2013/06/23

Falar às aves

Uma singela legenda quero aqui deixar sob esta fotografia de hoje: andorinhas, acabadas de ser lançadas à vida, os progenitores por ali perto esvoaçavam, elas empoleiradas sem qualquer desconfiança no mundo...serenamente, ao longo do fio duma antena (G5RV, um simples dipolo, multi-banda) do sistema irradiante da minha estação de rádio-amador. Com esta antena consigo transmitir para todo o planeta em onda curta (dos 10 aos 80 metros, mesmo em 160 m de comprimento de onda).
Talvez que a paz do piar destas andorinhas se possa propagar por todo o planeta! 
Talvez que chegue ao coração dos homens que julgam que mandam nos outros!
Talvez que o poema abaixo possa ter um título mais suave do que aquele que o seu autor lhe deu:
"Para um epitáfio".

Eu esquecer-me ia do mote original e diria, antes e tão só (mas o poema não foi escrito por mim):

Ele amava as aves,

e com elas se perdia
em longos passeios cor de areia.
Esperava-as de passagem junto às árvores,
ao pé dos rios,
e depois,
como se fosse verdade,
alçava os braços

e voava.

mas eu não sou
Carlos Lopes Pires
Falar às aves
ed. 1993

@as-nunes

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