2010/06/10

DIA de PORTUGAL - Discursos de António Barreto e de Cavaco Silva

País - António Barreto quer todos os veteranos de guerra tratados como iguais - RTP Noticias

Já não era sem tempo.

Sei que está na ordem do dia o discurso das dificuldades orçamentais do Estado Português.

No entanto é da Lei que os Antigos Combatentes têm direito a receber um complemento anual de pensão que ronda os 100 Euros, em média.
Ainda que mal pergunte:
Porque é que essa lei não é de aplicação automática sempre que se atinja a idade da reforma?

Dada a exiguidade desta pensão (de sangue, suor e lágrimas ao serviço da Pátria) ainda assim é preciso andar a mendigá-la?
-
Aproveito o ensejo desta honrosa menção de António Barreto no seu brilhante discurso do Dia de Portugal, para deixar aqui a minha consternação pelo tom da parte do discurso do Presidente da República quando diz:
...
"Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável."...

Será que era muito difícil evitar esta referência explícita no Discurso de apelo à coesão nacional e à capacidade de luta dos portugueses contra a adversidade numa altura como a que se pretende comemorar?

Não gostei. Não havia necessidade de meter esta cunha no seu discurso, Snr. Presidente da República!

2010/06/06

LEIRIA: O Couseiro, quem o escreveu?

Manuscrito de O Couseiro, oferecido à Câmara Municipal de Leiria, em 1975. Era Presidente da sua Comissão Constitutiva o então Coronel Carvalho dos Santos.
Frontispício da 1ª Edição do mesmo livro, também pertença da Biblioteca Afonso Lopes Vieira, Leiria.

Leiria. Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira. Apresentação do livro de Ricardo Charters D´Azevedo, "Quem escreveu O Couseiro?".
Na mesa, da esquerda para a direita: Carlos Fernandes, Director da Editora Textiverso - Leiria, Engº Ricardo Charters, Prof. Dr. Saul António Gomes, historiador da Universidade de Coimbra e Dr.Gonçalo Lopes, vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Leiria.

Sessão muito animada abordando um tema extraordinariamente interessante do ponto de vista da investigação histórica e literária. Trata-se de apresentar o primeiro ensaio credível para se tentar perceber e ficar a conhecer as origens autorais do mais antigo e melhor informado documento histórico do séc. XVII sobre a região correspondente aproximadamente à actual zona geográfica da Diocese de Leiria. Esse documento, no original, sabe-se que há-de ser um manuscrito escrito há cerca de quatrocentos anos, durante os reinados de Filipe III (Filipe IV de Espanha) e de D. João IV, o incontornável O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria, "o livro mais notável da bibliografia leiriense".

O autor do presente trabalho, arrojado e provocador, promove na defesa das suas teorias cinco ideias fundamentais:

1) O autor do manuscrito de O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria é desconhecido;
2) As cópias que hoje existem tiveram como base outras cópias e inevitavelmente terão erros de transcrição;
3) Os estudos levados a cabo indicam que esse manuscrito terá duas partes distintas, que se poderão atribuir a primeira a António Couceiro, Provedor da Comarca de Leiria e a segunda ao Deão da Sé de Leiria, que terá nele feito os seus registos entre 1651 e 1660;
4) Existem três edições impressas até hoje que contêm muitos erros e imprecisões;
5) Justifica-se plenamente uma 4ª edição anotada e com base num trabalho aprofundado e com apoio de Académicos de reputado perfil na matéria de investigação histórica.

A dado passo do seu livro, Charters d´Azevedo escreve: "Vemos assim que as três edições acima mencionadas são diferentes, pois cada uma tem acrescentos e adendas diferentes, mas todas dizem reproduzir, o mais fielmente possível, um manuscrito, que não é o original, pois não o encontraram."

Para se poder aquilatar do extraordinário interesse deste manuscrito basta dizer do facto de a consulta do seu conteúdo, seja através das cópias manuscritas seja das versões impressas (esgotadas, claro está), ser absolutamente imprescindível para quem pretender investigar sobre a história de Leiria do séc. XVII.(*)

Partindo destas premissas, Ricardo Charters remata, desafiando a Câmara Municipal de Leiria e os estudiosos da bibliografia leiriense a prosseguirem este seu ensaio com as hipóteses por si aventadas e agora apresentadas à discussão pública neste seu notável livro.
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(*) Livros de consulta obrigatória nas investigações sobre Leiria (e o seu distrito): Anais do Município de Leiria, de João Cabral; Monografia de Leiria, a Cidade e o Concelho ou LEIRIA - Subsídios para a história da sua Diocese, ambos de Afonso Zúquete; Introdução à História do Castelo de Leiria, de Saul Gomes, Villa Portela, os Charters d´Azevedo em Leiria e as suas relações familiares (séc. XIX), de Ana Margarida Portela, Francisco Queiroz e Ricardo Charters, entre outros igualmente merecedores de relevo.
* Na Bibliografia deste último, "Villa Portela" pode ler-se a referência ao livro do autor deste blogue, "Caminhos Entrelaçados - na freguesia da Barreira-Leiria", ed. da Junta de Freguesia - 2005.

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2010/06/04

LEIRIA, a Galp e os choupos

(clic para ampliar)
O avisador de que o combustível do meu carro estava nas lonas soou. Pelas minha contas dá para mais 100 km, à velocidade média a que circulo. Conduzo com muito mais calma, agora que entrei nos sessenta e tal. De modo que quando ouço esse fatídico sinal para as minhas finanças pessoais - apesar de tudo - não entro em transe à procura do primeiro posto de abastecimento que apareça.
Como tinha um talão de desconto que me foi entregue a troco de mais uma boa maquia que ficou no hipermercado - que só pode ser usado em estações da Galp aderentes - acabei por parar nesta, a da foto acima. Entra-se e sai-se pela Av. das Comunidades em Leiria. Pode-se dizer que esta Avenida está a fazer o serviço que, em breve, irá ser feito pelo IC36, isto é, ligar a A8 à A1, aqui nesta cidade. Dá muito jeito para encarreirar os automobilistas a seguirem para a A1.

Ironia do destino. A BP lá anda com problemas bicudos para estancar a colossal maré de petróleo que está a ser derramado aos milhões de litros diários para o Atlântico e a afectar com gravíssimas consequências o Golfo do México e, principalmente, toda a costa da Louisiana e, muito provavelmente, a da Flórida. Ouvi nas notícias que Obama está muito zangado com a BP e já a mandou multar em 69 milhões de dólares. 
Coitadinhos. 69 milhões! Estão feitos!?...E as acções a caírem 30 e tal por cento! Ou muito me engano ou daqui a algum tempo é que vai ser ganhar dinheiro em Mais-Valias!

Nessa estação plantaram-se estes choupos, todos numa fila(*) muito alinhadinha. Por acaso estão muito bonitos nesta altura do ano.
E veja-se a oportunidade da colocação do logotipo da GALP, precisamente a apelar para o seu empenhamento no verde.
Do lado de lá da Avenida, entrevêm-se mais umas árvores. É verdade. É uma zona de terrenos agrícolas, de razoável dimensão, que pertence à Prisão Escola de Leiria. Até quando é que aquela zona ficará preservada como zona agrícola?
Com os projectos grandiosos que se antevêm - e já estão alguns em curso (Shopping Leiria de Belmiro de Azevedo e todas as estruturas rodoviárias em redor, um novo Centro Comercial tipo Fórum, ali perto, o próprio IC 36 que vai encurralar esta zona verde, etc. etc.) - está-se mesmo a ver o que vai ser de toda a zona agrícola e florestal que se situa entre esta Av. das Comunidades e a Mourã (lá se vai a Quinta da Mourã, auguro eu) na freguesia da Barreira. E o problema mais sério é que é precisamente nesta área que corre o Rio Lena, que mais abaixo, casa com o Rio Lis e lá seguem os dois muito unidos num só, até desaguarem de mansinho no Atlântico, na Praia da Vieira.
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Ainda a propósito de choupos em Leiria. Alguém poderá informar a população porque é que se abateu o majestoso choupo que estava, até há dois dias, a dar o vistoso ar da sua graça no Largo do Tribunal em Leiria? Era um belo espécime de populus nigra.
(*) renque, lembrou-me a "deep". Obrigado, que bem andei à procura da palavra e não me ocorreu na altura. Passei à frente...
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2010/05/31

E se?!...

E se nos faltasse o Sol?


E se esta bela flor de Feijoa (*) não tivesse florido?... ontem, na Barreira - Leiria - Portugal?


E se os TOC fizessem greve?
E se os poetas deixassem de sonhar?
E se o PS não apoiasse Manuel Alegre?
E se este, agora, viesse desistir da sua candidatura a Belém?
E se hoje não fosse Segunda-feira?


E se não demolissem a Capela das Chãs, aqui a 3 kilómetros de Leiria?
E se Portugal não for Campeão do Mundo de Futebol?


E se?!...
Tantos ses!...
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2010/05/27

Alexandre Herculano - Herói nacional e lavrador (bicentenário do seu nascimento)

Está em curso o ano do bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano.
A capa acima é dum livro de João Medina, Edições Terra Livre, 1977 e a gravura é da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro e dedicada a Alexandre Herculano, a quem um dia chamou "azeiteiro". Foi utilizada na Capa da revista Lanterna Mágica, de 26 de Junho de 1875.
Durante várias décadas, anos 40 a 60 do século XIX, Herculano dedicou a sua vida à política  e à literatura, tendo atingido a expoência máxima. Era considerado, consensualmente, o «primeiro homem do seu país», tendo participado nos momentos mais importantes que se passaram em Portugal naquele período. Escreveu os livros mais lidos do seu tempo, nomeadamente pelos mais novos, que muito o apreciavam. Foi o inspirador da revolução liberal de 1851(*) e organizou um dos dois partidos liberais da altura. Redigiu o Código Civil com o qual se poderá dizer que se iniciou o processo de separação da Igreja e do Estado com a institucionalização do casamento civil e que haveria de se consumar já em pleno século XX. Esta tomada de posição criou muitas incompreensões e inimizades a Herculano, que passou a ser visto como um ateu convicto o que não correspondia, de todo, à realidade. Privadamente, Alexandre Herculano frequentava a sua capela privativa na sua Quinta de Vale de Lobos. 

Inesperadamente, no momento em que o país se afundava dramaticamente num caos de valores sociais, políticos e económicos, determinado a não se deixar envolver em confronto com as ideias da nova geração que estava a surgir na ribalta da cena política e literária, retirou-se voluntariamente para a sua Quinta de Vale de Lobos (que comprou com os direitos autorais dos seus livros), transformando-se num verdadeiro e empenhado lavrador. Com esta decisão cortou radicalmente com a vida pública passando a viver duma forma decididamente solitária.


Repousa na capela tumular do Mosteiro dos Jerónimos.

Herculano escreveu muitas das mais belas páginas da literatura e da História de Portugal. Pode-se mesmo dar o devido realce à magistral obra Eurico, o Prestíbero. Nesta oportunidade, porém, apetece-me falar duma das suas Cartas Inéditas a Joaquim Filipe de Soure datada de 4 de Julho de 1867(?) a que lhe deu o título: AS TRÊS FAIAS.

E lembrei-me de deixar aqui, mais uma vez, expressa a minha admiração pela FAIA da Alameda José Lopes Vieira, junto ao Rio Lis e ao Jardim Luís de Camões, em Leiria (v. foto). Esta árvore, enquadrada por outras, também muito bonitas (melia azedarach, liquidambar, padreiro, bordo, tília), compõem um dos recantos mais românticos de Leiria (já aqui publiquei variadíssimas fotografias).

Porque virá a propósito deste meu parêntesis, e também porque espelha fielmente o espírito monástico de Herculano da altura, permito-me transcrever um pequeno excerto daquela carta: "... Em suma, o canto obscuro da aldeia é hoje o meu único destino nacional, e felizmente a minha única ambição. As minhas três grandes faias dão-me mais prazer ao vê-las que todos os museus, monumentos, praças, teatros, bibliotecas da Europa. Que ia eu lá ver, se não achava lá as minhas três faias? Estou assim: que lhe hei-de eu fazer?"
Lendo a contra-capa do livro que está a servir de guia deste texto facilmente se deduz que o seu objectivo é transmitir um tributo de homenagem a Alexandre Herculano. Estava-se na altura da sua edição a comemorar o centenário da morte de Herculano.
Raramente alguém terá inspirado tanta controvérsia à volta da sua vida e da sua obra, na qual se envolveram, a favor e contra tantas figuras conhecidas, como no caso de Herculano. O caso é que se trata de figuras gradas da literatura portuguesa pertencentes a uma geração mais nova, a geração dos anos 70 do séc. XIX. Figuras que conheceram e conviveram com Herculano e que, por isso, lhe estariam mais próximas, emocionalmente.
Dentre essas figuras cimeiras destacam-se: Antero de Quental, Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Anselmo de Andrade, Ramalho Ortigão, Teófilo Braga, , Adolfo Coelho e - sobretudo - Oliveira Martins.
...
Muito mais se poderia acrescentar para compor este texto. Simplesmente, o que me motivou a abordar este tema, o de falar de Alexandre Herculano, foi, por um lado, o facto de estarmos em ano de comemoração do bicentenário do seu nascimento e, por outro, o de recapitular informação que já me estava a ficar distante no tempo em que na Escola a tive que estudar por obrigação.
É que está programado para muito em breve falar-se sobre Alexandre Herculano no seio do Grupo de Poetas e amigos da Literatura da Biblioteca Municipal de Alcanena, do qual já faço parte. Com muito gosto.
-
(*) Regeneração
Período da vida portuguesa, iniciado em 1851 com a insurreição militar que levou à queda de Costa Cabral.

A regeneração durou 17 anos, neste período decorreu um processo de desenvolvimento económico, social e mental que tentou colmatar atrasos estruturais:
Estradas
Caminhos de ferro
Telégrafo
Modernização da agricultura, comércio e indústria

No entanto esse desenvolvimento acarretou alguns custos, só possíveis com o recurso ao aumento da carga fiscal que a população não compreendeu, o que culminou na revolta da Janeirinha(1868). 
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2010/05/22

LEIRIA - Dia do Município e da Diocese

O Largo da República e a sede dos antigos Paços do Concelho, hoje, Câmara Municipal de Leiria. As bandeiras de Portugal, do Município  e da União Europeia, içadas, a condizer.
Uma das características mais significativas deste largo é que nele estão implantados cerca de uma dezena de pinheiros mansos. Um dos ex-libris da região de Leiria com o seu histórico e emblemático "Pinhal de Leiria".
É de notar um antigo marco do correio como já não se vêm com facilidade. E mais um painel de propaganda política a apelar à resistência contra o aperto do cinto a que estamos a ser forçados. Esta zona é, por assim dizer, reservada para as campanhas do BE.

Nossa Senhora do Fetal, uma das Paróquias da Diocese de Leiria-Fátima. Em exposição numa das barraquinhas do Jardim Luís de Camões.

Esta rosa amarela fotografei-a ontem, no meu jardim, na freguesia e paróquia da Barreira. Antes que murchasse com este sol abrasador que se tem feito sentir nos últimos dias.

Está um dia de Sol radioso em Leiria. Em todo o Portugal, pelo que dizem as notícias...
Comemora-se o Dia do Município(*) e o Dia da elevação da então vila de Leiria a Diocese(*) de Leiria, hoje, de Leiria-Fátima.
A cidade anda num grande alvoroço, tendas, barracas, barraquinhas, representando as várias Paróquias desta Diocese.
Segundo me apercebi, a Igreja Católica aproveitou o ensejo da recente visita do Papa Bento XVI ao Santuário de Fátima e este ano promoveu uma iniciativa com mais relevo do que nos outros aniversários. Ontem à noite houve uma Procissão a acompanhar a imagem de N. Sra. de Fátima desde o Centro de Turismo, no Jardim Luis de Camões até à Sé de Leiria. Hoje, toda a zona do antigo Rossio, Jardim e Largo 5 de Outubro de 1910, está engalanada a preceito para a "Festa da Fé". Lá se apresentam em confraternização todas as paróquias da Diocese.

Logo à noite vai proceder-se à inauguração da iluminação cénica da barbacã do Castelo de Leiria em sessão oficial na Rua Pero Alvito, a que bordeja a base do morro do Castelo, na parte virada a Norte/Nordeste.
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(*) Em 22 de Maio de 1545, o Papa Paulo III, a pedido do rei de Portugal, D. João III, criava a diocese de Leiria com a bula "Pro excellenti apostolicae sedis", desanexando-a da de Coimbra. 
No mesmo ano (13 de Junho - Dia da Junta de Freguesia de Leiria), D. João III elevou a vila de Leiria a cidade.
...
Muitas peripécias foram, entretanto, surgindo, com o decorrer dos séculos, tendo mesmo a diocese de Leiria sido extinta em 30 de Setembro de 1881, por bula do Papa Leão XIII. Nesta altura 25 das 50 paróquias de Leiria foram integradas em Coimbra e as restantes ficaram a pertencer ao patriarcado de Lisboa.
O Papa Bento XV, depois de muitas e sucessivas diligências de leirienses e diversos Bispos, acabou por restaurar a diocese de Leiria com a bula "Quo vehementius" ,  de 17 de Janeiro de 1918.
...
A mensagem de Fátima daria à pequena diocese de Leiria uma verdadeira dimensão internacional. Assim, por decreto da Congregação dos Bispos. de 13 de Maio de 1984, confirmado pela bula "Qua pietate", com a mesma data, passou a designar-se "Diocese de Leiria-Fátima".
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Ver "Leiria-Fátima" - Órgão Oficial da Diocese - Ano XII «» NÚMERO 34 «» JANEIRO/ABRIL «» 2004
(gentil oferta do Prof. Dr. Saul Gomes(y), ilustre historiador, que neste número escreveu "O ano do trigo sujo": as rendas do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra no Priorado de Leiria nas vésperas da criação do Bispado (1541-1545).
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(y) Que também me deu a subida honra de escrever um Posfácio para o meu livro, ensaio histórico e monográfico da Freguesia da Barreira - Leiria, "Caminhos Entrelaçados" Ed. da Junta de Freguesia da Barreira, 2005.

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2010/05/20

LEIRIA - Afinal os choupos foram poupados

(clic na foto e repare nos acers que iriam substituir totalmente a paisagem verde do local. São bonitos, mas não justificavam o abate dos choupos, não concordam?)
Na sequência da reportagem que aqui publiquei é natural que tenha ficado na mente de quem a leu, a ideia de que estes choupos iam ser abatidos. Estávamos em 2009. As obras de requalificação deste largo, o Largo Cónego Maia, em Leiria, lá prosseguiram o seu ritmo. Só que - talvez porque era altura de eleições - a Câmara Municipal de Leiria menteve o projecto inicial, mas com uma alteração: os choupos afinal seriam mantidos (por alteração ao inicialmente previsto) e o resultado está à vista.
Repare-se: Sem os choupos, que já lá estavam e que faziam parte integrante das nossas vidas, que seria de quem tivesse que lá andar e descansar nos bancos de jardim, agora que o calor começa a apertar? 
Quem poderia pagar aquela sombrinha que se vê tão nitidamente desenhada naquele chão?...

Valeu a pena a luta travada na altura pela população.
Afinal de quem é a cidade?
Não é de quem a faz viver nela vivendo e trabalhando?

NB.: No próximo dia 22 comemora-se o "Dia do Município de Leiria". 
O programa das comemorações encontra-se detalhado consultando-se o link.
Sei que se tem andado numa azáfama trepidante para conseguir inaugurar nesse dia, obras de iluminação da barbacã do Castelo de Leiria. Essas obras foram adjudicadas por 150.000 Euros. O morro do Castelo foi mexido e remexido. Esperemos que não se tenha afectado o equilíbrio das terras, rochas e arvoredo, que sempre têm sustentado esta área da cidade.Quanto a mim, este tipo de iluminação vai dar outra visibilidade nocturna ao morro em si, não ao castelo propriamente dito, visto que abrange a área onde mal se divisam algumas muralhas no lado Norte. Talvez que se passe a perceber melhor a existência do Portão Norte do Castelo, o que poderá constituir uma mais valia. É que este Portão, de muita beleza e valor arquitectónico  e histórico, está localizado num ponto muito fora do olhar dos visitantes e tem acessos difíceis e sem sinalização.

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2010/05/19

Blogosfera - Vida Sustentável

 
foto do site em referência
Leonardo Brant questiona a educação cultural para a sustentabilidade

O pesquisador de Políticas Sociais e autor do site Cultura e Mercado fala sobre sustentabilidade e questiona: 
Por que o mesmo tipo de convergência das agendas sociais não se efetivou do lado da cultura? Por que o apelo do marketing e do entretenimento sobrepõe-se às questões de relevância para o desenvolvimento cultural? Como buscar uma afinidade temática entre as questões ambientais e as responsabilidades social e cultural?

Para Brant, quando se fala em responsabilidade ambiental ou social, refere-se, em última análise, a uma necessidade de mudança de comportamento e atitude em relação a nós mesmos e ao planeta em que vivemos. “Uma questão cultural, portanto”, conclui ele.
“Por outro lado, a questão cultural é inexplicavelmente deixada de lado. Não faz parte do vocabulário e das discussões estratégicas no campo da sustentabilidade”, opina.






Vou participar nesta iniciativa. Para mim, trata-se simplesmente de um teste ao que se passa no mundo da blogosfera!...
Mais um passo na luta pela defesa do Ambiente Global?
Ou, simplesmente, mais uma acção oportunística de marketing?
Sem quaisquer pretensões, evidentemente. 
Obrigado pelo seu voto! (clic no link acima pf)

2010/05/16

LEIRIA - LARGO DA SÉ - SÓCRATES




(se clicar em cima das imagens pode apreciar melhor os pormenores)
As três figurações da fachada em azulejos do séc. XIX, desta casa,
(estou para me ir embora, um dia tão lindo e eu aqui enfiado, desde a manhãzinha) 
referem-se a Sócrates, Hipócrates e Galeno. A maioria das pessoas de Leiria e alguns estudiosos, durante muitos anos, identificaram a figura do lado esquerdo 
(Será, de facto, Galeno e não Sócrates) 
na qual se pode ler em letras maiúsculas a palavra "Sócrates" inscrita numa tábua/livro, como sendo o próprio Sócrates.
No entanto, tudo indica que não se trata do grande Filósofo. Quanto mais não seja porque Sócrates não nos deixou nenhum livro 
(ler o texto acima reproduzido dum velho dicionário que por aqui anda no escritório e que já é da família desde 1970).

A fachada desta casa é muito admirada, um ex-libris de Leiria, muito fotografada pelos turistas. Ouve-se, com muita frequência, que aquela figura é, «sem dúvida», Sócrates. Pois se até tem um livro na mão com o seu nome!...
Só que esse livro será uma compilação dos seus pensamentos escrita depois da sua morte pelos seus discípulos, provavelmente Galeno.

E é assim. Lembrei-me de vos deixar aqui esta informação 
(tenho a impressão que já não é a primeira vez...mas vale a insistência, penso eu
antes de acabar o dia de trabalho 
(Que rico Domingo!).
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2010/05/14

Não à fuga aos impostos! Não ao dinheiro público mal gasto!

clic para poder ler melhor

Lembram-se destes dísticos? Há cerca de um ano (esta foto é de Maio de 2009, andava eu entretido a fotografar uma olaia, a árvore da foto) o Ministério das Finanças estava envolvido numa campanha maciça para apelar aos cidadãos que pedissem facturas das suas compras de bens e serviços. O resultado não tem sido muito famoso até porque a maior parte das pessoas não precisa da factura para nada. Não podem deduzir no IRS (uma percentagem pequenina que fosse) pelo que não sentem a necessidade de obter esse precioso documento.
E como em Portugal não há a cultura de se passar a factura das vendas sem que o comprador as peça expressa e antecipadamente, uma grande parte das vendas de retalho (pelo menos) não é contabilizada. A partir daqui, o que é que se passa? O comprador paga o IVA mas este acaba por não entrar nos cofres do Estado. O IRC também é afectado porque incide sobre os lucros das empresas e este, como se sabe, depende fundamentalmente da contabilização ou não das vendas. 
Entretanto, a Factura do Ministério das Finanças aí está!...
 
Aproveitando a estada do PAPA em Portugal o Governo implementou um conjunto de medidas de aumento de impostos para fazer face à grave situação deficitária do Orçamento do Estado. Dentre essas medidas está o aumento em 1% de todas as taxas do IVA. Das restantes, talvez a mais significativa  vai ser o aumento das taxas do IRS em 1 e 1,5% consoante os rendimentos mensais não atinjam os 2.300 Euros ou os ultrapassem.

Temos assim que, agora mais do que nunca, já que temos que pagar mais IVA, todos nós devemos cumprir a rigor a obrigação cívica de exigir a Factura das nossas compras. É que, como facilmente se depreende, pagamos mais a pretexto do aumento das taxas do IVA e este acaba por não entrar nos cofres do Estado se não houver controlo sobre quem o liquida e cobra, que são os vendedores e prestadores de serviços.

Que cada um de nós faça a sua parte e havemos de sair desta maldita crise que nos traz a todos de cabeça à nora. 
Mas temos que exigir, com a força da nossa cidadania, uma coisa sacramental: Não podemos tolerar mais nem  a fuga aos impostos nem dinheiro público mal gasto!
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