Quem, no outono de 2012, sai da Marinha Grande a caminho de S. Pedro de Moel...
Quem está na rotunda antes de subir para o Sítio da Nazaré e olha, num fim de tarde de outono, para o mar...
ODE À PAZ
Pela verdade, pelo riso,
pela luz, e pela beleza,
Pelas aves que voam no
olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento,
pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho,
pela música, pela dança,
Pela branda melodia do
rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo
azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego dos pastos,
Pela exactidão das rosas,
pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam
dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são
verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade,
pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de
suaves outonos,
Pela futura manhã dos
grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e
fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a
quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a
torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te
invoco ó benigna,
Ó Santa, ó talismã contra
a indústria feroz.
Com tuas mãos que abatem
as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da
bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
……………………………….. Deixa passar
a Vida!
Natália Correia
1989
(Vai-se dizer poesia
e falar da poetisa,
na biblioteca municipal
de Alcanena,
sábado que vem)
(Vai-se dizer poesia
e falar da poetisa,
na biblioteca municipal
de Alcanena,
sábado que vem)
6 comentários:
Ah! Essas cores outonais portuguesas!
Do poema tb gostei.
Apetece Natália Correia com um poema de louvor à Vida!
Se não estivesse comprometida com uma ida a Santarém a um Forum até que dava um salto a Alcanena, a sede do meu concelho...de origem!
Boa sessão!
Abraço
Eu gosto de Natália Correia. Muito.
E gostei das fotos.
Um abraço e bom fim de semana
E que dizer deste outro poema de Natália Correia?:
POEMA INVOLUNTÁRIO
Decididamente a palavra
quer entrar no poema e dispõe
com caligráfica raiva
do que o poeta no poema põe.
Entretanto o poema subsiste
informal em teus olhos talvez
mas perdido se em precisa palavra
significas o que vês.
Virtualmente teus cabelos sabem
se espalhando avencas no travesseiro
que se eu digo prodigiosos cabelos
as insólitas flores que se abrem
não têm sua cor nem seu cheiro.
Finalmente vejo-te e sei que o mar
o pinheiro a nuvem valem a pena
e é assim que sem poetizar
se faz a si mesmo o poema.
Chove...
Bendita chuva!
Precisamos de respirar um pouco da grande força de Natália, para enfrentarmos esta guerrilha permanente em que se transformou a nossa vida!
E como a beleza nos ajuda!
Abraço vizinho
In
Google+
Florbela M21:17
Belos registos fotográficos e bonito poema. Resto de um
bom fim-de-semana.
António Nunes21:31Editar
Obrigado Florbela pela visita.
Bom fim de semana, também.
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