A presente capa da celebérrima, durante décadas, revista do "Reader´s Digest - Selecções" corresponde ao número de Outubro de 1998, portanto já lá vai uma dezena de anos. Possuo quase todos os exemplares das "Selecções" desde os anos 40 do século passado (muitos que já foram pertença de outra geração). O manancial de informação contido nestas revistas é muito e variado, se bem que se saiba que no que respeita à visão político/social e até económica, a orientação editorial era e continua a ser (apesar de praticamente ter desaparecido de circulação nos últimos tempos) nitidamente pro-americana, pro-ocidental e visceralmente anti-comunista. O título do artigo principal é sugestivo e indicia uma leitura emocionante, tanto mais que, naquela época, estava em voga a prática de actos de terrorismo usando os aviões civis e respectivos passageiros. Nas circunstâncias descritas, 54 horas de terror, imagino que terão sido muito difíceis de suportar. O Mundo esteve em suspenso até ao fim daquela cobarde iniciativa dum grupo terrorista, nem interessa publicar o seu nome ou pretensos objectivos.
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Dez anos passados, eis que toda a Terra está suspensa duma crise global, que pode vir a afectar a própria maneira de viver a que o Homem está habituado e que julgava uma certeza absoluta e inabalável. Quando o preço do petróleo estava a subir, vertiginosa e implacavelmente, de repente fica a descoberto a grande mentira que tem sido o mercado da Alta Finança, a começar pelos próprios Estados Unidos. Bancos e outras instituições financeiras, que se compraziam em apregoar aos sete ventos, os milhões e milhões de Dólares e Euros dos seus lucros, dum momento para o outro entram em colapso, a começar pela falência dum dos maiores Bancos Americanos.
Começa-se a falar dos nefastos resultados da ganância e do objectivo supremo do Lucro, a qualquer preço, do sistema Capitalista (eu acrescentaria, Selvagem). Os "fenomenais" gestores, astronomicamente remunerados e a receberem colossais prémios de "produtividade" e "indeminizações" fantasmagoricamente desproporcionadas, sempre que, entre os senhores do capital, faziam as suas combinações para simularem despedimentos, afinal, na sua grande maioria, também tinham pés de barro. Têm andado a fingir que são capazes de gerar altos rendimentos de capital. E como? Usando e abusando do sofisma de se servirem de activos virtuais, que não existiam, pura e simplesmente, ou que pertenciam aritificialmente a várias pessoas/entidades ao mesmo tempo. Sabemos que o Risco é um factor determinante na rentabilidade do capital investido. Mas que tem de ser gerido com competência e sentido das responsabilidades. É que esses senhores não estão a gerir o seu capital próprio. Estão a lidar com a vida de milhões de pessoas/instituições que neles confiavam. E aqui é que está o cerne da gravíssima crise financeira, também, como era de esperar, já económica, que estamos a atravessar. As pessoas perderam a confiança nesses gestores e estão a concluir que têm andado a ser aldrabadas pela sua incompetência e ganância desmesurada.
Como nunca se viu, os Estados (capitalistas, socialistas e outros) unem-se o mais que podem e estão a tentar apaziguar os ânimos, com acções concertadas a nível global. Aliás, se não o conseguirem, funcionará inexoravelmente o instinto do pânico geral, que, como a própria natureza já nos ensinou à saciedade, não nos levará senão ao Caos.
Fala-se em que, se as coisas correrem bem, teremos pela nossa frente, dois a três anos para reposicionar o sistema de organização em que assenta a vida do Homem. Entretanto, que fazer? Se, no caso do sequestro acima referido, o tempo que durou o terror vivido pelas pessoas envolvidas, se fixou em 54 horas, agora teremos que nos mentalizar que esse tempo poderá alcançar as 25.000 horas!
Será que não nos deixámos ficar reféns de grupos de fanáticos milionários à conta do petróleo, infiltrados como eles hão-de estar nas grandes Multinacionais, Financeiras e Económicas, espalhadas por todo o Mundo? Será que os Altos estrategas políticos e militares Americanos e não só, não se distraíram com a Guerra armada e deixaram o flanco da gestão financeira estratégica a descoberto? Não andará por aqui a mãozinha de Osama Bin Laden, o milionário saudita e a sua tentacular organização terrorista Al-Qaeda?
Que o Homem consiga ser suficientemente humilde para tentar aprender com os seus erros! A actual crise financeira teria sido evitada caso os decisores políticos conhecessem o que determina a História da Contabilidade (Jorge Tua Pereda, catedrático da Universidade Autónoma de Madrid em declarações à Revista TOC da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas - Outubro 2008 - Nº 103).