2011/09/10

Adeus, Largo da Sé de Leiria

Isto não é uma montagem fotográfica. Caprichos da reflexão da luz... 

Ontem, Sexta-Feira, esteve um dia de Sol e calor. Até parecia Verão! ;))
Fomos, eu e a Zaida, ao Largo da Sé, em Leiria. Andamos em mudanças de escritório, eu já na fase de tirar fotografias do interior das instalações, das paredes, alguns móveis, máquinas antigas,  recantos, enfim, a registar em foto os resquícios de recordações de 40 anos de vida. Foram anos em que utilizámos estas instalações com várias finalidades:
1 - como habitação durante mais de 10 anos, quando começámos a nossa vida, depois do regresso de Moçambique, do serviço militar obrigatório (os mais jovens, sabem o que é isso?!);
2 - como escritório e Sala de Estudos;
3 - só como escritório.

Está-se a fechar um ciclo determinante da nossa vida. Deixámos o convívio diário com o Largo da Sé, a Catedral mesmo em frente, do outro lado do Largo, as minhas amadas árvores do Adro da Sé, aquela dupla, uma tília e um jacarandá, já de proveta idade, a recordar-me do dia negro em que cortaram todos os ácer (padreiros) que emolduravam o Largo, lhe davam uma vida quase celestial, o chilrear ao cair da tarde de centenas de pequenas aves. 
E que dizer da Tipografia Leiriense (imprimia os cartazes a anunciar os filmes para o Teatro José Lúcio da Silva), hoje Tip. Carlos Silva (por cima ainda se pressente a figura esguia de Eça de Queirós a dar despacho ao expediente, na sua qualidade de Administrador do Concelho de Leiria), na esquina do Largo e da Rua da Vitória, nesta rua a barbearia onde me habituei a cortar o cabelo desde sempre (agora essa operação é feita em menos dum fósforo), os Hingá e a sua oficina de automóveis?
Tantas recordações...
Bons amigos e companheiros de jornadas e jornadas de trabalho e de alguma cavaqueira!...

Vinha eu em direcção ao prédio, reparo na minha imagem reflectida nos espelhos duma portada do Bar do rés do chão (quantas vezes é que tal não me aconteceu?), hoje decidi-me e tirei uma fotografia, esta que aqui vos mostro.

Nos próximos posts talvez coloque aqui outros "pequenos" apontamentos de pormenores que me captaram a atenção sentida neste dia de "despedidas" e de nostalgia...


Adeus Largo da Sé, até sempre...
Claro, esta não é uma despedida definitiva. Mas que toca ao sentimento lá isso toca!...
@as-nunes
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2011/09/08

À atenção da Câmara Municipal de Leiria

É agradável passear no jardim de Sto. Agostinho, em Leiria.

Clicando, pode ler-se o texto alusivo à geminação das cidades de Leiria e de Rheines, na Alemanha.


As folhas típicas dum Quercus rubra, não do Quercus robur.
Lembrei-me de voltar à carga em relação a esta falta de senso, que é manter este carvalho (Quercus rubra) como símbolo dum acto público e de relevo internacional para a cidade de Leiria, porque no texto da placa alusiva se refere explicitamente a um Quercus robur.
Porquê esta teimosia? Ou negligência?


É claro como a água cristalina duma fonte à antiga que aquele carvalho não é um Quercus robur, é um Quercus rubra.


Ainda no tempo da outra senhora tive ocasião de enviar um e-mail à Presidência da Câmara (também alertei, de viva voz, a própria Presidente da Câmara de então) a chamar a atenção para este facto, singelo, mas que é imperioso corrigir. Por vários motivos.
- Imagine-se, por exemplo, que se aproveita o espaço arejado e acolhedor do Jardim de Sto. Agostinho para levar crianças a observar as várias árvores que ali existem: Catalpas, choupos, plátanos, carvalhos, tílias, ulmeiros, salgueiros, freixos, ameixoeiras de jardim, etc.


A discrepância entre o nome referido na placa alusiva ao acto da geminação de Leiria com a cidade alemã de Rheine é notória, para quem consegue distinguir estes dois tipos de Quercus. Mas também é susceptível de gerar confusão para quem queira conhecer as árvores pelos seus verdadeiros nomes.


Não seria tempo de se desfazer este equívoco?
Não seria fácil transplantar este carvalho para outro sítio (pode ficar neste jardim, até podia ficar a simbolizar um gesto de pedagogia ambiental)? E colocar neste preciso local um verdadeiro Quercus robur?

Repare-se na diferença das folhas:
Enquanto este, que plantei há 3 anos no meu quintal, o Quercus robur, tem as folhas ondeadas, o Q. rubra tem-nas ponteagudas. Uma diferença nítida que distingue dois tipos diferentes de carvalhos.
E não me venham dizer que esta é uma questão de somenos. Não é. 
A verdade é que, passados que são vários anos, a árvore colocada no lugar errado continua a crescer...

Só conhecendo a Natureza se pode aprender a amá-la, em consequência, a preservá-la.

Como se impõe cada vez mais, cada dia que passa!...
-
Passo a transcrever, 18 horas após escrever este apontamento:

Há na paz desta tarde
Rente às árvores
Uma tensão oculta um mistério
Um prenúncio de tragicidade
- oco talvez -
Mas são sombrias as sombras
pendentes no movimento pausado
da folhagem
Há formas que nunca viste
Na arquitectura vegetal do momento
Há formas que nunca viste

...
Excerto dum belíssimo poema de Lídia Borges, no seu blogue "Searas de Versos", precisamente, aqui.
@as-nunes
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2011/09/06

Vive e deixa Viver!

O nevoeiro matinal mal deixava perceber o sol nascente na direcção da Sra. do Monte - Cortes
-
..........Para a Manhã


.......Rosa acordada, que sonhaste?
.......Nas pálpebras molhadas vê-se ainda
.......Que choraste...
.......Foi algum pesadelo?
.......Algum presságio triste?
.......Ou disse-te algum deus que não existe
.......Eternidade?
.......Acordaste e és bela:
.......Vive!
.......O sol enxugará esse teu pranto
.......Passado.
.......Nega o presságio com perfume e encanto!
.......Faz o dia perfeito e acabado!

..............Miguel Torga
-
São 7 horas da tarde, 6 de Setembro. O dia está sublime. Sol a jorros, uma brisa suave, temperatura amena e de Verão. Claro, estamos no Centro-Oeste de Portugal!...
@as-nunes
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2011/09/05

Duma janela cá de casa



-Não julgues o cavalo pelo arreio. (*)


Tenho acompanhado a evolução deste potro praticamente desde que nasceu. Pelas minhas contas deve ter uns dois anos, nem isso. É muito vivo e parece aprender depressa, pelas evoluções que consegue durante os treinos a que está a ser submetido.
Devidamente arreado quando chegar a altura, há-de ser um belíssimo e útil cavalo, tudo o indicia.
-
(*) Tinha aqui mesmo à mão um livro que me ofereceram, há uns tempos, com o título "As Raízes do Povo" (Notas etnográficas sobre o Concelho de Viseu), edição de 2009 da Associação de Solidariedade Social, Cultural e Recreativa de Gumirães.
.
Hoje o arquivo já não é como dantes, a memória. E é por isso que se guarda neste livro, com amor, como era uso dantes, as sobras que ainda há desse tempo de memória (Alberto Correia - Etnólogo)

@as-nunes
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2011/09/03

O tempo no Centro Oeste de Portugal, Serra da Maúnça, hoje ao fim da tarde, andava eu pelos Andreus-Barreira, a experimentar o meu Rover de 1999...


Um fragmento de fotografia tirada há umas horas atrás, ao cair da tarde (ou da noite?)
Está tudo dito no título do post.


Ou quase. O Rover a que me refiro teria muitas histórias de viagem, de caminhos trocados, de toques à frente e atrás nos estacionamentos, de multas na cidade de Leiria, para contar. 
Já repararam? De 1999 a 2011 já lá vão 12 anos. 
Tenho-o parado a maior parte do tempo porque o "bicho" é a gasolina e bebe que se farta! Além disso, coitado, tem a embraiagem a pedir a substituição dum rolamento, uma peça da bobine, chamada rotor, que custa (custava há dois anos) aí uns 30 euros, e que, volta e meia, pifa. E nunca se sabe se dura para fazer 50.000 km ou se mal começa a andar, engasga-se. De cada vez que isso acontece o carro pára, que deixa de ter faísca para a ignição. Já aprendi a substituir essa peça, até tenho uma sequência fotográfica com o manual de instruções correspondente. E, claro, tenho uma suplente e a ferramenta respectiva (uma chave de fendas, eheh) sempre à mão, no porta-luvas. Vamos lá a ver no dia em que eu precisar de fazer a substituição se vou ser capaz. Fiquei com a ideia de que sim, mas...


Ena, onde é que eu ia?
Ah, sim, andava eu pelos lados dos Andreus a experimentar o meu velhinho Rover, a bateria tinha descarregado 
(nova, que tive que comprar uma há uns meses atrás, mas como esteve sem uso para além do recomendável!...)
, de modo que, após a ter recarregado, fui experimentar a ver como reagia. Parece-me que ficou em condições. 


Bolas. Perdi-me outra vez.
Por acaso, hoje fomos, eu e a Zaida, à Nazaré, a convite muito simpático do SD e da Luísa, comer umas sardinhas assadas, que estavam uma delícia. São da Nazaré, não são da Nazaré, a questão ficou em suspenso. E aquela salada? E o azeite com alho partido aos bocadinhos, que rico molho para empapar pão! 
E não é que até me despistei? Quer dizer, desnorteei, que devia ter saído da A8 no corte que vai directamente para a Nazaré mas não. Continuei, todo pimpão, e fui sair por Alfeizerão, S. Martinho do Porto e tal... 


Mau. Mas afinal, toda esta conversa para chegar onde?
hmmm... Isto anda já muito disperso!


Resumindo e concluindo, por ora: Andava eu pela zona dos Andreus, um sítio alto, um dos de maior altitude de toda a freguesia da Barreira, com umas vistas panorâmicas, quer para Nascente quer para Poente, que são de apreciar intensamente, uma maravilha da Natureza, o pôr-do-sol, autêntico hino à vida, ao sonho, à poesia...


Bem, vamos lá então a acabar esta arenga: 
Vai daí tirei esta fotografia 
(ainda hei-de voltar a falar da questão de se podemos dizer, indiferentemente, tirar, captar ou capturar uma fotografia)
que mostra um efeito de luz-sombra sobre a Serra da Maúnça, por sinal localizada a Nascente do local onde me encontrava.
Do outro lado, a Poente, a magia é outra. A da luz do Sol filtrada pelas nuvens sobre a costa Atlântica, que dá para observar deste local. E estamos, em linha recta, a uns bons 20 Km ou mais!...


Fiquemos, então, por aqui, por ora.


Amanhã é outro dia. Ai é?!
E parece que vai ser um dia de Verão, com temperaturas convidativas ao passeio, foi o que ouvi os meteorologistas a dizer, hoje!...
@as-nunes


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A olhar o horizonte


clique para melhor ver ao longe!...
Na direcção da Serra da Maúnça, na linha da cordilheira da Serra d´Aire e Candeeiros, observação feita duma varanda do lado de cá, da Barreira - Leiria.


Os aviões militares que levantavam voo da Base Aérea de Monte Real, em tempos, dirigiam-se nesta direcção, como primeiro ponto de referência. Existe no cume, que se pode observar pejado de antenas de retransmissores de rádio e televisão (RR, TVI e outras), um marco geodésico. 
A povoação mais próxima chama-se "Torrinhas". 
Fiz muitas caminhadas a corta-mato por aqueles montes, encostas e vales, nos tempos em que nos podíamos dar ao luxo de caçar coelhos, perdizes e tordos. Boas patuscadas se fizeram, algumas em casa dum grande amigo que tinha uma moradia na povoação atrás referida. Mas isso já foi há muitos anos e esse amigo também há muito que partiu para outras serranias mais perto do céu, não tenho dúvida nenhuma, tão humanista era ele. 


Olá Zé, continuamos a lembrar-te como se fosse hoje! Até parece que andas por aí. Não te vemos mas sabemos que andas por aí!...


Hoje em dia temos é que estar atentos, muito atentos, para ver se não somos nós próprios, os caçados!...
@as-nunes
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2011/08/31

Os botões que já foram rosas...

clique para ampliar
Agora dorme esquecida,
Agora, já não é bela,
Ninguém celebra o seu nome,
Ninguém suspira por ela.


António Feliciano de Castilho


Tirei esta fotografia sentado à secretária em frente do computador, através da vidraça da janela.
Um intervalo ultra-romântico, nada sadio para me motivar ao trabalho que tinha pela frente.
A verdade é que o trabalho dos TOC nesta altura só muito excepcionalmente podem inspirar um poeta!... 
Daqui a 15 dias talvez consiga deixar de confundir poesia com fatalismo tétrico.


A propósito.....Faz de conta que estou no Facebook!............................


Economia - Bastonário dos TOC desiludido por despesa ser ignorada nas medidas orçamentais - RTP Noticias 


publicado
20:3831 agosto '11
......

Enquanto trabalho a fazer contas para pagar impostos ao Estado...


- 12h - 2/9/2011- Ouvi na Antena Um, (em síntese): o Ministro das Finanças descobriu mais um buraco; ao calçar as peúgas, hoje de manhã, reparou que tinham mais um buraco. Logo se pôs a pensar, alto, pausadamente... e concluiu que face a mais este buraco herdado do Governo anterior teria que tomar medidas imediatas e drásticas: a partir de logo à tarde o IVA passa a ser de 25%
.....

02-09-2011 12:08 - Pensamento positivo
Haverá um momento em que o governo vai perceber que a estratégia da depressão não funciona. Insistir que estamos mal mas ainda vamos estar pior no futuro, não é certamente a melhor maneira de animar as pessoas e, sobretudo, de relançar a economia. 
...
Jornal de Negócios - Leonel Moura
@as-nunes
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2011/08/28

Leiria: da ponte da Ribeira do Sirol

Distância focal: 105 mm; abertura: 5.6; velocidade: 1/500
Distância focal: 225 mm; abertura: 4.5; velocidade: 1/1000
Isto é que é equilibrismo! 
Claro, o fotógrafo estava lá!...

Fotografias capturadas(*) nas seguintes condições:
Local: viaduto e ponte da ribeira do Sirol, Pousos-Leiria;
Tempo meteorológico: meio-dia, finais de Agosto, temperatura 26 º C, sem vento (quer dizer, uns 30 Km), luminosidade perfeita para a hora;
Máquina: Nikon D5o:
Teleobjectiva Sigma APO DG 70-300 mm 1:4-5.6
Utilizei o modo automático. Funciona muito bem com a abertura do diafragma e velocidade do obturador perfeitos, na maior parte das situações.
-
NOTAS breves:
(*) Levanta-se aqui a questão de qual o vocábulo mais adequado a este acto de tirar fotografias. Devemos dizer capturar ou captar uma fotografia?
Antes de mais, penso que devemos definir o que se deve entender, em bom rigor, por fotografia. Segundo o Dicionário Houaisss da Língua Portuguesa, Ed. 2003: fotografia - imagem obtida sobre uma superfície fotossensível pela acção de energia radiante, especialmente a luz. Claro que na era digital a superfície fotossensível terá de se considerar, na fase da captura da imagem e/ou do seu armazenamento, o espaço de memória digital constituído por uma quantidade variável de posições binárias (bits, pixels...) cuja dimensão digital dependerá, obviamente, da maior ou menor resolução da foto (Hoje em dia as máquinas fotográficas digitais já são dotadas de tecnologia que permite resoluções de 10 e mais Megabytes - muitos mais, também já as temos ao nosso dispor). A representação visual das fotos digitais é feita através da tecnologia da tela LCD, seja na própria máquina seja através de ligações ao computador seja directamente a uma tela externa (a maior parte dos receptores de televisão tem esta opção, cada vez mais sofisticada).


Resolve-se facilmente este dilema se continuarmos a usar o termo simples e de uso corrente: tirar uma fotografia.
Há quem diga: tomar uma fotografia; fotografia tomada...
NB.: 
Na literatura que existe na actualidade está a usar-se muito o termo capturar. A verdade é que quando tiramos uma fotografia estamos a capturar uma imagem, a fixá-la, a torná-la estática, a representar um momento determinado no tempo, no lugar, da imagem fotografada por um processo bem definido e pela forma como é usado pelo seu autor.
-
A fotografia, como arte e como ciência, é um tema aliciante.
Por mim, apesar de já tirar fotografias há décadas, continuo um simples amador. Mas com muita vontade de aprender e de me aperfeiçoar tecnicamente.
A qualidade e valor da fotografia já é outra história, muito mais sensível!

@as-nunes
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2011/08/26

O Verão já acabou


Antes que o Verão acabe de vez...



TUDO MUDA


Tudo muda. Começar de novo
Podes fazê-lo no último fôlego.
Mas o que aconteceu, aconteceu. E a água
Que puseste no vinho, não a podes
Já de novo deitar fora.


O que aconteceu, aconteceu. A água
Que puseste no vinho, não a podes
Já de novo deitar fora, porém
Tudo muda. Começar de novo
Podes fazê-lo no último fôlego.


Bertolt Brecht
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2011/08/25

Lourais - caixa de correio e os castanheiros do Abílio...ah a tropa também vem à baila


Já aqui vivo há uma data de anos!
Só agora é que reparei na originalidade desta caixa do correio! 
E - coisas que acontecem mesmo aos mais atentos - só dei por esta singularidade, ao ver a fotografia no Picasa!

Passei por aqui porque fui fotografar uns castanheiros que costumo observar da varanda. Andava, há que tempos, para os fotografar mais ao pé.

clique para ver melhor
Não tarda nada aí temos, novamente, as castanhas assadas e a água- pé!...

Estes castanheiros são do meu vizinho Abílio. Estivemos, na mesma altura, de 1969 a 1971, na tropa. Encontrámo-nos, por acaso, no Hospital Militar em Nampula, onde eu fui parar na sequência de um acidente de automóvel, do qual resultou eu ter ficado inconsciente durante quase um dia. O Abílio era enfermeiro. 
Já em Leiria, volta e meia, encontrávamo-nos por aí. 
Descobrimos, há dias, que somos vizinhos! Sinais dos tempos modernos! Olhámos um para o outro num estabelecimento de materiais para a agricultura, aqui nas redondezas, e reconhecêmo-nos.
- Ena, ena, não me reconheces?
- Ena pá, como estamos velhos!...
-

Eu, por exemplo, era assim quando andava na fase de treino militar para a Guerra que travávamos nas ex-colónias do Ultramar.


Éramos cerca de 24. Constituíamos o 2º pelotão da Companhia, que ia começar os três meses de especialidade militar, depois de termos passado o Verão (Julho a Setembro de 1968) na EPI - Escola Prática de Infantaria, no Convento e tapada de Mafra (era quase tudo nosso). A nossa especialidade era Administração Militar. Parece que a bandalheira naquela área da tropa era por demais. De modo que os que estavam a ser seleccionados, naquele momento, era só malta com formação académica nas áreas da Economia e de Finanças. Acabámos todos por ser mobilizados para Moçambique. Também lá foi parar o nosso muito "querido e adorado" cap. Valério.
A foto que agora vos mostro tem a sua história. É assim:
Na secretaria da EPAM (Escola Prática de Administração Militar, ao Lumiar, na altura) dizem-nos, assim à última da hora, que temos que entregar com urgência, duas fotos tipo passe, fardados com a farda de cadetes (nós, que éramos milicianos, lá tínhamos essa farda!?). Vai daí aparece, já nem me lembro de onde, uma camisa branca, um casaco da ordem e do estilo e um boné a condizer.
Magros ou gordos, todos lá conseguimos tirar a foto enfiados naquela medida de roupa. 
Foi um desassossego!...  
@as-nunes


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2011/08/23

A Ema e o molenga


Bem me queria sentar para dar uma volta nuns papéis que estavam amontoados em cima da minha secretária!


Porém:


1- a vontade não era muita;
2- a Ema lá estava toda refastelada no recosto da cadeira, tão bem estacionada, que até era uma dor de alma, afastá-la do seu poiso.


Pensando melhor, vou deixá-la sossegada e continuar, molengão, só mais um bocadinho!...


Há dias assim...
@as-nunes
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2011/08/21

Parceiros-Leiria: Há fogo na noite escura e tempestuosa





Na zona de comentários da entrada (post) anterior dizia eu que estava de novo a caminho da casa de Soares e Luísa Duarte, nos Parceiros, aqui em Leiria. Uma distância de 4 km, desde a Barreira passando pela zona do "LeiriaShopping". Mais um encontro de amigos a pretexto dum jogo de futebol do Benfica na SportTV.      Ao intervalo fui à varanda para dar uma olhadela até onde a vista alcança, obras por todo o lado, e toda a paisagem florestal e urbana que se consegue ver de Norte a Sul de quase toda a área dos Parceiros.

De repente, fixei a minha vista num ponto, ali perto, para os lados do Alto Vieiro, na zona das obras no IC2, por causa do seu alargamento para A19, do IC9 (Nazaré - Tomar, cruzando-se por túnel por debaixo do IC2/A19? entre a Batalha e Leiria) e do IC36 (que vai ligar a A8/A17 à A1, A19/IC2; vai para aqui uma confusão de obras e mais obras, que Leiria poderá vir a ser mais um Entroncamento que uma cidade, assim antevejo).


Estava no seu início um fogo. Entretanto, falta a luz. Terá sido um curto-circuito? Nota-se uma explosão. O tempo abafado, temperatura na casa dos 33 graus. O vento começa a soprar rijo, cada vez mais forte. Transforma-se num vendaval, qual sarabanda frenética.
Os vasos da varanda começam a cair, as portas a bater com estrondo, cacos e restos de plantas a espalharem-se.
O fogo começa a atingir dimensões preocupantes, o vento a propagá-lo a um ritmo estonteante.
Começa a seguir na direcção da zona urbana de Parceiros, cuja igreja se vê iluminada a preceito, já decorrem as festas anuais. Pela fotografia pode ficar-se com a ideia arrepiante do que poderá vir a acontecer. É que o vento, de Sul/Sudeste, ar quente, continua a soprar com uma força assustadora.

Começam a ouvir-se as sirenes dos carros dos bombeiros.

Tal como se iniciou, a ventania abrandou dum momento para o outro, o que terá ajudado os bombeiros e as populações de toda aquela zona, muito povoada. Segundo informações obtidas pelo telefone, os habitantes da povoação do Brogal/Parceiros, já se estavam a preparar para o pior!

Que rico fim-de-semana de festa!?...
@as-nunes
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2011/08/20

Leiria em dias de jogos do Benfica na Televisão vs reflexões...

Duma varanda da Rua dos Lourais observava-se esta bela perspectiva sobre as Cortes, Serra da Maunça...eram p´raí umas 18h30 tmg da passada Terça-Feira.

Já são perto das 20h45.  Não fosse momento de Benfica internacional na TV e teríamos filas contínuas de automóveis a dirigirem-se para o novo santuário do consumo em Leiria.
Boa noite. Dirijo esta saudação particular a quem, eventualmente, passe por este sítio imediatamente a seguir à publicação deste post. Mesmo assim, deverá estar localizado geograficamente, aqui, à volta das proximidades do meridiano de Greenwich(*),  claro está, partindo do princípio que se apercebe das minhas coordenadas através do meu perfil de blogger (bloguista? blogueiro? ainda não decidimos - os utilizadores da língua portuguesa - se vamos aportuguesar este termo ou se o acabaremos por introduzir no nosso dicionário como um anglicismo).
Bom dia, boa tarde ou boa noite - como dizia Artur Agostinho - nas suas reportagens radiofónicas para todo o mundo, em onda curta.

A minha ideia, ao colocar aqui estas fotografias, era, basicamente, dar nota da minha presença activa neste blog (ou blogue? ou Diário?), aproveitando o ensejo para mostrar ao mundo dos frequentadores da blogosfera (já estamos a aportuguesar esta expressão...a ver vamos) mais dois instantâneos de Leiria que me captaram a atenção (e não é só de agora) por estes dias. Concretamente, no dia do jogo de futebol Twente-Benfica, fase de apuramento para o Play-off da Liga dos Clubes Campeões Europeus de Futebol. Parece que o Benfica estará bem encaminhado, depois do jogo que fez e do resultado, um empate a dois golos.

A segunda foto, tirei-a da varanda dum casal amigo, a Luísa e o Soares Duarte, justamente no intervalo daquele dito jogo. Já vem sendo habitual, nos últimos tempos, juntarmo-nos para ver os jogos do Benfica que passam na SportTV. Sempre aproveitamos a ocasião para convivermos um pouco e combinarmos umas sortidas para as nossas lides literárias, aqui e ali, 
(Leiria, Batalha, Alcanena, Nazaré, para já não falar da ACLAL em Castro Daire e da Associação de Apoio e Preservação da Língua Portuguesa, em Viseu - vamos lá a ver, também, no que é que esta ideia vai dar). 
A rádio também teve o seu tempo, pela mão de Soares Duarte... Apetece-me perguntar-lhe, aqui e agora, se vai deixar que algumas contrariedades da vida, da idade (ainda está para as curvas, caríssimo amigo) lhe interrompam o seu gosto pela participação activa aos microfones de uma estação de rádio, com o seu estilo e programas inconfundíveis.

A fotografia que registei em primeiro lugar constitui um momento que não me canso de fixar na objectiva da minha máquina fotográfica, uma Nikon D50 com teleobjectiva Sigma APO DG, 70-300 mm.
Estávamos, eu e a Zaida, a prepararmo-nos para sair de casa por causa do jogo do Benfica. A Zaida acompanha-me, mas, tal como a Luísa, só se apercebem do resultado do jogo através das nossas observações mais acaloradas ou mais críticas, às vezes algo azedas.

E com isto tudo parece-me que já não será muito conveniente prolongar este apontamento.

Cá vamos andando, meus amigos/as!...
-
(*) Obviamente que estou a exagerar. Será noite na parte do planeta Terra em que o Sol está abaixo do horizonte. Desculpem lá, não estou a ensinar nada a ninguém. Simplesmente estou a tentar ser o mais correcto possível na forma de me exprimir.
Já que estou nesta de me confessar e de apelar à benevolência dos meus leitores:
À medida que este meu blogue vai amadurecendo com o tempo também eu vou sentindo cada vez mais necessidade/dificuldade em impedir que as gralhas pousem aqui e ali sem eu dar por isso, seja por distracção, seja por ignorância da minha parte. A verdade é que esta minha disposição de me pôr para aqui a escrever sobre tudo e mais alguma coisa colocam-me, com muita frequência, perante as  limitações intrínsecas à minha qualidade de amador em muitas áreas que ouso abordar sem que, para tal, tenha a preparação cultural adequada. Quantas vezes, movido pela curiosidade e espanto de ignorante, não me permito a veleidade de escrever sobre temas que não domino. Bem me esforço por estudar a matéria mas nem sempre consigo aprender o suficiente.
Das possíveis imprecisões resultantes das condicionantes que vos acabei de referir, quero, desde já, penitenciar-me, agradecendo todas as dicas que possam considerar pertinentes.

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2011/08/16

Leiria: Academia de Futebol Juvenil e o Desporto Escolar


O Guilherme Moura, (31), meu neto, integrou a equipa A do escalão dos Juvenis do UDL-União Desportiva de Leiria, no passado Sábado, no jogo de futebol de onze, com o Massamá(*) (tem outro nome mas não o fixei; de qualquer modo tomei conhecimento que os rapazes vinham da freguesia de Massamá, em Lisboa). 
(*)Aditamento.

Foi só ir à Internet, pois que fiquei com a ideia de que no nome constava a palavra "Real". 
E lá está o historial deste clube Lisboeta.


O Real Sport Clube foi criado em 1 de Agosto de 1995, resultando da fusão dos clubes já existentes nas freguesias de Queluz e Massamá,  o Grupo Desportivo de Queluz e o Clube Desportivo e Recreativo de Massamá, fundados nos anos 50. 


Ganharam o Torneio organizado pelo União Desportiva de Leiria, com dois jogos e duas vitórias, ainda que arrancadas a ferros (isto é, a penalties). Também participou o Beira-Mar.

Interessante a coincidência de, tal como o União Desportiva de Leiria, ter resultado da fusão de dois clubes já existentes na zona.
Talvez seja de se voltar a pensar seriamente em fundir clubes desportivos para que eles melhor possam resistir às exigências brutais que a "crise" está a impôr à gestão financeira das associações. 
Além do mais, tudo indicia que os clubes poderão ter um papel cada vez mais interveniente na ocupação e orientação desportiva dos jovens. Repare-se nos cortes em termos de horário dedicado ao desporto escolar, que o actual Ministério da Educação está a levar a cabo. Pelo que percebi, para já, vai ser reduzida em uma hora semanal a actividade desportiva orientada pelos professores do Ensino Secundário. Esta situação não augura nada de bom para uma melhor integração e socialização dos jovens. 
Já ouvi uma professora de Matemática a dizer taxativamente que preferia que se tivesse retirado uma hora ao horário obrigatório da disciplina de Matemática em detrimento do aumento de mais tempo dedicado às actividades desportivas. Desta forma - argumentava a professora e eu concordo - poder-se-ia melhorar a capacidade de concentração dos alunos, o que seria benéfico para as disciplinas científicas.

O Guilherme jogou à experiência, já que ainda lhe falta um ano, para passar para aquele escalão.
Pelo que vi, no decorrer do Torneio que então se realizou, os "jogadores" daquele escalão têm 14 e 15 anos e já têm um traquejo digno de nota. Bom domínio de bola e boa preparação física.

Penso que é bom que estes adolescentes tenham a possibilidade de praticar o desporto que apreciam. No entanto, quer-me parecer que, a partir deste escalão etário, os dirigentes dos clubes que se responsabilizam pelo funcionamento destas Academias de Futebol, já começam a olhar para os rapazes como eventuais futuros "activos" que poderão ajudar ao equilíbrio das suas finanças, através de transferências para os "grandes", o Benfica, Porto, Sporting, etc.
Quero acreditar que os Clubes com estas Academias têm, no seu quadro técnico, psicólogos capazes de esclarecer os "miúdos" que uma carreira no mundo do Futebol, sendo possível, não é fácil nem é para todos.

Acredito nas potencialidades do Guilherme, por isso, sempre que posso gosto de estar presente e de o incentivar.
Força, Guilherme!
De qualquer modo, atenção, muita atenção aos estudos!...
@as-nunes


2011/08/13

Biblioteca da Nazaré - Ronda Literária











Ontem, participámos dum evento interessantíssimo. O grupo, previamente organizado pela Biblioteca da Nazaré (75 anos de existência, com uma original história de intervenção cívica e cultural a contar), saiu do Centro Cultural da Nazaré sob a orientação do Alexandre (pode ser que ainda venha a ter oportunidade de o conhecer melhor) e a ronda pelas ruas e ruelas da Nazaré lá prosseguiu até que nos juntamos no acanhado mas extraordinariamente acolhedor espaço da Biblioteca. Numa salinha com livros e mais livros, uma mesinha pequenina para que não fosse retirada muita área àquele romântico espaço, fomos surpreendidos com uma voz feminina a ler-nos um excerto dum trecho literário, em contraluz difusa, vultos e literatura a emergir da alma dos escritores de todos os tempos...

Dali seguimos para uma casa particular, interior de pequenas dimensões físicas mas extraordinariamente amplo na variedade do seu ambiente de autêntico museu, a respirar uma perfeita simbiose entre gosto pela cultura e profundas ligações à poesia popular e à luta política. Falou-se, de raspão, de Saramago e de Manuel da Fonseca. Fiquei com curiosidade de aprender mais...
Ali contactámos com a figura física de Bocage, que nos disse da sua inimitável veia poética.
E continuou a ler-se variada poesia...

A ronda acabou no acolhedor jardim da casa do snr. Virgílio. Fomos recebidos com uma amabilidade extrema e num ambiente exemplarmente propício ao momento.
Continuou a ler-se poesia:
Eugénio de Andrade, Bocage, Acácio de Paiva (li o soneto "O Banheiro"... humor e ironia apropriados ao local em que nos encontrávamos, mesmo que escrito, provavelmente, nos primórdios do século passado) e tantos outros poetas... 
(Ary dos Santos, Manuel da Fonseca, António Ramos Rosa, Soares Duarte, Sophia de Mello Breyner, Zaida Paiva Nunes, Herberto Helder, David Mourão Ferreira etc. etc. que não fiquei com os nomes todos como se teria justificado - é que participar e fazer a reportagem não é fácil...).

Um serão perfeito...
Gostei. Muito!


Edição ne varieteur
@as-nunes
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