.
Fisicamente mudámos.
Apenas guardamos as amizades que se conservam vivas.