2025/08/25

Poema de Carlos Lopes Pires para os amigos. O momento é de saudade. O Luís deixou-nos...


Carlos Lopes Pires publicou, no seu Facebook, nesta data, neste verbete (afixo, como diz Manuel Frias Martins) um belíssimo e sentido poema. O endereço é para os amigos, mas, nesta data, nós olhamos instintivamente para o nosso comum amigo Luís Vieira da Mota.
Em novembro de 2024 juntámo-nos cá em casa, na Carvalhinha - Lourais, e jantámos opiparamente, repasto organizado e executado pela Zaida. 
Foi um momento extraordinário de convívio entre amigos que - no que me diz respeito - há mais de uma década se vinha fortalecendo.
Infelizmente, Luís Vieira da Mota (lado direito da foto) morreu no passado dia 12 de agosto.
Reproduzo o texto do "post" de Carlos Pires:


gosto de definir amizade como o sentimento de existência partilhada. sendo a existência de cada pessoa, um acontecimento único e incomunicável, há algo de prodigioso na amizade, e que é a partilha dessa existência. a maioria das coisas deste mundo é feita de simulacros, em que todos, mais ou menos, temos de colaborar. mas nos amigos não há simulacros.

falo por mim

os amigos
fazem-me falta

não me importam
as suas distrações

ou o hábito
que alguns têm
de olhar os pássaros

gosto de me sentar
com eles em silêncio

e ouvi-los cantar 



 

2025/08/20

Encontro de irmãos (nunes & companhia) em 2 agosto de 2025

 


E lá fomos até à zona do Porto, base em Leça do Balio. Estamos em agosto e fomos almoçar ao restaurante ao pé do memorial do desembarque das tropas liberais em 1863. 
Da direita para a esquerda: Nuno, António, Vitor e Mário.
Encontramo-nos, em princípio, de 3 em 3 meses. Infelizmente não temos conseguido cumprir esta periodicidade a rigor. Mas o convívio que conseguimos manter ao longo dos anos não podia ser melhor. Saudável e uma forma extraordinária de nos acompanharmos nesta fase da nossa velhice. 
(Quer dizer, o Nuno ainda está nos 60... os outros já são septuagenários e o que está em pé já chegou aos 78 e é o seguindo logo a seguir à Zaida).
O António e o Vitor são irmãos, mas o Nuno e o Mário também, por casamento e amizade de família. Estamos a conseguir formar um grupo coeso. 
Tudo em nome do amor, da famíla... da amizade...


 

2025/08/06

Escrever e reparar com atenção redobrada na obra literária de Luís Vieira da Mota

 


Já escrevo crónicas mensais para o semanário "notícias de colmeias" desde 2014. Por vezes com alguma dificuldade de gestão de tempo pelo que nem sempre a sua qualidade é a que mais me agrade. Mas cá me vou esforçando. Demais o seu Director e Fundador, pessoa jovem e  que muito estimo tem sido incansável nos seus estímulos para que eu não me deixe ficar pelo caminho. 
Este fragmento que agora apresento refere-se ao meu último "trabalho" e nele pretendo falar sobre o meu amigo de longa data, Luís Vieira da Mota e mui digno escritor. Com vasta obra publicada e muitas crónicas e contos avulsos que por aí vai deixando nas redes sociais. Esperemos que venha a recuperar da doença que o apoquenta e que, no imediato, publique essas crónicas...


Este livro de contos foi editado em 2000 pela Ed. Presença. É um dos que tenho na minha biblioteca. Coisa estranha, só agora é que me decidi a lê-lo, de fio a pavio. Abri-o, ontem, que não sabia do seu paradeiro. Bem o procurei quando escrevi a crónica acima. Coisa estranha mas já vista mais vezes. Tenho os livros de Luís Vieira da Mota na minha biblioteca, na prateleira ESC-1, mesmo ao lado dos livros de Carlos Lopes Pires, Manuel Frias Martins, Maria João Cantinho, Joaquim Jorge, Cândido Ferreira, Joaquim Pires Bento e outros. Este, por falta de espaço nessa prateleira, estava deitado, em cima dos outros. Não estava a reparar nele!!!! 

***

Entretanto, Luís Vieira da Mota faleceu no Hospital de Leiria, já depois desta publicação. Como é do conhecimento público.




2025/08/04

Uma tertúlia à volta do livro de Carlos Lopes Pires, "a aldeia com nomes de gatos"

Fui passar o fim de semana com os meus irmãos e respectivos cônjuges ao Porto, mais propriamente, base assente em Ponte de Lima, uma casa mais que santuário, da Sildina e do Mário. E por ali andámos,  conversámos muito, rimos, quase que chorámos... comemos e bebemos até mais não. 

Contra o calor desta época (30 e tal graus C) tivemos a piscina dos anfitriões... Foram dois dias extraordinários... Ficámos na esperança de que estes encontros serão para continuar...
estamos a ficar velhos mas nem pensamos nisso (senão às vezes, mas agarramo-nos à fé). 
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No Sábado, em Leiria, teve lugar uma tertúlia em redor do recente livro de Carlos Lopes Pires "a aldeia com nomes de gatos", ed. Hora de Ler, 2025. Não consegui ser ubíquo... apesar de ter estudado a fundo essa possibilidade...
ontem, em são pedro de moel, numa organização de "folhas platónicas", estive numa tertúlia em redor do meu mais recente livro. a graça sampaio fez uma introdução ao livro e houve uma conversa com as pessoas presentes. algumas já conhecia, a maioria não. houve algumas perguntas (a mim) difíceis. não porque não soubesse responder, mas porque há situações em que responder exige muito tempo e a consideração de múltiplos aspectos. então é preferível ficar quase calado. quando alguém, por exemplo, diz que eu sou crente (teísta), ou que sou panteísta, que posso eu dizer? os meus poemas não falam desse assunto. há um poema, não publicado, que termina assim: "os meus poemas/falam com todos/os lugares". não consigo explicar-me melhor do que dizem os meus poemas. quando a carolina santorino disse que a minha poesia é, igualmente, filosofia, que podia eu dizer, senão o quase nada que disse? se fosse filósofo não escrevia poemas. mas, claro, os poemas são sobre a existência. mas não é a filosofia sobre a existência? creio que sim, e creio que tudo o que advém dos seres humanos é respeitante à existência. mas é que a poesia é outra coisa. esta outra coisa é o que a coloca no sítio dos prodígios
há um poema, publicado, em que escrevi:
um dia saber-se-á
que a minha poesia
era outra coisa
como outra
era a rosa
que nela havia
...
mas o mais importante, aquilo que reputo de mais importante, é ter sentido que os meus poemas foram percebidos como integrando uma poética do bem. só por isso, que é tanto para mim, estou mais que grato por termos coincidido neste tempo de existência.
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(No FB de Carlos Lopes Pires - 2 agosto de 2025)