2007/08/21

S. Francisco de Leiria

Hoje, ao princípio do dia, férias cá dentro, tomava um pequeno almoço, ali numa esplanada do CC Maringá (bem que se lhe podia ter dado outro nome, mas enfim. Porque não CC S.Francisco?, por exemplo? É verdade que, mais tarde, foi instalado, nas proximidades, um Centro Comercial com este nome, na mesma Rua de S. Francisco(*)). Claro, tinha que andar com a minha máquina fotográfica a tiracolo, a Zaida já nem me diz nada, olhei, voltei a olhar, aquele contraluz duma manhã cristalina, algo fresca, esta mota, ao fundo os ciprestes do Cemitério de Sto. António do Carrascal, lá no alto, o conjunto da Igreja de S. Francisco(**), requalificada nos anos 90 do séc. passado. Como resitir à magia deste momento?!
Todas as árvores são um encantamento para mim. E se as há que me seduzem perticularmente - pela sua beleza, pela sua variedade dentro da grande família Quercus, uma delas é o Carvalho. Já fotografei diversas vezes uns carvalhos do género deste que vos mostro em primeiro plano, jovens, que estão em pleno vigor num recanto ajardinado nas traseiras da Igreja de S. Francisco (estamos em Leiria - sem esquecer que esta igreja também esteve ligada a um convento).
Muito sinceramente, não consegui ainda classificá-lo com o rigor indispensável, limitei-me a olhá-lo e comparar o recorte das suas folhas com os manuais de Botânica que tenho ao meu dispôr, eu que ando somente a tentar aprender os nomes das árvores de Leiria, a ver se consigo familiarizar-me com elas um pouco mais. Parece-me ser um Quercus velutina.
- Conforme se pode observar na fotografia acima, ao lado da igreja de S. Francisco, foi construída, segundo se julga pelo Bispo D. Miguel de Bulhões, um pouco à frente e ao lado, com limite para a Rua já referida, uma "capela dos Terceiros".
Nela está incrustada uma pedra com as armas da Ordem Terceira de S. Francisco, cuja fotografia desta data mostra o seguinte brasão:
Partida: na primeira as chagas de S. Francisco;
na segunda as armas de Portugal.
Na base lê-se a legenda: ANNO 1719.
Na fachada principal da Igreja existe outro brasão da mesma Ordem, algo mutilado.
A Ordem de S. Francisco foi muito influente em Leiria, tendo eu lido, recentemente, que em 1905, havia a Procissão dos Passos que, no itinerário de Jesus no seu Calvário, saía da Igreja de S. Francisco e seguia os seus Passos até à Sé de Leiria. Permito-me mostrar um excerto da fotografia digital que tirei hoje mesmo, no Arquivo Distrital de Leiria, extraída do Semanário "Leiria Illustrada", nº 15, de 17 de Março de 1905 (tendo em conta que o nº 14 saíu à estampa em 9 de Março de 1905 - não anotei a data precisa nem tal ficou na foto).
O Arquivo Distrital de Leiria possui um acervo assinalável de jornais e outra imprensa de épocas remotas.
A consultar, incluindo o seu site na internet.
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(*) A Rua de S. Francisco vai da Rua Capitão Mouzinho de Albuquerque à Rua Dr. Américo Cortês Pinto (a rua ao longo do Marachão, que vai dar ao Teatro José Lúcio da Silva). Tem este nome por Alvará do Governo Civil, de 18-12-1877.
(**) Esta Igreja, que há muito ameaçava ruir, pertencia ao conjunto do antigo Convento de S. Francisco. Hoje, depois de vicissitudes várias quanto à sua propriedade e destino na sequência da extinção das ordens religiosas(***), está restaurada e aberta ao culto. A Igreja de S. Francisco, Leiria, esteve no centro de algumas polémicas relativas à jurisdição das igrejas de Leiria. Em 1503, na Igreja de S. Francisco de Leiria, uma bênção episcopal lançada por D. Jorge de Almeida, deu azo a processos e contestações, em termos da "luta" que então se travava entre o Bispo de Coimbra e os Cónegos Regrantes de Santa Cruz, que detinham um enorme e velho poder. (conforme se pode inferir da leitura dos trabalhos abaixo assinalados em que uma quota importante é da resposnabilidade do historiador Prof. Dr. Saul Gomes). Mais se poderá apurar pela leitura da bibliografia abaixo referida, mas não, ao que é do conhecimento público, em relação à data precisa da construção desta igreja.
(***) Ver "Leiria-subsídios para a História da sua Diocese" - A. Zúqute; "Anais do Município de Leiria" - João Cabral - vol I - 2ª ed.revista e aumentada - CML 1993; "Catedral de Leiria" - ed. "Diocese de Leiria-Fátima" - Leiria 2005; e "Organização paroquial e jurisdição eclesiástica no priorado de leiria" - Saul Gomes.
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2007/08/19

Só visto!



Bem prega Frei Tomás!...

1) O poste de iluminação pública está sujo porque desde a sua instalação, já lá vão uns bons anos, nunca lhe foi retirado o papel colado que o envolvia para efeitos de transporte;

2) As cadeiras devem ser pertença dum bar aqui mesmo ao lado (do qual se ouve o ruído suficiente para ser praticamente impossível trabalhar ao serão ou dormir, a não ser a partir das tantas da madrugada, nos andares por cima) . São da cor que se vê, perfeita sintonia com o Largo da Sé Catedral de Leiria, e parece que é para ali estacionarem "ad eternum"!;

3) Não seria de se pintar (ao menos isso) as paredes da casa onde, por sinal, trabalhou como Administrador do Concelho, o grande Eça de Queirós, ele próprio (no 1º andar - na extrema direita da foto vê-se a varanda do que foi o seu gabinete - da esquina com a Rua da Vitória)?;

4) Porque não retirar, pura e simplesmente, o sinal de estacionamento proibido, o que está no meio do Largo?

5) Não se vê nesta foto, mas junto à escadaria para o Adro da Sé, existe o local, no chão do passeio, onde era suposto estar um Jacarandá, igual aos que estão à vista. Volvidos uma data de anos ainda ninguém se lembrou de lá plantar outra árvore! Temos que ser nós, os "moradores" daquela zona, a tomar a iniciativa de o fazer? Mesmo assim, não acabaríamos por ser multados?

Haja mais respeito pelo Centro Histórico de Leiria!

(clic para ampliar e para melhor se entender as incongruências entre o sermão do painel e a prática)

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2007/08/16

Recantos de Leiria

O Rio Lis à nossa direita. À esquerda o Jardim Luís de Camões "requalificado". Quedemo-nos na contemplação deste recanto do Marachão, uma longa alameda lateral ao Lis. O olhar alonga-se na direcção Norte/NW. São 3 horas da tarde, meados de Agosto deste ano sem estações do ano: primavera/outono/primavera/inverno/outono/primavera/verãozito...
As árvores. Estou a aprender a conhecê-las. Quero passar a chamá-las pelos seus próprios nomes. Não é tarefa fácil. Aliás, os serviços de espaços verdes da Câmara também em nada ajudam quem passa...e olha à sua volta...quando olha.
Vejamos: sem me socorrer das minhas notas: da esquerda para a direira: plátano bastardo (padreiro); liquidambar (em primeiro plano a começar a assumir a bela cor vermelha das suas folhas de fins de Verão); faia (pouco se vê da sua copa); uma melia azedarach com os seus ramos cheios de frutos característicos a espreitarem a objectiva.
Ultimamente dou comigo a observar o desenvolvimento destas e doutras árvores de Leiria, ao longo do ano.
Um espectáculo esplendoroso, visto assim na sequência das imagens do ano inteiro!

2007/08/15

MARIA...

Hoje, em Leiria, há festa em honra de N. Sra. da Encarnação, padroeira da cidade.
Aliás, esta foto foi tirada ontem, desde o alto do Santuário com o mesmo nome, localizado num monte com encostas muito arborizadas, a oriente do Castelo de Leiria, enquadrado a preceito com uma linha de horizonte, como que a anunciar a própria
Assunção de Maria.(*)
Segundo rezam os "Anais do Município de Leiria", de João Cabral, a pág. 22 do III volume - 1993: "As imagens de Nossa Senhora e de S. Gabriel que estão sobre a porta principal são de pedra e foram ali colocadas em 1890." Eu não dei conta.

Mais notas sobre este Santuário podem consultar-se aqui.

(*) Assunção de nossa Senhora é uma solenidade da Igreja Católica referente à elevação de Maria em corpo e alma à eternidade para junto de Deus de forma definitiva.
Não há registos históricos do momento da morte de Maria. Desde os primeiros séculos usou-se o termo dormitio (dormição) no lugar de morte de Maria. A partir do
século VIII, no ocidente, o termo dormição foi substituido por Assunção. (in wikipédia). Por esta razão é que o dia 15 de Agosto é Feriado santificado (também Feriado Nacional na maioria dos países católicos; em Portugal este feriado foi confirmado como Nacional por força da última revisão da Concordata entre o Estado Português e a Santa Sé, já em 2004; entrou em vigor em 18 de Maio. Substituiu a de 7 de Maio de 1940 ).

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2007/08/12

Centenário de Torga e Leiria

Hoje comemora-se o Centenário exacto do nascimento deste grande vulto das letras e da Cultura portuguesas do século XX.

É-me grato, em mais esta oportunidade, deixar aqui assinalado o facto de Miguel Torga ter vivido, embora por pouco tempo, em Leiria
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"Viveu em Leiria, na casa que existiu na Rua Comandante João Belo, que fazia esquina em frente à actual Casa Iglésias e onde exereceu a sua actividade médica." (conforme Boletim da Associação dos Antigos Alunos da Escola Domingos Sequeira - "Lucerna" e "Toponímia de Leiria" de Alda Sales, ed. da Junta de freguesia de Leiria).

Posso acrescentar que essa casa se situaria, em tangente com o Largo Marechal Gomes da Costa. Como curiosidade/coincidência, nessa mesma zona, está colocada uma estátua de Afonso Lopes Vieira, outro grande escritor/poeta, séc. XIX/XX, intimamente ligado a Leiria.
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"Estou a reportar-me ao primeiro volume do seu numeroso Diário, onde Torga registaria, uma semana após, a sua prisão deste modo:
Cadeia de Leiria, 30 de Novembro de 1939

EXORTAÇÃO

Meu irmão na distância, homem
Que nesta mesma cama hás-de sofrer:
Que nem a terra nem o céu te domem;
Nenhuma dor te impeça de viver!

A página seguinte do Diário – I já é escrita na cadeia do Aljube, em Lisboa, mas apenas a 6 de Dezembro. E, encarcerado pelo menos até 1 de Fevereiro de 1940, escreverá ainda cinco poemas (sempre poesia, é curioso, embora nos seus Diários predomine a prosa)."
(conforme Zé Oliveira (cartoonista do "Região de Leiria") aqui)
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«1939 …Edita “O Quarto Dia” d” A Criação do Mundo, um dos poucos testemunhos sobre a Guerra Civil de Espanha que em Portugal foram produzidos a partir de uma vivência in loco e publicados durante o conflito. A descrição crua de uma Espanha devastada pela luta fratricida e dominada pelo franquismo, e também uma Itália arrebatada pelos discursos de Mussolini, leva Miguel Torga às cadeias de Salazar. O livro é imediatamente apreendido, e o autor é preso em Leiria, e depois levado para o Aljube.... "
(conforme escreve José Pacheco Pereira aqui)
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A única evocação de Torga em Leiria consiste no nome duma rua, a Rua Miguel Torga, que vai da Rua da Fábrica do Papel à Avenida N. Sra. de Fátima, conforme deliberação da Câmara Municipal em 4 de Fevereiro de 1977.
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Duas notas dissonantes:

1) Não tive conhecimento de que em Leiria se tivesse evocado data tão significativa; afinal Torga, Dr. Adolfo Rocha, exerceu medicina, durante algum tempo, na cidade do Lis. Teria sido uma boa oportunidade para se dar relevo à sua ligação à cidade de Leiria. Um busto ao lado desta placa toponímica (requalificando este trecho da parede do prédio que se vê na foto), por exemplo, poderia ser uma boa forma de se homenagear tão emérito vulto da nossa história contemporânea.
2) Será que as cerimónias que tiveram lugar ontem, em Coimbra, a inauguração da Casa-Museu "Miguel Torga" e o memorial "Torga" na ponte de Santa Clara, precisamente no dia em que se completaram 100 anos sobre a data do nascimento do grande Torga, não mereciam maior atenção por parte do Governo de Portugal?

2007/08/11

Consertando e Desconsertando


O Snr. Inocêncio. Há cinquenta anos (número arredondado por mim, que ele fez as contas e falou-me em 49 anos e tal) a consertar sapatos. Sempre neste sítio da cidade de Leiria.
Há 41 anos que vivo nesta cidade e nunca tinha reparado no pormenor da oficina artesanal do Snr. Inocêncio.

Há dias, descia eu a Rua de Alcobaça, vinha da "Caixa de Previdência" lá em cima, no Largo da República (também lhe chamamos a "Praça do Município") eis senão quando, olho para o cimo dum telhado (ele próprio velho e carcomido pelo tempo, que já terá coberto uma casa, ela própria também a ameaçar ruir por todos os lados) e o que é que lá vejo: um triciclo (ele próprio igualmente de modelo antigo, todo ferrugento). Espantei-me com tal descoberta. Fiquei a saber que já lá está há imenso tempo! Como é que um triciclo vai estacionar em cima dum telhado decadente duma casa em ruínas, que até parece que não tem proprietário?! Então, e os serviços da Câmara Municipal não dão por nada?
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Dálias, abelhas e...Futebol



Hoje, Leiria, está cheia de leões e dragões...
para ver ao vivo o jogo da final da Supertaça "Cândido de Oliveira".
De qualquer modo, aqui há mais vida para além do FCP ou do SCP. Aquele rosa da dália não poderá estimular os Benfiquistas? Apesar de tudo...
Mesmo assim lá estarei,logo à noite, no Estádio, na companhia do Moura. O meu neto (dragão ferranho, ainda tentei convencê-lo a ser Benfiquista, mas nada feito) vai entrar em campo com as duas equipas. Claro, equipado a rigor com as cores do FCP.
(a composição acima foi retirada do site da SIC)


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2007/08/09

Chorai, oh homens chorai!...



Esta foto, talvez de 1970, representa um "golfinho-de-água-doce" da China. Segundo notícia da Antena 1, foi declarado extinto. O Mundo está mais pobre.
Bonita e sentida homenagem no "gatimanhos".
-foto retirada da revista "fauna" - ed. 1972

2007/08/08

Edição ne varietur


Há que tempos que ando a namorar estes dois livros. Comprei-os há dias.
Acredito que haja muito boa gente que se interrogue, como eu me vinha interrogando (podia dizer que sim senhor, dominava perfeitamente este tema, mas tenho que admitir a minha ignorância, entretanto colmatada, julgo eu), do significado rigoroso da expressão "Edição ne varietur" inserta na capa do livro de António Lobo Antunes. Confesso que tive que fazer umas consultas na internet e, com a ajuda da Zaida (ela é que estudou "Latim" nos seus tempos do Liceu), confirmei num livro (que o dicionário mais sofisticado que cá tenho em casa, o "Dicionário Houaisse da Língua Portuguesa" não me ajudou em nada) lá consegui obter o resultado desejado:
"Ne varietur, como bem observa AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, trata-se de uma locução latina que significa: “Para que nada seja mudado”; usada para indicar reprodução muito fiel (Pequeno Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa, 11ª Ed., Ed. GAMA)."
Ou seja, o texto publicado é rigorosa e certificadamente igual ao original entregue pelo autor à editora.
Está-se sempre a aprender. Se a minha irmã mais nova lê este post até cora de "vergonha" por esta minha confissão!...
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2007/08/04

Barreira - Leiria em festa

Como já anteriormente referi, está na altura das festas em honra do Santíssimo Salvador, o que acontece este fim-de-semana, na sede da freguesia da minha residência.
Na foto acima podem notar-se os enfeites tipicos da actualidade para avisar os visitantes que a festa é aqui. O edifício que se mostra é o chamado Solar do Visconde, com a entrada encimada com o brasão(1) do Visconde da Barreira. A envolver o Solar pode vislumbrar-se o lindo e centenário jardim do Visconde, tílias sobre o lado esquerdo da foto e uma araucária a destacar-se no azul do céu da Barreira.
Como já prometi, proximamente voltarei a falar deste majestoso jardim, intimamente ligado à família dos Viscondes da Barreira, cuja origem remonta aos primórdios do séc. XX.
Hoje já houve foguetório...como é da praxe e do estilo. (ver folheto promocional da festa de 2006).
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O título de Visconde da Barreira foi criado por el-rei D. Carlos I, por decreto de 9.1.1902, em favor de Antonio Carlos da Costa Guerra, terceiro neto, por varonia, de José Pereira da Costa Guerra, que casou com D. Carolina Amélia da Silva Marques. A carta de brasão foi concedida em 15.9.1755, por el-rei D. José ao seu trisavô(2).
O 1º Visconde, pai de D. Virginia Pereira da Costa Guerra (na origem de famílias ilustres de Leiria, como os Charters por exemplo), nasceu em Leiria a 28.7.1849 e faleceu na mesma cidade a 14.1.1909; era bacharel formado em Direito, proprietário e lavrador e exerceu em Leiria diversos cargos administrativos.
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(1) Este brasão era o que originariamente foi concedido por El-Rei D. José.
Ao lado esquerdo: brasão da fachada da casa abrasonada da família Costa Guerra, na Rua João de Deus(*), em Leiria, antes das obras de requalificação em curso. (clicar para ampliar ao pormenor)

Não é rigorosamente igual ao que, entretanto, foi "normalizado" (ver ao lado) pelo Conselho de Nobreza depois de 1910, em 1948.
(2) conforme informação obtida aqui onde se pode consultar mais dados a este respeito e da família Charters.

(*) Há quem diga que é no Largo Marechal Gomes da Costa. De facto, vai ali alguma confusão na toponímia daquela zona de Leiria. Temos a Rua João de Deus, que vai do limite da zona da fonte luminosa até ao terreiro, passando pela frente da Tipografia Lis; de permeio, ali na zona da estátua a Afonso Lopes Vieira e a casa "Iglésias", temos o Largo Marechal Gomes da Costa. A questão é que este Largo parece mesmo uma interrupção da Rua João de Deus.
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2007/08/03

Capela do Casal - Ribafeita

No post anterior mostrava-se a capela da minha terra natal, fotografia de Agosto de 2001.
Em Abril do corrente ano, apresenta-se como se vê. Ao lado há um grande Largo, agora alcatroado.

Só faço um reparo: esqueceram-se das árvores?!

Confirma-se que a festa é, este ano, de 11 a 13 de Agosto.

2007/07/31

Santíssimo Salvador - Festas religiosas - Casal/Ribafeita e Barreira/Leiria

Aproximam-se a passos largos as datas em que é costume festejarem-se os Santos Padroeiros das várias localidades de Portugal e de outros países. É imperioso referir o Brasil, com imensas e fervorosas manifestações e festas, simultaneamente religiosas e profanas, na maior parte dos casos. O padroeiro da localidade do meu nascimento é o mesmo que o da freguesia onde vivo actualmente. Este ano, os fins-de-semana das festas, são,respectivamente, 10 a 12 e 4 a 6 do corrente mês.
Daí, ocorrer-me que seria boa ideia escrever algo sobre este tema e as razões (quem as conseguirá invocar com rigor?!) da adopção do orago
Santíssimo São Salvador - Casal ou SS Salvador - Barreira, como padroeiro das respectivas festividades religiosas anuais. As festas em honra deste padroeiro, que são do meu conhecimento mais íntimo, decorrem antes do dia 15 de Agosto, como já referido; Casal - Ribafeita - Viseu e Barreira - Leiria.

Na foto do lado esquerdo pode ver-se a capa do livro que, com todo o entusiasmo, carolice e carinho, este vosso interlocutor escreveu e a Junta de Freguesia da Barreira editou, em 2004. Trata-se dum ensaio monográfico e histórico com os dados que me foi possível coligir durante o período de 2000 a 2004, duração do mandato em que fiz parte da respectiva Junta, sem esquecer que aqui habito desde 1993.
A foto do lado direito tem, para mim e para muitos outros Casalenses, um significado muito especial. Aqui se apresenta a capela da nossa santa terrinha, numa perspectiva carregada de simbolismo e que muita nostalgia e saudade me transmite. De há dois anos a esta parte, quer a capela em si, quer a sua envolvência; adro, árvores (o cedro e a oliveira) e o largo à volta sofreram obras que alteraram bastante o seu aspecto. Para melhor, dizem a maioria dos actuais residentes, sem o devido cuidado de preservar as recordações dos que tiveram que abandonar a sua terra para irem governar a sua vida para outras paragens, digo eu, por exemplo. Que até posso estar isolado nesta minha posição. O que mais me deixa saudades são as árvores que havia à volta da capela. Foram abatidas; o cedro porque estava a minar um muro e parece que também os alicerces da capela. Pois. Parece que foi a vontade da maioria. Só tenho que me render à evidência dos factos...
Vou ver se encontro uma foto que tirei há uns meses atrás para a colocar também aqui. Assim se poderá comparar. Ai, mas aquele cedro, que saudades dos meus tempos de criança em que ele também o era...
E do meu padrinho e tio Serafim, há pouquíssimo tempo falecido, com 80 e tal anos.
E das minhas tias: Aurelina, Dores e Cassilda, para falar só das que deste mundo partiram mais recentemente, as duas primeiras que viviam ali mesmo à volta da nossa capela...

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2007/07/26

CASTANHEIRA DE PERA - Praia das Rocas

A foto acima foi tirada exactamente neste momento, 19 horas. Tal como a objectiva a captou. Digamos que se trata de um post em real-time. Estou na varanda dum bungalow, fim de tarde, dia relativamente quente para o tempo que temos sentido no nosso país, muito agradável direi mesmo. Estamos há uns dias (poucos) neste empreendimnto turístico em Castanheira de Pera. Está implantado numa área de cerca de 8 a 9 km2 na Ribeira de Pera, na zona de lagoa, muito bem concebida e tratada. A temperatura da água tem estado excelente, apesar de custar um bocadinho entrar. Tem três zonas distintas: piscina circular com uma ilha artificial muito bonita e com belíssimas sombras de palmeiras esplendorosas; piscina de ondas (trabalho bem feito sem dúvida); zona de lagoa/água corrente/represa com excelentes condições para navegação de pequenas embarcações de recreio.
Temos que convir que este investimento, no interior deste Portugal dito profundo, que também é magicamente natural, integrado numa localidade extremamente singular, intimamente ligada a Bissaya Barreto, jardins com árvores duma beleza sem par, muitas centenárias. O Jardim Bissaya Barreto foi construído no final dos anos 30 do século passado e é consderado um dos mais belos jardins do nosso país.
Em próximos posts voltarei a falar dste assunto. Há muito a contar.
Muita informação também se encontra em
http://www.cm-castanheiradepera.pt/

- - O que é que se passa?!...

Já depois de ter deixado Castanheira de Pera, dei com o artigo abaixo transcrito, retirado do site da RTP . Não conhecia esta localidade (vila), parece impossível. Tive oportunidade de passear algumas vezes entre a zona da "Praia"/zona da bomba de gasolina e "lá em cima, na vila". Apreciei, agradado, o jardim Bissaya Barreto, a creche instalada na mesma área, o centro de apoio a Idosos, até que se chega ao largo da Câmara Municipal, com frondosas e robustas tílias. Muito estranharei que o problema agora noticiado se possa transformar numa questão insanável!

"Castanheira de Pera pretende que Fundação Bissaya Barreto mantenha Casa da Criança
A Assembleia Municipal (AM) de Castanheira de Pera aprovou segunda-feira, por unanimidade, uma moção que apela ao diálogo entre a autarquia e a Fundação Bissaya (FBB) Barreto, que decidiu encerrar este ano a Casa da Criança no concelho.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da AM da Castanheira de Pera, Maria da Conceição Soares, confirmou que o documento aprovado apela ao entendimento entre as partes.
"É de todo o interesse para o concelho que a fundação se mantenha, desempenhando as suas funções", adiantou a autarca.
A FBB decidiu encerrar este ano a Casa da Criança de Castanheira de Pera, que acolhe 45 crianças do concelho onde nasceu Bissaya-Barreto, professor de Medicina e patrono da instituição.
A instituição pretendia proceder à "reconstrução completa" da Casa da Criança Rainha D. Leonor, que funciona há cerca de 50 anos naquela vila do distrito de Leiria, ampliando o edifício para que também as crianças do ensino pré-escolar oficial "pudessem ser apoiadas em modernas, seguras e confortáveis instalações".
A fundação, com sede em Coimbra, garantiu que "faria a obra sem qualquer encargo para o município de Castanheira de Pera", mas a câmara recusou a proposta em Março último.
Numa carta dirigida aos pais, a que agência Lusa teve acesso, a FBB denuncia que Câmara Municipal recusou a sua colaboração, revelando que "irá construir um edifício novo e de maiores dimensões para o pré-escolar oficial".
A presidente da AM disse esta noite à Lusa que a autarquia mantém o propósito de "fazer um jardim-de-infância, uma obra planeada há muito tempo", embora deseje que a FBB continue a desempenhar as suas funções no concelho.
Sem adiantar pormenores, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Lopes, disse à agência Lusa que a moção aprovada "é um documento extenso que expressa a nossa vontade de dialogar com a FBB".
A Casa da Criança Rainha D. Leonor desenvolve a sua actividade na Castanheira de Pera desde 1939, integrando actualmente as valências de creche e jardim-de-infância.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A."
(19/6/2007)

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2007/07/23

Uma questão de senso


Tal como noutras cidades do país e por esse mundo fora, os pombos como que fazem parte do quotidiano das urbes. É sabido, no entanto, que a procriação destas aves em ambiente urbano, tem de ser controlada. Poderá estar em causa a própria saúde pública. Pelo que se julga saber, o sinistro vírus H5N1 e outras epidemias, poderão ser propagadas através da via dos pombos, que, em Leiria, proliferam sem qualquer controlo. Apesar de estar em vigor uma postura municipal que proíbe a sua alimentação sistemática por particulares, esta é feita, diariamente, a horas certas, chegando-se ao extremo de, no próprio Largo da Sé, haver bebedouros expressamente concebidos para esta finalidade, a partir de embalagens de plástico, colocadas junto à escadaria que segue para o Governo Civil e Castelo. Só quem não frequenta aquela zona (para não falarmos expressamente de outras igualmente elucidativas do actual estado das coisas), é que não se viu já na necessidade de se esquivar dos voos rasantes e a alta velocidade dos pombos, em bandos enormes, sempre que vislumbram os "tratadores" à hora determinada. Chegam a ser assustadores, pelo tamanho e à-vontade com que voam por entre as pessoas.
Tanto que se lutou contra a infestação das cidades pelos ratos, que, está chegada a altura em que se tem que encarar este caso como um problema de infestação perigosa. Que pode, que está a atingir as mesmas dimensões das infestações por ratos.
Além do mais, é também sabido que os dejectos destas aves são altamente corrosivos para os telhados, caleiras, paredes das casas do centro histórico, e até para os próprios monumentos.
Penso que é de toda a urgência, accionar os mecanismos necessários, para pôr cobro a esta situação, que está a ser a todos os títulos, calamitosa.
Pela vida animal, sim, mas haja senso!
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2007/07/20

Obrigado, ÁRVORES

...
ÁRVORES~~~~~Igual a:................ Sombra......Oxigénio.......Comida......Beleza..........Habitats para muitas outras formas de vida............................................ V I D A...
.....................................(clic nas fotos para ampliar)

Ó pinheiro, ó pinheiro
Deixas cair a caruma,
Quando o vento sopra forte
Vê-se cair uma a uma.
...
(in Anais do Município de Leiria - João Cabral - 1993)
-


Pinheiro manso, muito antigo, centenário não sei quantas vezes. Fotografia cedida por um empregado da Tipografia Carlos Silva - Leiria, Paulo Moreno. Está localizado junto a uma capela existente na localidade de Alpedriz - Alcobaça).
.
Quando fui à sua procura baralhei-me no caminho e acabei a fotografar a Olaia, também monumental, que mostro a seguir, aqui ao lado.
No Adro da Igreja de Santa Luzia em A-do-Barbas, Maceira - Batalha. Em Maio de 2007.
Em primeiro plano, um pormenor dum choupo de grande porte.
(- este rio, o Lis, neste momento, é um rio cheio de vida: peixes de várias espécies e tamanhos (bogas, barbos, carpas, pimpões, enguias), patos, grous (que já os vi na zona da represa para produção de energia junto à ponte Hintze Ribeiro); tílias, em primeiro plano; plátanos do outro lado do rio...)
-
Colabore com http://www.tree-nation.com/

2007/07/18

Centro histórico de Leiria


Máquina fotográfica à mão, caminho entre a Biblioteca Municipal e o Arquivo Distrital...Rua do Barão de Salgueiro. O Centro Histórico de Leiria está pelas ruas da amargura, apesar de alguns investimentos na recuperação de edifícios antigos, que se têm vindo a fazer na zona.
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2007/07/17

Contributos para a monografia do jardim do Solar do Visconde da Barreira-Leiria


Sou membro da Assembleia de Freguesia da Barreira - Leiria. No mandato anterior fui membro do executivo da Junta.
Recentemente apresentei uma proposta tendo em vista o melhor ordenamento possível do Jardim do Solar do Visconde da Barreira, cujo texto reproduzo a seguir:
PROPOSTA:

Plano de ordenamento do bosque do Jardim do Solar do Visconde da Barreira

Como é do domínio público, os princípios orientadores da política florestal, estão definidos na Lei de Bases da Política Florestal, aprovada pela Lei nº 33/96, de 17 de Agosto.
O ordenamento e gestão florestal fazem-se através de planos regionais de ordenamento florestal (PROF) que, envolvendo os agentes económicos e as populações directamente interessadas, têm em vista o estabelecimento de estratégias consensuais de gestão e utilização dos espaços florestais.
O exemplo mais recente dum PROF é o da Área Metropolitana de Lisboa (PROF AML).
Para além da “Função de produção” dos espaços florestais tendo em vista a sua contribuição para o bem estar material das sociedades rurais e urbanas, é determinante ter em consideração um outro, talvez o mais importante sob o ponto de vista ambiental e de qualidade de vida do Homem, a “função de recreio, enquadramento e estética da paisagem” ou seja, o contributo dos espaços florestais para o bem estar físico, psíquico, espiritual e social dos cidadãos.
É aqui que poderemos e deveremos, na nossa freguesia, olhar com a maior atenção possível para o nosso principal ex-libris, o Jardim do Solar do Visconde da Barreira.
Convém, nesta oportunidade, chamar a atenção para o facto de, no recente Decreto regulamentar nº 15/2006 do MADRP, se dar especial ênfase à obrigação de elaboração de PGF de perímetros florestais específicos, tais como, por exemplo:
- Parque Florestal de Monsanto;
- Quintas e Parques de Lisboa;
- Outros e variados como Tapadas, Jardins, Parques, Matas e Reservas.
É certo que este PROF não tem aplicação a Leiria, mas com certeza que irá servir de modelo para outros PROF que irão ser implementados pelo país fora.
Nesta perspectiva, e independentemente de outras iniciativas que devam ser tomadas no âmbito do enquadramento legal já em vigor, proponho que se promova tão rápido quanto possível, um levantamento rigoroso e pormenorizado das espécies arbóreas existentes e dos equipamentos já instalados e a instalar no Jardim do Solar do Visconde da Barreira, em particular, de toda a freguesia em geral, tendo em vista a publicação e divulgação dum Atlas das Árvores e plantas e, em consequência, uma resenha histórica e de promoção turística deste espaço privilegiado da nossa freguesia, ela própria, no seu conjunto, um dos melhores miradouros da nossa zona, dada a sua localização em termos de ambiente, floresta e paisagens deslumbrantes.

Barreira e Assembleia de Freguesia, em 20 de Outubro de 2006
António Almeida Santos Nunes
Deputado independente pelo PSD
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Esta proposta foi aprovada por unanimidade.
Proponho-me, a partir desta data, divulgar o mais e melhor que puder e souber, da história e cartacterísticas deste belo jardim público, situado numa localidade, embora encaixada entre o rústico e o urbano, mesmo assim a ensaiar passos significativos no sentido da sua expansão demográfica e desonvolvimento urbano e económico.
Aqui já deixei um post alusivo a este tema. Entretanto, tenho-me vindo a embrenhar nas questões básicas da botânica, o que talvez me possa proporcionar condições para (com a ajuda dos bloguistas da especialidade com os quais me tenho vindo a relacionar) dar o meu modesto contributo, com vista ao levantamento rigoroso da história e dos tipos de plantas existentes neste jardim.
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Talvez tenha o seu interesse transcrever os comentários que, na oportunidade, foram escritos a este propósito:

http://dispersamente.blogspot.com/2006/10/jardim-do-solar-do-visconde-da.html

Arte por um Canudo 2 disse...
Lugar de encanto. Belíssimo. Só de pensar que em pleno Verão se pode usufruir dum espaço desses. A Junta de freguesia tem muita sorte por poder usufruir de um espaço desses para momentos culturais e de lazer. Quem dera que a da minha terra tivesse um espaço assim. Bom Domingo. Abraço
Domingo, 15 Outubro, 2006

asn disse...
Olá Agostinho, ilustre Secretário da Junta de Freguesia de Parada de Gonta.Pois é assim. Este jardim tem uma longa e muito histórico/romântica história para ser contada. Tem árvores centenárias, algumas já a ficar velhinhas, caquéticas e até carcomidas pelo tempo.Só espero que não se lembrem de as transformar em lenha para queimar à lareira ou para fabricar móveis.Há que ter fé na seriedade e sensibilidade dos homens, não é, caro amigo? Recebe um grande abraço
António
Domingo, 15 Outubro, 2006

2007/07/14

Eucaliptos em Leiria


Vale sepal - esquina Rua da Escola/Av. Paulo VI - Leiria (1), 12 janeiro 2007
Jardim Escola Secundária Domingos Sequeira - Leiria, (2), meados de junho 2007 (já referenciado aqui)
Junto à portaria da Escola Secundária Domingos Sequeira - Leiria (2a), Junho 2007
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Estava a dar uma vista de olhos nas fotos armazenadas (por ordem cronológica) no meu computador quando dei com o eucalipto (1). Ao ampliar a foto reparei nos pormenores daquela árvore e fiquei na dúvida se será também um Corymbia ficifolia(*), como penso que não haverá dúvidas quanto à classificação do eucalipto-de-flor-vermelha (2). É que o (1) também tem flores vermelhas e os frutos são muito semelhantes, só que já estava em flor em Janeiro de 2007 enquanto que o (2) só entrou em inflorescência em Junho de 2007 e apresenta-se, à minha observação de leigo, com hábito e raminhos de flores diferentes.
A minha interrogação: Como classificar as árvores (1) e (2a)?
Quem me pode ajudar?
- (2a) A minha sugestão (de leigo na matéria, a tentar não dizer muitas asneiras) é que se tratará dum Eucaliptus gracilis. Já tem muitos anos (mais de 20, seguramente) e não cresceu mais que 8 metros.
- ACTUALIZAÇÃO em 19/7/2007: Ver foto do eucalipto (2a) tirada nesta data
- Nova actualização em 24/8/2007: segundo o "Atlas das Árvores de Leiria" este será o "Eucalyptus canaldulensis"; mantenho a minha dúvida tendo em conta as minhas próprias observações.
- (*) 24/8/2007 - opinião coincidente com o "Atlas das Árvores de Leiria". Na altura ainda não tinha dado muito uso a este Atlas. Vou passar a dar mais atenção a este Atlas. Não se refere a muitas das actuais árvores de Leiria, mas +e um instrumento precioso. Assim vamos aprendendo a consultar a informação já disponível.
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