2011/09/10

Adeus, Largo da Sé de Leiria

Isto não é uma montagem fotográfica. Caprichos da reflexão da luz... 

Ontem, Sexta-Feira, esteve um dia de Sol e calor. Até parecia Verão! ;))
Fomos, eu e a Zaida, ao Largo da Sé, em Leiria. Andamos em mudanças de escritório, eu já na fase de tirar fotografias do interior das instalações, das paredes, alguns móveis, máquinas antigas,  recantos, enfim, a registar em foto os resquícios de recordações de 40 anos de vida. Foram anos em que utilizámos estas instalações com várias finalidades:
1 - como habitação durante mais de 10 anos, quando começámos a nossa vida, depois do regresso de Moçambique, do serviço militar obrigatório (os mais jovens, sabem o que é isso?!);
2 - como escritório e Sala de Estudos;
3 - só como escritório.

Está-se a fechar um ciclo determinante da nossa vida. Deixámos o convívio diário com o Largo da Sé, a Catedral mesmo em frente, do outro lado do Largo, as minhas amadas árvores do Adro da Sé, aquela dupla, uma tília e um jacarandá, já de proveta idade, a recordar-me do dia negro em que cortaram todos os ácer (padreiros) que emolduravam o Largo, lhe davam uma vida quase celestial, o chilrear ao cair da tarde de centenas de pequenas aves. 
E que dizer da Tipografia Leiriense (imprimia os cartazes a anunciar os filmes para o Teatro José Lúcio da Silva), hoje Tip. Carlos Silva (por cima ainda se pressente a figura esguia de Eça de Queirós a dar despacho ao expediente, na sua qualidade de Administrador do Concelho de Leiria), na esquina do Largo e da Rua da Vitória, nesta rua a barbearia onde me habituei a cortar o cabelo desde sempre (agora essa operação é feita em menos dum fósforo), os Hingá e a sua oficina de automóveis?
Tantas recordações...
Bons amigos e companheiros de jornadas e jornadas de trabalho e de alguma cavaqueira!...

Vinha eu em direcção ao prédio, reparo na minha imagem reflectida nos espelhos duma portada do Bar do rés do chão (quantas vezes é que tal não me aconteceu?), hoje decidi-me e tirei uma fotografia, esta que aqui vos mostro.

Nos próximos posts talvez coloque aqui outros "pequenos" apontamentos de pormenores que me captaram a atenção sentida neste dia de "despedidas" e de nostalgia...


Adeus Largo da Sé, até sempre...
Claro, esta não é uma despedida definitiva. Mas que toca ao sentimento lá isso toca!...
@as-nunes
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6 comentários:

Rui Pascoal disse...

Se eu já estava algo nostálgico, depois de ler este "post" ainda mais fiquei. O meu filho casa-se dentro de horas. Fecha-se um ciclo, abre-se outro... é a vida.
"Claro que esta não é uma despedida definitiva. Mas que toca no sentimento lá isso toca!...
Um abraço e até sempre!

Rosa dos Ventos disse...

Um Largo com história e com muitas histórias dentro!
Até eu comecei a circular por lá desde menina quando as irmãs dominicanas nos traziam em "procissão" às cerimónias na Sé! :-))
E olha que até nem era mau...sempre dava para vermos e ser vistas! :-))

Abraço

a d´almeida nunes disse...

Rui Pascoal

Já passei por duas vezes por esses momentos. Casamentos com Igreja e tudo. Aliás até quase que nem se concebia um casamento se não tivesse sermão e missa com convidados a dar com um pau. Para além da boda!
Hoje passei pelo Largo da Sé, de carro, estava cheio de carros que nem um ovo. Às tantas...
Parabéns e votos de muitas felicidades para os noivos, que para os pais também serão!

Cá nos vamos encontrando, que a casa continua a ser da família e a minha ligação a esta cidade será para sempre, digo eu!

Um abraço

a d´almeida nunes disse...

Rosa dos Ventos

Ah pois claro, o santo sacrifício da saída da missa, que era o mais propício a cada um/a se mostrar e trocar olhares, :-)

Os meus primeiros contactos com o Largo da Sé têm a ver com as minhas idas e vindas, de 1966/68, entre a Rua Cap. Mouzinho de Albuquerque e a então Escola Industrial e Comercial de Leiria (a actual Domingos Sequeira) enquanto lá leccionei. Premonitoriamente. Acabei por ficar ligado a este Largo desde os primeiros tempos em que assentei arraiais em Leiria.

Abraço

Graça Sampaio disse...

É um bom bocado triste deixar, de um dia para o outro, tudo o que foi a nossa vida! Como eu o compreendo! Mas, como dizia a Scarlet no filme: "Tomorrow is another day!" E temos de continuar a rolar a vida para a frente.

As minhas maores simpatias pelo seu sentimento, amigo António!

Unknown disse...

A nossa vida está presa nas pessoas, nas árvores, na história passada em cada recanto de um passado recente.

Ao passar adiante desejo que esta nova mudança seja ainda mais calma e também cheia das melhores coisas da vida.

A vida acontece todos os dias e faz-se em todos os minutos...