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2011/01/08

Reflexões sobre Portugal

Na quinta-feira passada, na Rádio Batalha, 104.8 Mhz, estive à conversa com Soares Duarte, realizador do programa «Ideias e conversas», das 15h às 18h. O tema foi o incontornável assunto de qual o estado actual da Nação portuguesa e de como enfrentar a crise em que estamos envolvidos
Dei por este livro precisamente na véspera do programa. Claro que, pela oportunidade do tema e do momento, comprei-o sem hesitação. Além do mais, desta forma acabei por colaborar com o BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME, já que os Direitos de Autor deste livro revertem para esta instituição de mérito reconhecido na sua actuação em prol da sociedade, ajudando a combater os efeitos da fome que por aí grassa. Quantas vezes ainda encapotada, já que vivemos um período que podemos considerar na fase transitória entre o desperdício e a pobreza efectiva.

Li todos os artigos de opinião que constam desta colectânea. Fica-se siderado com a maior parte das reflexões das personalidades convidadas.
A conclusão inquestionável que se acaba por tirar é a de que há que encontrar rapidamente uma solução para os problemas que afligem a sociedade portuguesa e, no limite, uma reformulação do actual modelo de desenvolvimento e crescimento. Seja no que respeita a Portugal seja no que se refere a todo o Planeta.

A verdade é que o Homem, independemtemente da sua localização geográfica e até da cultura em que está integrado, vive hoje em dia, momentos de grande indefinição e indecisões no rumo a traçar no sentido duma vida digna, equilibrada e equitativa.

Muito sinceramente, ao lerem-se estas 50 reflexões, fica-se com a sensação de que, de facto estamos a viver momentos muito difíceis, mas não há unanimidade nem sequer determinação nos caminhos a seguir com vista a se encontrarem soluções.

Mesmo assim, deixo aqui uma síntese do que de mais oportuno devemos ter em conta:

1- Há 50 anos, os economistas marxistas denunciavam a exploração do Terceiro Mundo pelas economias do Ocidente e classificavam como troca desigual o comércio internacional. Hoje, assistimos pacificamente à destruição massiva das actividades económicas do Ocidente pela segunda maior economia do mundo, a China, que é paradoxalmente um país de pobres, de salários de miséria, de moeda subvalorizada e de corrupção secular;
2- Importa passar para o País uma mensagem de responsabilidade e de esperança que mobillize toda a Nação;
3- A batalha pelo crescimento da nossa economia deve mobilizar duma forma articulada e solidária, os cidadãos, as empresas, as organizações e o Estado;
4- É tempo de os cidadãos, individualmente considerados, mudarem de atitude e de vida e de trabalharem activamente na participação cívica; (*)
5- Deve ser defendido e aperfeiçoado o Estado Social, sem o qual não poderemos manter a coesão e desenvolver equilibradamente a nossa sociedade.

(*) É de toda a actualidade fazer referência, nesta oportunidade, ao trabalho que, nesta área, tem vindo a ser desenvolvido pelo "Clube dos Pensadores". Na próxima Terça-Feira, em Gaia, vai ser lançado um livro "Blog Clube dos Pensadores" da autoria de Joaquim Jorge, fundador e dinamizador do CdP e nele são inseridos vários textos de opinião do prórprio e de outros membros do Clube.
O Dr. Alberto João Jardim vai ser quem vai fazer a apresentação deste livro.
Lá estará a coluna de Leiria deste Movimento de Cidadania!
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2010/12/11

Leiria: Livros e Encadernadores

Descobri, há dias, na net, o blogue duma oficina de encadernação tradicional, actualmente ainda em actividade, graças à persistência de, provavelmente, dois dos mais antigos encadernadores de Portugal. De Leiria, certamente. 
Ou não fosse esta uma das terras portuguesas mais ligadas a livros, primeiras tipografias, encadernadores artistas!
O filho do Sr. Florindo Simões, o snr. Carlos Simões, o remetente do postal acima, em que nos (a família de José Teles de Almeida Paiva) ofereceu, de sua livre e espontânea iniciativa, encadernado a rigor, o livro que eu e a minha mulher, Zaida, escrevemos em Fevereiro de 2004, com o qual pretendemos prestar a nossa homenagem à memória de um homem que marcou uma época da cidade de Leiria e das instituições principais da sua Câmara Municipal.


É uma raridade e um privilégio viver paredes meias com artistas deste quilate. 


Referências a este livro podem ser consultadas no link atrás indicado.
Já que estamos a falar de livros: ao consultarem o link deste livro, serão confrontados com uma base de dados de uma biblioteca particular. Este trabalho está em curso, muito incompleto, por isso.
Ainda há muitas obras literárias, jornais e revistas para registar e catalogar. Não sei mesmo se terei tempo de vida e paciência para completar este trabalho em que me meti...
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2010/08/06

NESTA NOSSA DOCE LÍNGUA DE CAMÕES E DE AQUILINO




Prof. Dr. José Augusto Cardoso Bernardes
Prof. Dr. Fernando Paulo do Carmo Baptista (Autor)

Teve lugar, ontem, dia 5 de Agosto, no Casino da Figueira da Foz, uma sessão de apresentação do extraordinário livro "Nesta nossa doce língua de Camões e de Aquilino". Na mesa perfilaram-se o autor e diversas outras personalidades ligadas ao mundo das Artes e das Letras e, particularmente, ao mundo Académico na área da Língua Portuguesa.
Libânia Madureira coordenou a sessão.


Do texto de apresentação (da autoria de Libânia Madureira) da obra e do seu autor, Dr. Fernando Paulo Baptista, permito-me retirar o seguinte excerto:


A apresentação mais «académica» e mais «protocolar» do livro — «Nesta Nossa Doce Língua de Camões e de Aquilino» —, será feita pelo Senhor Professor Doutor José Augusto Cardoso Bernardes, Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que fez os seus estudos básicos e secundários nas escolas da Figueira da Foz e é natural da vizinha e simpática freguesia da Brenha. Trata-se de um Académico dos mais brilhantes da Universidade Portuguesa, detentor de um vasto e invulgar curriculum como investigador e como docente da área dos Estudos Literários.

Para nos falar ainda do Autor, teremos os testemunhos da Professora e Escritora, Dra. Maria Isabel Loureiro, com inúmeras publicações didácticas e histórias infanto-juvenis, do Senhor Presidente da CM de Sernancelhe, Dr. José Mário de Almeida Cardoso, e do Dr. Arménio Vasconcelos, Advogado, Presidente da ACLAL (Academia de Letras e Artes Lusófonas), Museólogo e incansável Promotor do Espírito Lusíada e Universalista e da Causa da «Lusofonia», com uma vasta obra poético-literária e cultural já publicada.
  
“Um livro é um mudo que fala,
um surdo que responde,
um cego que guia,
um morto que vive”

Padre António Vieira

Breve apontamento sobre o Livro «Nesta Nossa Doce Língua de Camões e de Aquilino»

“Para falar ao vento bastam palavras.
Para falar ao coração, é preciso obras”

Padre António Vieira

«Trata-se de uma obra dedicada à causa maior da nossa Língua Materna, da Língua que é partilhada pela Comunidade de Países e de Povos que se exprimem em Português — a CPLP — e por todas as comunidades migrantes da «diáspora» lusíada, multicultural e multiétnica, espalhadas pelas sete partidas do mundo.
E é a esta língua (que aprendemos desde o berço, ao colo de nossa Mãe) que, segundo o autor (ver o seu prefácio, pág. 18), «devemos a mediação das aprendizagens de efectivo potencial (in)formativo, cognitivo, significante e expressional que estruturam e modelam, a nível cultural, sapiencial, hermenêutico e comunicacional, o nosso modo de ser e estar, de pensar e agir, de sonhar e realizar, de par com a construção da nossa «visão do mundo», dos nossos «mapas mentais» (mind maps), das nossas «matrizes» gnosiológicas e metodológicas, dos nossos «arquivos memoriais», da nossa «enciclopédia» interior e do nosso «capital simbólico» e, de um modo muito especial, dos «campos» gerativos e alimentadores das nossas práticas de oralidade e de escrita, em todas as suas configurações modais».

Pela minha parte não posso perder esta ocasião para declarar a minha mais profunda admiração pelo extraordinário brilhantismo com que o Prof. Dr. Fernando Paulo tem presenteado as audiências em que me integrei já por duas vezes, ao expor com o entusiasmo que se pode observar na foto cimeira, ao centro, os mais variados e complexos aspectos relacionados com o culto científico da Língua Lusíada. 

Mais não vou, aqui e por esta via, acrescentar, o que, de qualquer modo, só o poderia ser a título de nota de reportagem, que a mais não me atreveria.
A não ser referir, por ser de justiça, que o pintor dos quadros expostos em fundo, na Mesa desta sessão, é Viseense e chama-se Alcídio Marques.
Finalmente:
Porque o actual Presidente da Câmara Municipal de Sernancelhe, Dr. José Mário Cardoso defende o princípio, aparentemente tão basilar, mas que o actual contexto sócio-político essencialmente alicerçado nas doutrinas mercantilistas e neo-liberais tem vindo a secundarizar, de que "a Ignorância fica mais cara que a Cultura", assim a Câmara daquele concelho de Coimbra, acabou por inscrever no seu Orçamento uma verba destinada ao patrocínio da edição duma obra literária do gabarito desta que acabámos de presenciar.


Muitos parabéns, ao Autor, pela sua pertinácia na defesa dos princípios fundamentais e divulgação da Língua Lusíada, e à Câmara Municipal de Sernancelhe por ter editado esta obra de excelência e que tão bem promove Aquilino Ribeiro e a sua superior participação na edificação deste mundo ímpar que é o Mundo Lusófono. 
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2010/06/18

Leiria e a Comunidade Judaica



No passado dia 13 do corrente mês tive o grato prazer de estar presente na sessão de lançamento do livro “A Comuna Judaica de Leiria – das Origens à Expulsão”, da autoria do Prof. Dr. Saul António Gomes. O evento teve lugar no auditório da Junta de Freguesia de Leiria, precisamente no dia em que se comemorava o VIII aniversário desde que foi instituído que o seu Dia seria festejado nesta precisa data, conforme justificação já aqui exposta algumas vezes.
Da esquerda para a direita: Presidente da Assembleia de Freguesia deLeiria, Saul Gomes, Marques de Almeida, Presidente da Junta de Freguesia deLeiria
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Segundo o autor nos explicou, este livro apresenta a história daquela que foi uma das mais prósperas comunidades judaicas do Portugal medieval.
Este livro é apresentado nos seguintes termos:
O autor, depois de proceder à avaliação da tradição histório-gráfica acerca da memória judaica e cristã-nova leiriense, passa à contextualização da fixação dos primeiros judeus nesta antiga vila estremenha, por finais do século XII e princípios de Duzentos, e avalia pormenorizadamente as particularidades económicas, sociais e culturais da comuna israelita local em cujo seio, na década de  1490, funcionou a tipografia da família Ortas, oficina impressora do célebre Almanaque Perpétuo de Abraão Zacuto. Estabelece-se, de seguida, para os séculos XIII a XVI, a presença e a sobrevivência do povo hebraico em Leiria e em toda a sua região.”

Neste extraordinário estudo histórico e documental são reproduzidos e/ou referenciados 210 documentos, muitos dos quais foram recolhidos após centenas de horas de investigação na própria TT – Torre do Tombo; talvez também seja oportuno deixar a informação do próprio autor de que esta recolha se reporta a trabalho levado a cabo há cerca de 20 anos, na altura em que o processamento digital da informação era ainda um embrião cujo desenvolvimento era então uma grande incógnita.

A edição desta obra a todos os títulos notável no que respeita a um aprofundamento do estudo do Judaísmo em Portugal e ao seu enquadramento na história da vida errante e de resistência inigualável do povo Hebreu, durante séculos espalhado por todos os cantos do Mundo, tem  o  apoio incondicional da Cátedra de Estudos Sefarditas «Alberto Benveniste» - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A apresentação do livro foi feita pelo Professor Doutor A.A. Marques de Almeida, Coordenador Executivo e Científico da Cátedra de Estudos Sefarditas e Director da Série Monográfica «Alberto Benveniste».

Penso ser de todo o interesse deixar aqui trasncrito o Índice deste livro:

1.   Introdução (O autor escreve, já na parte final: “ Contudo, a apresentação desta monografia traz alguns elementos inéditos. Penso nas questões da topografia local, na definição dos quadros iniciais do estabelecimento judaico por terras estremenhas, na própria vivência da comunidade nos séculos XIII a XVI. Penso, finalmente, no corpus documental que fica agora disponível a todos quantos desejem aprofundar o conhecimento do passado israelita em Portugal.”)
2.      Fundação da Judiaria e sua topografia
3.      Infra-estruturas urbanas
4.      População
5.      A antroponímia judaica local
6.      Personalidade jurídica da comuna e administração
7.      Vida económica e rendas da Judiaria
8.      Sociedade e vida quotidiana
9.      Cultura e conversões ao Cristianismo
10.  Expulsão e sobrevivências
      Documentos.
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Também pode ler neste blogue:
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2010/04/21

Fernando Pinto do Amaral - Breve resenha biográfica

(Foto de Rui Gaudêncio - jornal Público)
Tive, recentemente, o privilégio de ser introduzido num grupo de pessoas que se dedicam à poesia e à literatura em geral e que irradia a sua actividade a partir da Biblioteca Municipal de Alcanena.
A minha formação académica de base teve como objectivo primeiro preparar-me para trabalhar nas áreas da contabilidade e da gestão de empresas. Ainda que naquele tempo - anos 60 - o plano curricular de cursos mais virados para as ciências disponibilizasse uma razoável dose de conhecimentos de cultura geral, designadamente na esfera dos temas sobre a Literatura Portuguesa. Não admirará, portanto, que não poucas vezes, me possa sentir demasiado exposto à crítica dos leitores deste blogue, ao me permitir tornar públicas as minhas deambulações pelas mais variadas áreas da Literatura e das Artes em geral e dos seus actores, como sejam os escritores consagrados e os que, de alguma forma, me possam cativar com os seus trabalhos e pela sua sensibilidade. Decerto que me entenderão e me perdoarão as mais que possíveis insuficiências que irei manifestando, inevitavelmente. Afinal, venho para este meu blogue, escrever para aprender. E partilhar o que vou constatando...

Por consenso, mas a sugestão do Dr. Óscar Martins, coordenador do grupo em questão e Director da Biblioteca Muncipal de Alcanena, ficou assente que proximamente se iria analisar a vida e obra literária de Fernando Pinto do Amaral, actualmente comissário do Plano Nacional de Leitura (desde Dezembro de 2009).
Fernando Pinto do Amaral nasceu em Lisboa a 12 de Maio de 1960 e é poeta, crítico literário e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (desde 1987).
É doutor em Literatura Românica.

A sua obra literária na área da tradução já lhe valeu o Prémio do Pen Club e o Prémio da Associação Portuguesa de Tradutores, com o trabalho “As Flores do Mal”, de Baudelaire.

De entre as publicações que constam do seu curriculum poderei referir (por as ter consultado ainda que muito superficialmente, tenho que o admitir):
Um Século de Poesia, edição especial da revista “A Phala”, Dezembro de 1988 (Como membro do grupo organizador);
- Acédia (1990, Poesia);
- O Mosaico Fluido – Modernidade e Pós-Modernidade na Poesia Portuguesa Mais Recente (1991, Prémio de Ensaio Pen Club);
- Na Órbita de Saturno (1992, Ensaio);
- A Luz da Madrugada (2007, Poesia).

Em Fevereiro de 2008 recebeu, em Madrid, o Prémio Goya, na categoria de Melhor Canção Original pelo seu Fado da Saudade, interpretado por Carlos do Carmo no filme Fados, de Carlos Saura.

Do que li de Fernando Pinto do Amaral apreciei sobremaneira o texto da sua introdução do Ensaio “Na Órbita de Saturno”.

-
Porque terá sido que a minha atenção se fixou neste poema escrito na pág. 41 de Acédia?:

SOLDADOS

Sentiu a mão de um amigo tocar-lhe
no ombro. Sob o peso
do sol
cintilavam as águas do rio.

Não fora ainda o último silêncio
a agonia de termos escutado
as aves de África. Porquê
olhar o azul? Entre duas palmeiras
passou uma nuvem, dizemos
adeus.


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2010/03/31

O Anjo de Rosa Lobato de Faria

No passado Sábado, na Biblioteca Municipal de Alcanena. Mais um encontro mensal de Poesia e Cultura. Recordou-se Rosa Lobato de Faria. E a Zaida realçou uma bela prosa poética daquelas que ficarão para sempre presentes nos nossos espíritos. Nesta história (de "Os Linhos da Avó"), a poetisa apresenta-nos de uma forma infinitamente etérea, o Anjo que acreditava piamente a guiou durante toda a sua vida.

A Rádio Batalha, com a reportagem de Soares Duarte em directo, associou-se a este encontro, pela voz do Dr. Óscar Martins, coordenador do Grupo de Poetas de Alcanena e Director da Biblioteca.
Um aspecto da sessão no momento em que a Zaida dissertava sobre a obra literária de Rosa Lobato de Faria. Uma intervenção interessantíssima da parte de quem conhece muito bem quase todos os livros publicados, incluindo as obras destinadas a crianças. De "A Menina e o Cisne", o último livro da escritora, saído do prelo em Fevereiro do corrente ano, já depois da morte da autora, o final tão maravilhoso como poético (tanto para crianças como para adultos):

"E assim o Bem venceu o Mal naquele lugar escondido duma terra desconhecida num país inventado dum tempo sem nome.
E os meninos que ouviram esta história ficaram com os olhos a brilhar, como as mil estrelinhas das águas quietas do lago." 

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2010/03/05

Destruição de livros pelas Editoras


Na capa do jornal I de hoje.


Já se sabia, mais ou menos veladamente, que as Editoras utilizam este processo para se desfazerem de milhares de livros que não conseguem escoar através dos circuitos comerciais.

Dificilmente se poderá aceitar que esta prática das Editoras tenha que ser a derradeira decisão para desocupar os armazéns dos seus livros por vender.

Tanta biblioteca, quer no território português quer nos restantes países lusófonos, para não falar de outros países em que se falam outras línguas, que receberiam esses livros de braços abertos!

Nesta oportunidade desde já me apresento como voluntário para receber uma parte desses livros e proceder à sua distribuição gratuita ou a preços simbólicos, em condições a combinar.

Destruir livros por mera estratégia mercantil?

Inadmissível!
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2010/02/02

REPÚBLICA: a luta pelas Bandeiras




A escolha da Bandeira para simbolizar a Unidade Nacional em torno do ideário Republicano do 5 de Outubro de 1910 assumiu contornos bastante controversos em que intervieram personalidades do mais alto gabarito e que, mesmo assim, não se resumiu a uma questão meramente académica ou literária.
Nesta querela envolveram-se poetas como Guerra Junqueiro, Afonso Lopes Vieira, Bernardo de Passos, Alexandre Fontes e outros ilustres homens de letras, professores universitários, ideólogos e jornalistas com arreganhos de polémicas furiosas (Bruno, Lopes de Mendonça, Abel Botelho, Teófilo Braga, etc.), políticos (Machado Santos) e artistas apolíticos como Columbano.
A polémica que mais se popularizou foi a que se travou entre Junqueiro, em defesa das cores azul e branca e Teófilo a favor do conjunto verde-rubro.

Esta questão que, aparentemente, se poderia apresentar como uma simples guerra do alecrim e da manjerona, acabou por se enredar em infinitas argumentações, tendo prevalecido a ideia mítico-simbólica do verde-rubro, de conformidade com a deliberação da comissão oficial da nova bandeira da República Portuguesa composta por cinco vogais. O relatório desta deliberação foi confiado ao general Abel Acácio, também conhecido por Abel Botelho.
Este relatório é merecedor duma leitura atenta já que é neste documento que se justificam as razões da escolha do bicromatismo verde-rubro e se faz o apelo para uma interpretação ideológica e psicológica da Bandeira que viria a ficar até ao presente como o símbolo de Portugal como Nação Republicana. Neste relatório ficaram registadas as justificações das escolhas dos símbolos que compõem toda a bandeira. Foi aprovado por unanimidade em reunião de 15 de Novembro de 1910.

Em muitas ocasiões mais controversas levantou-se a pertinente questão de se não ter feito um plebiscito popular para se escolher a Bandeira da República Portuguesa.

Este ano de 2010 decorrem as comemorações do Centenário da República, durante as quais se vão gastar 50 milhões de Euros. Dado o actual estado precário das contas Públicas do Estado Português não se devia ter optado por um programa comemorativo menos dispendioso? Penso que sim. Até porque é dos parcos haveres de cada Português que sai a colecta para fazer face a estas comemorações que a todos nós dizem directamente respeito...

Apesar de tudo, VIVA A REPÚBLICA!

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Para mais e mais profundos estudos sobre este tema pode ler-se o Vol. X da "História de Portugal - Dos tempos Pré-Históricos aos nossos dias", Coordenação de João Medina, ediclube, págs. 164 e outras.

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2009/11/07

Quem nos faz como somos?



Comprei há tempos um livro com este título, de J.L. Pio Abreu.

O título seduziu-me e, depois de desfolhar as suas páginas, pensei que ia gostar de as ler para aprender algo mais sobre mim e os outros, meus semelhantes.
O tempo entretanto, corre tão rapidamente, que já decorreram dois anos.
Só agora é que me decidi a lê-lo com mais atenção.

Hoje, por exemplo, li e reli um capítulo que nos explica como é que o corpo humano assume a forma masculina ou feminina.
Pode concluir-se (?) que tudo se resume, duma forma básica, ao resultado da permanente luta entre dois cromossomas, o X e o Y, sendo que o X é muito mais forte que o Y. O cromossoma X determina que um corpo humano será feminino, pelo que se pode antever que, em consequência, acabam por nascer muito mais mulheres que homens.


E mesmo assim, para que o genoma possa transformar um corpo em masculino, foi necessário que o cromossoma Y se dissimulasse de forma a resistir aos ataques poderosíssimos do seu co-habitante do corpo humano, concentrando-se num dos seus genes, o SRY, transformando-se, assim, no cromossoma XY, esse sim com força bastante para vencer a luta contra o cromossoma X.
Só assim é que o homem vê a luz do dia.


Por ser macho este cromossoma apenas pode sobreviver e preservar a sua identidade transmitindo os seus genes ao corpo duma mulher. Para que essa transmissão ocorra são necessários centenas de milhões de gâmetas, uns com o Y, outros com o X.


Como consequência das dificuldades de êxito dessa transmissão se processar de forma a se conseguir o cromossoma XY, a Natureza dotou o Homem e a Mulher de uma incomensurável força de atracção entre si.


É assim que o Homem tem sobrevivido através dos tempos. Mas também porque o corpo masculino foi dotado duma arma poderosíssima, a testosterona, a hormona que determina toda a impetuosidade do homem, para o bem e para o mal.


Poder-se-á inferir desta breve introdução que é como resultado de toda a violência, impaciência e actividade do homem, induzidas pela testosterona, que o Homem ainda não sucumbiu?


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2009/10/21

João Tordo - Prémio Saramago 2009



João Tordo  ganha Prémio Literário José Saramago

O escritor João Tordo venceu a sexta edição do Prémio Literário José Saramago com o romance "As Três Vidas", editado pela Quid Novi, anunciou hoje, sábado, em Penafiel, fonte da Fundação Círculo de Leitores.

Domingo, 18 de Outubro de 2009
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Sou frequentador do blogue de João Tordo.
Deixei lá este comentário:


as-nunes disse...
Muitos parabéns, João Tordo. Já o tenho na minha Biblioteca, registado em 23 de Dezembro de 2008. Um Prémio como este, associado a um nome como o nosso Nobel da Literatura, não é para qualquer um. Concordo.
19 de Outubro de 2009 0:37

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As voltas que a vida dá. Prémio para João Tordo com o nome do Nobel Português da Literatura precisamente nesta altura em que José Saramago anda nas bocas do Mundo Português. Tudo por causa da BÍBLIA?
Não havia necessidade!... Nem sequer há comparação possível entre a obra literária de Saramago e a Bíblia?!?


Já agora. Não percebi lá muito bem a razão da tirada oratória daquele Deputado do Parlamento Europeu, do PSD, a "correr" com Saramago para Espanha!...
E ainda dizem que os seguidores do ALCORÃO é que são fundamentalistas!?...
É preciso chegarmos a estes extremos?...
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2009/10/03

Outono da Vida - Leiria

Algures na zona da Ramalheira. Perspectiva do Outono, que vai seco até de mais, mas irrestível, nas suas cores e contrastes...
De cima do viaduto IC2-nó para a A1. Vale da Ribeira do Sirol, um enternecedor princípio duma tarde deste Outubro do ano de 2009...
(clic nas fotos para melhor ver)
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Como já tive oportunidade de aqui relatar, estive em Alcanena recentemente, num Encontro de Poetas...
Às minhas mãos veio parar um livro de poemas, oferta da Câmara Municipal. "Sonetos e Outras Rimas" de Rafael de Castro.

A páginas tantas...

Duas faces da fantasia

O Outono da vida já me alcança
Da Primavera resta-me a vontade
Um sempre grande amor à liberdade
Com a mesma dose de esperança

E se perdi algures a confiança
Achei sempre o caminho da verdade
Perseguem-me os sonhos da mocidade
E as loucuras do bem, pela lembrança

Agora não me vendo como um santo
E não ando ao sabor das fantasias
No íntimo sei criar algum encanto

Amenizo com visões meus tristes dias
Pois assim, de sensações o mal espanto
Extraindo das mágoas alegrias


(Deixo aqui estes versos, pela substância do tema, em primeiro lugar, talvez.
Mas também porque é de enaltecer e divulgar os poetas que, por motivos vários, só muito aleatoriamente, chegarão à luz do conhecimento geral, reconhecido, badalado com ecos a ressoar por todo o lado.
O Outono da vida já me alcança, diz o poeta. Mas também se declara reconhecido pelas visões que, nesta altura da vida, lhe amenizam os dias e lhe relançarão a esperança de próximas Primaveras... e dum sempre possível remoçar da confiança que, algures, se possa ter perdido neste caminho sinuoso da vida e, porventura, coberto por algum nevoeiro, que, naquele momento, lhe toldava o espírito... )
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2009/09/08

Chico Buarque - ouvir e ler

Como é facilmente perceptível, o ritmo impressionante a que se estão editar livros, impossibilita-nos ceder à tentação de comprar alguns, que bem gostaríamos de ler. Pelo menos de o comprar, para o levarmos para casa. Depois, logo se há-de arranjar uma oportunidade para os ir lendo...
E lá se vão acumulando nas prateleiras, tempos mais ou menos longos... e na mesinha de cabeceira?...

Deixem-nos gozar este prazer! De dar com um determinado livro nos escaparates duma livraria, de entrar, de o tocar, de o desfolhar, de ler uns bocadinhos, de nos entusiasmarmos... e de nos decidirmos a levá-lo para casa...

É bom ler livros... É uma das coisas boas da vida!

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2009/03/24

ANTOLOGIA de poetas lusófonos - II

Mais um elo para a Lusofonia

Escrever é algo mais do que espalhar letras, entornar palavras ou construir frases. Escrever é transmitir ideias, é concretizar desejos, é realizar sonhos, é prolongar a firme voz de comunicar. Escrever é cunhar identidade pela diversidade cultural que une países, regiões, cidades e aldeias.

A Lusofonia não é apenas um conjunto de países onde se fala a Língua Portuguesa. A Lusofonia está espalhada por todos os países do Mundo. Em todos eles existe alguém que fala ou escreve esta tão amada Língua.

Neste Planeta, em que parte da sociedade o considera global, não existem fronteiras para a Lusofonia nem para a Poesia, como defendia António Gedeão: “Minha aldeia é todo o mundo”.

...

A II Antologia de Poetas Lusófonos apresenta, nestas quase 500 páginas, 134 poetas de 11 países: Angola, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, França, Índia, Inglaterra, Moçambique, Portugal, Suíça e Timor.

As poesias que tatuam as páginas deste livro não são todas de índole académica(*). Queremos, também, dar voz à poesia mais popular. Mas, uma coisa é certa: neste livro todas as poesias têm mensagem. Todas elas transmitem sentimentos. Todas elas cantam a mesma Língua. E mais, todas elas nasceram tão distantes umas das outras e conseguiram um elo de verdadeira união através da II Antologia de Poetas Lusófonos.

...

Um especial agradecimento para as Associações, Academias e Instituições que ajudaram a divulgar o regulamento da II Antologia e, um grande abraço a todos os Poetas.

Como escreveu o poeta açoriano, Armando Côrtes-Rodrigues, “O mar da minha vida não tem longes”.

Até à III Antologia de Poetas Lusófonos.

Adélio Amaro

Coordenador Editorial

«« CONVITE »»

A Folheto Edições & Design, o Director do Mosteiro da Batalha e o Município
da Batalha têm a honra de convidar V. Exa. e Família para o lançamento do livro
II Antologia de Poetas Lusófonos
a realizar no próximo dia 5 de Abril de 2009, no Mosteiro Santa Maria da Vitória,
na Vila da Batalha, Portugal.
A cerimónia terá início às 15h30, nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro, com a actuação da Orquestra Filarmonia das Beiras, seguindo-se, pelas 16h30, a apresentação
da II Antologia de Poetas Lusófonos, no Auditório do Mosteiro da Batalha.
Haverá um momento de poesia com a participação de vários poetas.
ENTRADA LIVRE

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(*) Como a deste popular, que vos escreve num simples, despretencioso, mas entusiasta blogue, como eu quero que seja este "DISPERSAMENTE". E repararão que nem sequer para poeta popular eu tenho veia. Mas sinto-me poeta, melhor, sinto a Poesia, simplesmente...

2009/03/22

NOVA ORDEM MUNDIAL


Está na ordem do dia. A crise geral que a sociedade dos homens atravessa, motivou-me a compra deste livro. O próprio autor também contribuiu e muito para essa decisão. Claro, depois de dar uma vista de olhos pelas suas páginas. O tema é actual e, temos que convir, nem todos nós nos preocupamos o suficiente para podermos perceber o que se passa à nossa volta e a melhor forma de cada um fazer a sua parte no sentido de se resolver esta grave crise global que vivemos.

A propósito. Sabe que António Almeida Santos nasceu em 1925? E que já foi Presidente da Assembleia da República durante 6 anos?

Neste livro, o autor declara-se optimista ao prever e desejar uma Nova Ordem Planetária de que o Mundo carece urgentemente.

E justifica essa necessidade enumerando uma série de perigosas tendências da sociedade actual:

1) Contínua explosão demográfica, a reforçar irresponsavelmente o número de desempregados e de pobres;

2) A insustentabilidade das agressões à Natureza, aos seus equilíbrios, e aos seus limites, pondo em risco a própria garantia da continuidade da vida sobre a Terra;

3) A explosão e globalização do número de pobres, tendo em contraponto a concentração do número de ricos;

4) A até agora incontrolada multiplicação do número de desempregados, alimentada pelo não controlado aumento da procura e pela cada vez mais incontrolável redução da oferta de postos de trabalho;

5) A globalização e crescente sofisticação da violência e dos tráficos ilícitos que a financiam e dela se servem, perante a ineficácia das velhas ordem militar, policial e judiciária;

6) A apavorante nihilização ética que alastra como uma praga sem vacina;

7) O incomportável encarecimento das fontes energéticas tradicionais;

8) A imperativa necessidade de um novo modelo económico que dê mais atenção a uma nova partilha da riqueza, mais equitativa e mais justa, ou seja à necessidade de uma nova síntese entre a liberdade e a igualdade.

RESUMINDO: "Há que mudar de sociedade e não só a sociedade". Essa tem de ser a opção inadiável e urgente. Esse tem de ser o nosso caminho…


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2009/01/25

LEIRIA - O Eco Silencioso

Da Praça da República, em Leiria, recordando memórias...

João Lobo Antunes no decorrer dO encontro com os leitores de Leiria do seu livro "O Eco Silencioso".
Ideias soltas que consegui memorizar (durante quanto tempo, se não as escrevesse para este meu blogue?):
1 - Temos a obrigação moral de ser inteligentes (aconselhável a leitura do discurso de tomada de posse de Obama, novo Presidente dos Estados Unidos);
2 - A Educação é um instrumento da Felicidade, não a Felicidade em si;
3 - A Educação fácil não prepara as crianças para a Vida;
4 - Citando Bernard Shaw: "O que é que a Posteridade fez por mim para eu me preocupar com ela?";
5 - Quem não sabe ensina nas escolas de Educação (...JLA pede desculpa se alguém se puder sentir melindrado; uma senhora levanta-se e sai da sala, demonstrando estar incomodada. Melhor seria que tivesse contraditado, logo ali, digo eu!);
6 - Quem não estudou por livros não sabe o que perdeu;
7 - À guisa de justificação para o título deste seu livro aconselhou a leitura do último parágrafo do texto 1. Neste texto o autor aborda, duma forma pragmática, ao mesmo tempo filosófica, temas como a memória, os livros, as pessoas que o influenciaram, as instituições que lhe deixaram marcas na sua memória, o cerne da profissão de médico; invocando Santo Agostinho, termina: " De facto, nesta memória falada, a que responde, em silêncio, um eco interior, há algo de esquivo, de intangível, que me obriga a continuar a procurar como de facto a medicina me fez médico. Se algum dia o descobrir, talvez volte para contar".
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(27jan2009) Já agora, que estamos em maré de falar de João Lobo Antunes: aqui , na revista VISÃO, pode ler-se uma apaixonante crónica em que António Lobo Antunes faz a apologia e mais que lá se pode ler do seu irmão João. (obrigado Milu).
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2009/01/22

JOÃO LOBO ANTUNES em LEIRIA

De tão obcecado que tenho andado no aproveitamento dos tempos meio-livres de que vou dispondo na minha vida profissional, só muito recentemente é que comecei a reparar na obra literária de João Lobo Antunes. Tenho-me concentrado nas obras, algumas algo controversas, pelo estilo e pela falta de preparação académica da maior parte dos Portugueses, de seu irmão, também médico, António Lobo Antunes.
A oportunidade deste post tem essencialmente a ver com o facto de que João Lobo Antunes vem, no próximo Sábado, a Leiria (livraria Arquivo) apresentar o seu livro “O Eco Silencioso”.
Confesso que ainda não o li, mas estou curioso e interessado em começar a ler o que me for possível, deste, tal como o irmão ALA, Prémio Pessoa, que lhe foi atribuído em 2006.
Esta apresentação estará a cargo da conhecidíssima ex-professora de mais de, provavelmente, meia população de Leiria, ao longo de várias décadas de ensino desde os velhos tempos do Liceu Nacional de Leiria, Helena Carvalhão.
O livro O ECO SILENCIOSO reúne textos escritos, em larga maioria, nos últimos três anos.

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João Lobo Antunes (n. 4 de Junho de 1944), é um neurocirurgião português e irmão do escritor António Lobo Antunes. O seu pai, neurologista, colaborou de perto com Egas Moniz, personalidade que o influenciou desde novo. O seu tio-avô é considerado o pai da Neurocirurgia portuguesa, tendo tido como mestre Victor Horsley, um dos pais da Neurocirurgia moderna. (in Wikipédia).