2011/03/19
2011/03/17
Por PORTUGAL: entendam-se, Passos Coelho e José Sócrates!...
Minhas botas velhas, cardadas...
Palmilharam léguas sem fim
Acabarão penduradas
A ver Portugal assim?
Um choupal tão bonito
Verdes prados floridos
A continuar assim
Já estamos todos...perdidos!
2011/03/16
Leiria, junto à Sé, olá Olaia linda!...
Hoje, logo pela manhã, em Leiria. Estou a entrar no prédio da "Pharmácia Paiva". Lanço um olhar abrangente, alcança-se a Sé, o estaleiro de obras no seu Largo, a Rua da Vitória (a relembrar os tempos da vitória dos Aliados na II Guerra Mundial), a Rua D. Sancho I, ao fundo o Largo Cónego Maia.
Ainda não tinha dado por elas. Lá estão, mais uma vez, as Olaias em flor, lindas, Primavera à porta, Largo Cónego Maia requalificado. Com os choupos que o projecto inicial pretendia abater, ainda de pé, perfil histórico, sensível à vontade dos habitantes!...
No Japão, as centrais nucleares a colapsarem após um violentíssimo terramoto acompanhado por um devastador "tsunami"...
A Natureza a manifestar-se... a repetir-nos, ininterruptamente, que o Homem só existe enquanto uma minúscula parte do Infinito!...
2011/03/14
Radio Batalha - Conversas e Ideias: PEC IV - Mais austeridade
(clik para ouvir a Rádio Batalha)
Soares Duarte e
António Nunes
Hoje, 14 de Março de 2011, entre as 17h10 e as 17h30, na Rádio Batalha, 104,8 Mhz
-
Vou tentar fazer uma síntese da nossa conversa via rádio, animada e preocupada ao mesmo tempo.
Decididamente nós, o Povo da rua, aquele que quer é viver a vida do dia a dia, com dignidade, à custa do esforço do seu trabalho, estamos a atingir um ponto de saturação tal que já não podemos acreditar em mais de 10% do que vamos ouvindo na comunicação social, seja pela boca dos políticos que nos governam
-Atenção, muita atenção, estamos a ser governados, não só pelo Governo oficial do PS minoritário, mas também pelo Presidente da República, pelo PSD e pelos restantes partidos da Assembleia da República seja pela própria comunicação social.
As notícias vindas a lume são contraditórias, actualizáveis ao minuto. Mas, acima de tudo, muito desanimadoras. Perturbadoras, teremos mesmo que o dizer.
Durante décadas convencemo-nos que estávamos a viver num tempo de vacas gordas. Que toda a gente podia comprar casa (port vezes até com piscina), carro novo, mobílias novas, viajar para países exóticos. E se não tivéssemos todo o dinheiro necessário imediatamente disponível (que era o caso geral) não havia azar. Os bancos emprestavam-nos esse dinheiro, sem grandes burocracias e a taxas de juros baixas.
E assim fomos andando e nos deixámos embalar no canto da sereia.
Todo este regabofe tinha que dar mau resultado, obviamente. A dívida individual foi aumentando exponencialmente, ao mesmo tempo que com as contas do Estado acontecia o mesmo.
Sabendo nós e sentindo na própria carne, as consequências daqui advindas, damos connosco a perguntar:
E agora?
Tentando fazer uma ligeira recapitulação do que se tem vindo a passar e que nos afecta a vida, cada vez com mais premência, retomemos a história, na altura, em que os juros da nossa Dívida estavam em alta declarada. O Primeiro Ministro e o Ministro das Finanças trazem-nos notícias de Bruxelas:
- Acordo europeu para aumentar para 440 Mil Milhões de Euros a chamada FEEF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira);
- Que passará para 500 Mil Milhões em 2013;
- Flexibilizar a utilização destes fundos para serem utilizados na compra directa da Dívida Pública dos países em dificuldades e assim reduzir a pressão dos mercados externos para evitar a subida insustentável das taxas de juro.
Só que, entretanto, foram-nos impostas novas medidas de contenção e austeridade nos países periféricos como o nosso. É aqui que surge o já chamado PEC IV, que tanta celeuma está a levantar.
E o que é este PEC IV?
O Governo comprometeu-se na Sexta-Feira passada em avançar com novas medidas de austeridade:
- Aumento do imposto automóvel para reduzir o volume das importações;
- Corte nas pensões a partir de 1.500€ num montante médio (progressivo a partir de 3,5% até aos 10% para as mais altas;
- Revisão das Taxas do Iva;
- Revisão das condições de atribuição do subsídio de desemprego.
Entretanto, Passos Coelho, pressionado pelos gurus do seu partido e pela previsível impopularidade destas medidas, só possíveis com a sua aprovação, já que não acredito que o Governo se abalance sozinho neste difícil cruzada, já veio declarar que o Governo não pode contar com o PSD para as pôr em prática.
Face à nossa dramática situação, vamos a ver se Passos Coelho não vai ter de refrear os seus correligionários.
-
Segundo as últimas informações, os juros da Dívida Pública estão a descer drasticamente e a Grécia a ficar mais aliviada.
Será que a União Europeia, efectivamente unida, irá conseguir ultrapassar este Tsunami financeiro que está a atacar a estabilidade do Euro e da própria União?
2011/03/13
Indo eu a caminho de Viseu
Aspectos da bela cidade do Lis e dum choupal junto à Ribeira do Sirol!...
Tão pouco tempo
longe do Castelo de Leiria,
Já com saudades tamanhas
Eu que sou Viseense
Mas a sentir-me Leiriense,
também!...
-
preocupado com este país, com o imenso desfalque que o "sistema" permitiu que fosse feito, continuamente, ao longo de décadas, orçamento do Estado após orçamento, acumulando Déficits, inexoravelmente, transformando-se numa monstruosa Dívida Pública, que estamos agora à rasca para resolver, não se sabe como, aqui d´el rey quem nos acode, pendentes do que vai anunciar ao país o Snr. Passos Coelho, futuro próximo Primeiro Ministro?!, que têm estes prestidigitadores políticos andado a fazer, a esquecerem-se que são uns meros funcionários públicos da República Portuguesa, que tão desaforadamente tem vindo a ser servida e a servir de palco para este circo diabólico, o moderno Adamastor que temos que ultrapassar!...
©as-nunes
2011/03/12
A Vida é bela, o Homem é que dá cabo dela!
(clic para ampliar)
Será que não somos capazes de organizar a vida do Homem em harmonia com a Natureza?
gerações
à rasca
manifestações
Primavera
flores
renascer
ronronar
horizonte
choupos
bosque
nuvens
brancas
sol
luz
céu azul
sim à Primavera
sim ao Amor
sim à Solidariedade
não ao egoísmo
não ao rancor
não à crueldade
Sim à Vida!...
©as-nunes
2011/03/11
Gumiei - Ribafeita - Viseu - Memórias fotográficas
Dei com estas fotografias no meu Álbum digital, com data de 12 de Setembro de 2001. Têm a indicação de que estarão num site, que mantenho, mais ou menos em banho-maria, http://leiria.no.sapo.pt há já uns anos. Talvez desde 2006, altura em que me comecei a dedicar aos blogues. A verdade é que já dei uma volta aos vários links desse meu site e nada. Não consigo encontrar estas fotos on-line.
Esta a razão para a sua publicação neste sítio, nesta data.
Talvez com a ideia de que vamos reunir, em família, em Viseu, para comemorar os 86 anos do meu pai. Um grande abraço, pai Daniel.
1 - Casa do Padre Pinto em Gumiei - cujo interior tem uma capela em talha que o mesmo construiu;
2 - Capela de N. Sra. do Carmo em Gumiei, séc. XIX
Não me recordo de, naquela data, ter tirado estas fotos. Mas fiquei na dúvida. Serão mesmo de 2001?
Como é que estarão, hoje, estes dois ex-libris da povoação de Gumiei, ali mesmo à beirinha da minha terra natal, o Casal, menos de 1 km em linha recta, lá mais acima, logo a seguir a sede da freguesia, Ribafeita - Viseu?
Vou ver se consigo lá ir, com a minha inseparável máquina fotográfica.
hum... talvez não tenha tempo! Um dia destes tenho que aí ir, Gumiei! Há para aí uns 58 anos andei na escola Primária, só uns meses. Era com o Prof. Américo, quem se lembra, ainda? os mais velhotes, claro, pois se o meu pai também foi seu aluno!...
2011/03/10
Leiria, Auto-Estradas, Obras Públicas, a Quinta da Mourã e tantas outras...
(clic para ampliar)
A Quinta da Mourã é uma das emblemáticas áreas rurais da zona de Leiria. Situa-se no limite de três freguesias: da Barreira, da Azoia, dos Parceiros e de Leiria. A entrada principal está bem visível quem passa de automóvel na rua alcatroada ao lado Nascente do "Continente".
Encontra-se instalada junto ao Rio Lena, no vale ainda hoje de aparência bastante produtiva para a agricultura, floresta e pecuária. Ainda se observa a existência dum moinho de água que deve ter tido muito uso, pelo que me informam até aos anos 80 do século passado.
As obras de construção do IC36, que estão a desconfigurar completamente uma extensa área agrícola e florestal entre os Rios Lena e Lis, particularmente, os vales destes rios, também são visíveis numa das fotografias desta montagem.
Apetece-me perguntar: o que é feito das belíssimas intenções do MPRL - Movimento de Protecção do Rio Lena, solenemente constituído e apresentado publicamente no Salão Nobre da Câmara Municipal de Leiria, no dia 21 de Julho de 2002?
Temos que admitir, infelizmente, que todo aquele aparato acabou por se ficar pelos foguetes lançados ao ar!...
Lamentavelmente...
Apetece-me perguntar: o que é feito das belíssimas intenções do MPRL - Movimento de Protecção do Rio Lena, solenemente constituído e apresentado publicamente no Salão Nobre da Câmara Municipal de Leiria, no dia 21 de Julho de 2002?
Temos que admitir, infelizmente, que todo aquele aparato acabou por se ficar pelos foguetes lançados ao ar!...
Lamentavelmente...
Obras públicas em nome do progresso material a quanto obrigam!
Claro, como ainda hoje discursou o Snr. Presidente da República na tomada de posse para o seu segundo mandato, o Desenvolvimento Económico é o factor que condiciona toda a nossa vida material. Pelo que nos estão a convencer, teremos que aceitar essa inevitabilidade para que possamos acompanhar minimamente os restantes países da União Europeia.
Uma questão muito importante, dadas as avultadas verbas utilizadas, a ter em conta é se o ritmo a que se estão a implementar algumas obras públicas (muitas através de concessões e parcerias público-privadas) será coadunável com a nossa capacidade de endividamento público. Sim, já não nos podem restar quaisquer dúvidas, de que não estamos a conseguir criar riqueza nacional que nos permita muitas das veleidades a que nos estamos a abalançar. Até parece que já ninguém faz contas e balanceia devidamente o quociente custo/benefício dos investimentos públicos.
Das duas uma: ou se está a preparar nesta zona da Estremadura, uma área-motor da nossa Economia e então há que apoiar, com a necessária ponderação dos impactos ambientais, os investimentos em infra-estruturas rodoviárias que estão a ser levados a efeito; ou então, algo de muito difuso está a acontecer.
É que os juros da Dívida Pública têm que ser pagos! Pelos vistos vamos ter que os pagar com língua de palmo!...
.
A quadra acima transcrita é de Acácio de Paiva, grande poeta bucólico e humorista, que nasceu em Leiria, Largo da Sé, casa com frontaria em azulejos "viúva Lamego", "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", em 14 de Abril de 1863. Faleceu, com 81 anos de idade, na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944. Vai dar à estampa, em breve, uma brochura monográfica, iniciativa da Junta de Freguesia de Leiria, em recordação da sua vida e obra em prol das letras portuguesas e da sua amada cidade de Leiria.
Pode ler mais, seguindo este link e este outro, aqui mesmo.
©as-nunes
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A quadra acima transcrita é de Acácio de Paiva, grande poeta bucólico e humorista, que nasceu em Leiria, Largo da Sé, casa com frontaria em azulejos "viúva Lamego", "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", em 14 de Abril de 1863. Faleceu, com 81 anos de idade, na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944. Vai dar à estampa, em breve, uma brochura monográfica, iniciativa da Junta de Freguesia de Leiria, em recordação da sua vida e obra em prol das letras portuguesas e da sua amada cidade de Leiria.
Pode ler mais, seguindo este link e este outro, aqui mesmo.
©as-nunes
2011/03/06
Angola: A Rainha Ginga e a origem duma grande Nação
Movido pela curiosidade de aprender algo mais sobre Angola, as origens da sua constituição como Nação, desde a chegada dos portugueses, decidi comprar o livro de Manuel Ricardo Miranda, GINGA - Rainha de Angola. A verdade é que nós, portugueses, na sua maioria, o que retivemos na nossa memória de estudantes relativamente às chamadas Províncias Ultramarinas, ou seja às colónias que fomos constituindo nos vários pontos do globo, à medida que as nossas caravelas iam progredindo ao longo da costa africana, a partir do século XV, resumia-se aos seus nomes, à sua localização, principais cidades, área geográfica, riquezas naturais, povos nativos e pouco mais.
Foi assim que, finalmente, me debrucei, mais afincadamente, sobre a forma como surgiu o nome Angola.
Dá-se também o caso de que está na ordem do dia falar-se do Dia Mundial da Mulher (ainda que, pelo calendário, só se comemora oficialmente, no próximo dia 8). Decidi-me a escolher como referência, precisamente, o nome da mulher que terá dado origem ao nome desta grande nação africana, resultado de muitas intrigas, muitas lutas e morticínios, inicialmente em resultado do maior negócio do século, que era o tráfico de escravos para seguirem para as roças Brasileiras.
Foi no século XVI que Portugal começou a incrementar as suas relações comerciais com África. Já em pleno século XVII, outros países europeus, particularmente os holandeses, autênticos piratas em busca de tesouros desprotegidos, começaram a cobiçar as riquezas naturais e os lucros fabulosos resultantes do comércio de escravos, que passaram a orientar-se, não só para o Brasil, mas também para S. Tomé e Príncipe e para as Antilhas, espalhando-se até à America do Norte.
Em Cabassa, Angola, nasce em 1582, Nzinga Mbandi Ngola, que os portugueses mais tarde ficaram a conhecer como Rainha Ginga.
Rezam as crónicas que esta mulher tinha uma personalidade extraordinariamente forte e que era dotada de grande beleza.
No decorrer da primeira das suas acções diplomáticas junto do Governador português de Angola, João Correia de Sousa, permaneceu algum tempo em Luanda, tendo aceitado baptizar-se com o nome de Ana de Sousa.
Pelo que aprendi (na wikipédia já existe muita informação), muito se podia escrever acerca do intrincado percurso da sua vida, no entanto podemos sintetizá-la, classificando Nzinda (Ginga, para os portugueses) como tendo sido, na sua época, a mulher mais poderosa de toda a África.(1)
Ou, muito simplesmente, como refere o autor do livro que indiquei acima:
"Com uma visão notável de estadista para a época, a sua figura está ligada à génese dos movimentos nacionalistas angolanos, da luta de resistência à ocupação do território e, sobretudo, ao tráfico de escravos."
Por isso mesmo, o Governo de Angola, independente, mandou erigir-lhe uma estátua em Luanda, para perpetuar a sua memória e o alcance nacionalista da sua acção como estadista e estratega militar.
Morreu em 1663 com 81 anos. O autor do livro que me serviu de guia escreve que a data do seu nascimento terá sido em 1581. No entanto, pelo que se consegue ler na placa identificativa da sua estátua em Luanda, nasceu em 1582.
(Gravura de Nzinda, acima apresentada, é uma reprodução da Rélation Historique de l'Ethiopie Occidentale, do P. Labat – Paris, 1732)
-
(1) http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190253POR.pdf
Este link permite-nos consultar, em português, uma vasta literatura sobre a História da África desde a pré-história até aos nossos dias, em 8 volumes.
Mais precisamente, na página 662 de
HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA •
Vol. V
África do século XVI ao XVIII
podem obter-se informações pormenorizadas e de excepcional rigor relacionadas com o tema desta entrada.
-
A pág. 315 e 316 também se podem ler dados muito interessantes acerca da actuação dos portugueses na costa ocidental africana, desde a Madeira, passando por Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe até à zona do Senegal, ou antes da Senegâmbia, na altura, as bacias dos rios Senegal e Gâmbia.
Foi assim que, finalmente, me debrucei, mais afincadamente, sobre a forma como surgiu o nome Angola.
Dá-se também o caso de que está na ordem do dia falar-se do Dia Mundial da Mulher (ainda que, pelo calendário, só se comemora oficialmente, no próximo dia 8). Decidi-me a escolher como referência, precisamente, o nome da mulher que terá dado origem ao nome desta grande nação africana, resultado de muitas intrigas, muitas lutas e morticínios, inicialmente em resultado do maior negócio do século, que era o tráfico de escravos para seguirem para as roças Brasileiras.
Foi no século XVI que Portugal começou a incrementar as suas relações comerciais com África. Já em pleno século XVII, outros países europeus, particularmente os holandeses, autênticos piratas em busca de tesouros desprotegidos, começaram a cobiçar as riquezas naturais e os lucros fabulosos resultantes do comércio de escravos, que passaram a orientar-se, não só para o Brasil, mas também para S. Tomé e Príncipe e para as Antilhas, espalhando-se até à America do Norte.
Em Cabassa, Angola, nasce em 1582, Nzinga Mbandi Ngola, que os portugueses mais tarde ficaram a conhecer como Rainha Ginga.
Rezam as crónicas que esta mulher tinha uma personalidade extraordinariamente forte e que era dotada de grande beleza.
No decorrer da primeira das suas acções diplomáticas junto do Governador português de Angola, João Correia de Sousa, permaneceu algum tempo em Luanda, tendo aceitado baptizar-se com o nome de Ana de Sousa.
Pelo que aprendi (na wikipédia já existe muita informação), muito se podia escrever acerca do intrincado percurso da sua vida, no entanto podemos sintetizá-la, classificando Nzinda (Ginga, para os portugueses) como tendo sido, na sua época, a mulher mais poderosa de toda a África.(1)
Ou, muito simplesmente, como refere o autor do livro que indiquei acima:
"Com uma visão notável de estadista para a época, a sua figura está ligada à génese dos movimentos nacionalistas angolanos, da luta de resistência à ocupação do território e, sobretudo, ao tráfico de escravos."
Por isso mesmo, o Governo de Angola, independente, mandou erigir-lhe uma estátua em Luanda, para perpetuar a sua memória e o alcance nacionalista da sua acção como estadista e estratega militar.
Morreu em 1663 com 81 anos. O autor do livro que me serviu de guia escreve que a data do seu nascimento terá sido em 1581. No entanto, pelo que se consegue ler na placa identificativa da sua estátua em Luanda, nasceu em 1582.
(Gravura de Nzinda, acima apresentada, é uma reprodução da Rélation Historique de l'Ethiopie Occidentale, do P. Labat – Paris, 1732)
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(1) http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190253POR.pdf
Este link permite-nos consultar, em português, uma vasta literatura sobre a História da África desde a pré-história até aos nossos dias, em 8 volumes.
Mais precisamente, na página 662 de
HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA •
Vol. V
África do século XVI ao XVIII
podem obter-se informações pormenorizadas e de excepcional rigor relacionadas com o tema desta entrada.
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A pág. 315 e 316 também se podem ler dados muito interessantes acerca da actuação dos portugueses na costa ocidental africana, desde a Madeira, passando por Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe até à zona do Senegal, ou antes da Senegâmbia, na altura, as bacias dos rios Senegal e Gâmbia.
actualidade Angolana
NB.:
Aconselho a leitura http://clubedospensadores.blogspot.com/2011/03/falsa-anunciada-mega-manifestacao-em.html
acerca da possibilidade de manifestações em Luanda convocadas pela via da moda: o Facebook.
Será que esta forma de convocação das massas populares para a manifestação nas ruas e praças das cidades é só uma moda, ou algo de mais urgente e de ruptura social está em causa?
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2011/03/04
LEIRIA a arder...evocação dos 200 anos da 3ª Invasão Francesa
Uma conclusão e um repto lançados por Carlos Fernandes:
Há, pois, um tempo antes e um tempo depois de 5 de Março de 1811. Leiria renasceu paulatinamente das cinzas de há 200 anos para cá.
Há que promover o debate inadiável sobre um Plano de Desenvolvimento de toda a região de Leiria. São já notórios os sinais de revitalização deste pólo fundamental para o necessário e urgente relançamento do Portugal de hoje!
-
"O soldado Wheeler recordou os numerosos corpos estendidos nas ruas das vilas e aldeias pelas quais passavam, cujas casas eram muitas vezes incendiadas para embaraçar o avanço dos Aliados. Foi o que aconteceu em Leiria:
A vila ardera em diversos pontos, as casas estavam completamente abarrotadas [sic], portas, janelas, gelosias, e em muitos locais os soalhos tinham sido arrancados para servirem de combustível [...] as igrejas não escaparam, os túmulos estavam abertos e os mortos tinham sido arrastados para fora.
Marchando no trilho do exército francês, os britânicos viram muitas cenas terríveis. Grattan recordou a destruição de belas vilas como Leiria e Pombal e as brutalidades e crimes cometidos contra os seus habitantes."(*)
Convento de Sant´Ana, à data em que foi incendiado pelos franceses, em 5 de Março de 1811, aquando da III Invasão Francesa. A Igreja que se vê do lado esquerdo é a Igreja do Espírito Santo, junto à Rotunda do Sinaleiro, em Leiria.
(clic para ampliar)
clic para ampliar.
Com a esperada concordância do "Diário de Leiria"
in "Diário de Leiria" de 3 de Março de 2011
-
(*) p. 181, Wellington contra Massena - A terceira Invasão de Portugal - 1810-1811
David Buttery
Ed. Gradiva, 2008
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2011/02/28
Leiria-Cortes-Barreira: Quinta de Vale de Lobos e obras do IC36
Aspecto geral dos edifícios que integram o núcleo central da mítica Quinta de Vale de Lobos, na área de Barreira, Cortes, Leiria. Esta fotografia foi tirada desde a localidade de Vidigal, que abarca o vale do Lis, na zona onde está a ser construído um viaduto, parte integrante do IC36, sobre as terras, das mais férteis e de relevante interesse ambiental de toda a bacia deste rio.
Continuamos a ver, do lado esquerdo, a Quinta de Vale de Lobos. Sobressaem, no entanto, as imponentes obras do viaduto que liga a encosta da Quinta, atravessa o vale do Lis e prossegue, do outro lado do rio, na encosta da margem direita, na zona do Vidigal-Norte. Por entre os pilares do viaduto ainda se vislumbram umas construções, que pertencem à Quinta de S. Venâncio.
Mais um desbaste na zona florestal, de terrenos de cultivo de primeira qualidade em nome do desenvolvimento económico. Toda a área onde se veem terras movimentadas recentemente constituía uma floresta à base do carvalho robles (Quercus robur).
Mais um desbaste na zona florestal, de terrenos de cultivo de primeira qualidade em nome do desenvolvimento económico. Toda a área onde se veem terras movimentadas recentemente constituía uma floresta à base do carvalho robles (Quercus robur).
A páginas 39 do livro RECORTES do Jornal daí – vol II (1), lê-se, a propósito dos “Moinhos das Cortes em 1906”, da autoria de Carlos Fernandes, o seguinte:
“...Por conseguinte, em 1922, pelo menos uma propriedade na Ponte do Cavaleiro tinha a designação de “D. Ignez”, indiscutivelmente uma reminiscência muito forte da senhora que, nos finais do século XVIII, tinha três moinhos a laborar nas Cortes. E a sua importância seria de tal monta que o seu nome se confundia com o nome da povoação ou, pelo menos, com o daquela propriedade que passou a domínio da Quinta de Vale de Lobos e de que, em 1922, era proprietário o engenheiro Roberto Charters d´Azevedo, filho do Visconde de S. Sebastião, das Cortes. O mesmo Roberto Charters que é o autor da planta da bacia do rio Lis de que falámos no início deste apontamento.”
Deixo aqui este registo, em complemento das notas que se seguem, fundamentadas no que Ricardo Chartres d´Azevedo deixou escrito no livro “Villa Portela”(2), a que já me referi, quando abordei o tema da Quinta de S. Sebastião.
Esta questão da Quinta de Vale de Lobos já faz parte do meu longo processo de aprendizagem da história de toda esta zona, já que, no início da primeira década deste século, fui membro da Junta de Freguesia da Barreira e, na altura, fomos confontados com o problema de delimitação das áreas territoriais das freguesias de Barreira, Cortes, Leiria e Golpilheira. Muito se falou na Quinta de Vale de Lobos, se ficaria na Barreira ou em Leiria. Acabámos, por consenso, em estabelecer que ficaria a pertencer à freguesia de Leiria e que, entretanto, a freguesia da Barreira, junto ao Quartel do RAL 4, passaria a ser delimitada pela Rua José Marques da Cruz. E assim passou a constar.
1) Ed. Do “Jornal das Cortes – mensário regional” de 2007
(2) ler "Villa Portela", ed. gradiva, Ricardo Charters d´Azevedo, p. 83 e nota 62:
Das diversas propriedades que o 1º Visconde de S.Sebastião teve nos arredores de Leiria, destacamos a Quinta de Vale de Lobos (nota 62) e, ...
Em 1868, era seu feitor António Pereira, Cf. A.D.L., paróquia das Cortes, Casamentos, 1815-1869, fl. 99v.
(2) ler "Villa Portela", ed. gradiva, Ricardo Charters d´Azevedo, p. 83 e nota 62:
Das diversas propriedades que o 1º Visconde de S.Sebastião teve nos arredores de Leiria, destacamos a Quinta de Vale de Lobos (nota 62) e, ...
Em 1868, era seu feitor António Pereira, Cf. A.D.L., paróquia das Cortes, Casamentos, 1815-1869, fl. 99v.
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2011/02/27
Pousos - Alfarrobeira
2011/02/25
Jaime Cortesão - Um duplo combate: política e história
I
Ser um árabe e ter perto
A morena companheira,
A vida um grande deserto,
Tu, a única palmeira;
Manto ao vento, ir de carreira
A galope, em campo aberto,
Na mão a lança guerreira...:
- Assim eu sonho, desperto.
Cai a tarde. Volto a casa.
E já da planície rasa,
Surge a cidade natal.
Voam cegonhas ao Sul;
Ofusca a alvura da cal;
E há minaretes no Azul.
...Mais um encontro do Grupo de Poetas de Alcanena. Vai falar-se de Jaime Cortesão. Lembrava-me de ter estudado este grande vulto da cultura, política e histórica, no Ensino Secundário do Portugal dos anos 60. E fiquei em mente, com o seu nome e uma ideia da sua obra.
É assim que, como participante no encontro, voltei a este autor literário.
Uma curiosidade muito simbólica para mim foi ter encontrado dois livros de Poesia na Biblioteca João Soares, na localidade de Cortes, que têm um carimbo com a indicação "Oferta de Rocha Silva". O Dr. Rocha Silva, era um Economista afamado, ilustre militante de sempre do PS, que viveu a maior parte da sua longa existência em Leiria e chegou a ser Governador Civil do Distrito, já depois do 25 de Abril de 1974. Tive a honra de ser seu amigo. Chegámos a trabalhar em conjunto nalgumas Peritagens Judiciais na área da Economia e Gestão de Empresas.
-
Jaime Cortesão (Ançã/Cantanhede, 29-4-1884 – Lisboa, 14-8-1960) foi um intelectual que, privilegiando concomitantemente a investigação, a reflexão e a acção, ocupou um lugar proeminente na cultura política e na cultura histórica do seu tempo, sobretudo pela afirmação de um duplo combate – político e de reavivar a consciência histórica e cívica – presente na produção escrita e na acção cultural e cívica. O impulso dinamizador e o sentido da convergência foram os traços mais característicos da sua personalidade. Foi sobretudo um «polarizador de doutrina», um «catalisador» de ideias, como o definiu Aquilino Ribeiro, mais «congraçador» do que «hostilizador dos homens», como o considerou José Rodrigues Miguéis.
in http://cvc.instituto-camoes.pt/figuras/jcortesao.html
Ocorre-me dar relevo à obra de jaime Cortesão, "Influência dos Descobrimentos Portugueses na História da Civilização", aproveitando para trasnscrever o seguinte:
"...Essa feição astronómica e matemática da geografia de Ptolomeu, tão acentuada ente os Árabes, veio a tornar-se um dos elementos mais fecundos na formação da ciência náutica dos Portugueses, e, por consequência, no conhecimento do globo."
(Copyright ©as-nunes)
in http://cvc.instituto-camoes.pt/figuras/jcortesao.html
Ocorre-me dar relevo à obra de jaime Cortesão, "Influência dos Descobrimentos Portugueses na História da Civilização", aproveitando para trasnscrever o seguinte:
"...Essa feição astronómica e matemática da geografia de Ptolomeu, tão acentuada ente os Árabes, veio a tornar-se um dos elementos mais fecundos na formação da ciência náutica dos Portugueses, e, por consequência, no conhecimento do globo."
(Copyright ©as-nunes)
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poesia
2011/02/24
Rua da Lapa - Pousos - Leiria: As giestas brancas aí de novo
Ao descer esta rua, vindo da zona da Igreja Matriz dos Pousos, em direcção ao Vale do Sirol, a Ribeira revolta com muita água.
Seguindo, rua abaixo, vai-se paralelamente à variante do Hospital de Sto. André para o nó rodoviário, que brevemente receberá o IC36, que vem do Alto Vieiro, para ligar a A8 à A1. Nessa rua, ainda vemos nas bermas, giestas, tojos, os restos de pinhais, sobreiros, choupos, até uma cerca com porcos pretos criados ao ar livre. Do outro lado, a Auto-Estrada (a variante) que se vê na foto.
Tanto alcatrão! Tanto kilómetro de automóvel a devorar!...
Quem irá usar no futuro tanta Auto-Estrada? que, imagino, vai ser paga km a km, litro após litro de combustível, o petróleo a preços incomportáveis!...
Já me sinto perdido a fazer contas e mais contas à vida!...
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GIESTAS
Recordo o tempo da giesta em flor
A dar uma outra cor à nossa estrada;
Caminhos que seguíamos, de amor
Ele a florir também, na alvorada.
O branco e amarelo, o bicolor
Mostravam cada encosta matizada;
O brilho à luz do sol, no seu esplendor!
De mim saía um poema, uma balada...
Depois, as auto-estradas do progresso.
Às vezes vou nas outras, que não esqueço,
Embora fique aquém das horas lestas;
É nelas que à minha alma sempre assoma
Lembrança de algum beijo... no aroma
Que vinha então selá-lo, das giestas.
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(Copyright ©as-nunes)
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