2022/09/21
2022/09/13
No lançamento do livro de poesia de Carlos Lopes Pires: as rosas impossíveis
O toque de Deus e seus prodígios
Carlos Lopes Pires
A Poesia é uma coisa demasiado
importante para se confundir com literatura
Zetho Cunha Gonçalves
A arte de Fúlvio Capurso tem o toque de Deus. Uma arte de simplicidade. Como se o espírito de uma criança ali pairasse. No livro “a minha poesia é uma ignorância” chamei a pessoas assim “crianças da chuva”. Trate-se de ilustrações ou de esculturas, sobretudo, as que chamaria eco-esculturas, constatamos esse efeito, que designo de multiplicação. Uma arte de simplicidade, ingenuidade, elevação. Uma arte que não precisa de palavras, explicações ou definições: têm o toque de Deus, e quem está disponível poderá senti-lo. Não precisa de palavras, dizia eu. E diria mais: têm o efeito de provocar mudez, pois estabelecem-se através de um sentimento que trava as palavras e nos deixa com as palavras que nos faltam. Porque dizer que um poema é feito com palavras é idêntico a dizer que um desenho ou ilustração de Fúlvio foram feitos com lápis ou canetas, ou qualquer outro instrumento de pintar ou desenhar. O toque de Deus preside às suas criações.
Digo que um poema é, antes de tudo, uma experiência espiritual. Fora disto estaremos sempre a falar de poesia de entretenimento, de fingimento, a que também tenho chamado poesia com literatura. E quando falo em “o toque de Deus”, pretendo significar o prodígio de alguém ter essa experiência espiritual. E tal experiência pode realizar-se de vários modos, nomeadamente no que se tem chamado arte, incluindo a própria experiência da arte. Na verdade, talvez o que costuma designar-se poeticidade se refira a isso mesmo. Pois eu chamo-lhe o toque de Deus, a experiência espiritual, a multiplicação de si por todos e tudo. Que é uma elevação e expansão, que não deixa de ser, igualmente, um alargamento interior. A verdade de um poema está no sentimento de multiplicação que ele provoca ou evoca. Mas tal sucede porque ele é, desde logo e acima de tudo, essa multiplicação.
Repito que um poema é uma experiência espiritual. Não sei se foi sempre assim. Creio que não, embora sempre tenha havido poetas caminhando nesta direcção. Estou convencido de que os poemas serão cada vez mais uma experiência espiritual, e que é nesse sentido que o “ser humano”, isto é, aquele que ainda não é, se orientará cada vez mais. E é por isso que vou dizer uma outra coisa, talvez chocante para alguém: para um poeta a erudição, em si, é uma limitação. Um poeta não precisa de coisas eruditas. Do que precisa é do que a elas presidiu. O importante não é a sua representação no mundo das aparências, mas o que lhe deu origem. A erudição, em si, é uma repetição. Ora, o que lhe deu origem já está nos poemas, pois nenhum poeta escreve a partir de nada, mas sim a partir de todos os nomes do mundo, que é uma outra maneira de nomear a abundância. Muitos são os que evocam uma e outra vez imagens, nomes, ideias que assinalam a sua erudição. Não entendo: para que importa a um poeta os clássicos, ou os modernos, se não estiverem já nos seus poemas, nas suas palavras? Um poema, cada poema, transporta a humanidade inteira e a possibilidade desta se tornar uma verdade. E se já o faz no coração dos poemas, para que há de repetir-se numa parte de fora? Se não o faz no coração, nenhuma evocação erudita o salvará da repetição vazia.
Do mesmo modo, um
pássaro não voa para que lhe chamem pássaro, nem voa para que outros o vejam
voar. Voa porque sim. Assim é que um poema não é feito de imagens mais ou menos
fortes, ou do que seja. Um poema, já o disse, está nas palavras que faltam. E
as palavras que faltam são uma desmedida da ausência, da abundância. Permitam-me
ser claro: vários são os nomes pelos quais se pode nomear a espiritualidade. Há
quem diga que os poemas dizem o indizível. Dizer isto é meio caminho. O poema
traz o toque de Deus, a multiplicação existencial. Quer dizer, o espírito do
mundo. Indizível porque não vemos, não tocamos. Somos existencialmente cegos. E
isso é o que está nas palavras que faltam.
E cada
poema revela o vulto do meu próximo, o rosto daquele que caminha na minha vida,
ainda que possa ser ausente, estrangeiro ou em falta. Portanto, um poema tem
ética e desenha um desígnio, uma direcção. Os
poemas podem salvar-nos da indiferença, embora um poema não seja uma encomenda
de prestígio. Um poema é um prodígio, um afastamento, uma divergência. Não, um
poema não é feito com palavras, nem é feito com silêncio. Não, não é. Um poema
é constituído por palavras ausentes, as palavras que faltam. Por isso um poema
é igualmente uma falta. Ou melhor, um poema revela a ausência daquele que anda
lá fora na noite escura e chove. E eis o prodígio: esta ausência revela a
presença daquele que é em nós desde sempre.
E se digo que um poema é, antes de
tudo, uma experiência espiritual, é porque me atrevo a dizer que é aí que está
a sua origem, o seu princípio. E se me atrevo a afirmar que um poema não é
escrito com palavras, é porque pretendo diferenciar a palavra poética da
palavra comum. Embora todas as palavras tenham origem nessa noite, nessa
realidade que nos escapa, as palavras comuns são elaboradas na realidade ou
mundo das aparências. E desejo esclarecer que o que digo não significa que os
poemas não são palavras, pois eu não creio em coisas como “poesia visual”
(entre outras). Na verdade, eu penso que um poema é sempre feito com palavras,
só que as palavras que lá estão falam-nos das palavras que faltam, essas que
nos trazem a experiência espiritual. Num comentário, que considero muito feliz,
Luís Vieira da Mota escreveu, no facebook, mais ou menos, o seguinte: a profundidade dos poemas não está nas suas
palavras, mas nos intervalos entre as palavras. Tão belo comentário só pode
vir de alguém que compreendeu ser a poesia outra coisa.
E o que os poemas dizem é o que vem
através dessa experiência espiritual. Mas os poemas são, também, essa
experiência, que é igualmente de infinito, de ausência, de abundância. Se as
palavras podem ser usadas para comunicar, numa dada comunidade, é porque têm
uma dimensão de intersubjectividade, embora não possam, nunca, deixar de ser
relativas a uma determinada experiência de existir, que é sempre única e
peculiar em cada um. Existir é uma experiência incomunicável. Além do mais,
existir implica ser mais-que-uma-coisa. Existir é, em si, já uma
transcendência.
Sim, é verdade que digo que os meus poemas não são literatura. E que me intitulo poeta da ignorância, poeta de província e até poeta clandestino. Coisas que não são exactamente o mesmo. Contudo, todos estes nomes enraízam o substantivo de afirmar que escrevo poemas sem literatura. É que, querida amiga Graça Sampaio, fujo dessa gente como o diabo da cruz. Não é o seu caso, mas há quem se zangue por eu não gostar de literatura. No entanto, eu também não gosto de guerras nem de desculpas para os que lucram com a miséria dos outros. E assim há muito que fiz um pacto com os meus poemas: o de nunca nos mentirmos.
Que um poema tem a sua raiz numa
experiência espiritual, que também já tenho designado epifânica. Esta
experiência dá-se fora do tempo e espaço cotidianos, fora da realidade das
aparências. A poesia literária, hoje dominante e preferida do sistema de
criação do prestígio e notoriedade, pelo contrário, faz-se ao nível da
descrição da realidade cotidiana. É como tirar uma fotografia e, depois,
descrever o que lá está recorrendo a palavras menos comuns, trocar a sua ordem,
intensificar as adjectivações, ou recorrendo a figuras mitológicas que,
eventualmente, multiplicam as possíveis interpretações do texto e parecem
dar-lhe profundidade. Pessoas cultas e com leitura abundante, no domínio da
poesia com literatura, deixam-se levar por este truque, que é um disfarce da
banalidade. A banalidade, é claro, conduz à banalização. E na banalização não
pode haver profundidade. A banalidade é plana. Disse-me a Isabel Soares que
certamente as pessoas não escrevem com consciência de truque. Mas agora e aqui
acrescento, correndo o risco de que alguém possa achar-me petulante, que
pessoas banais só podem fazer coisas banais. Porque para fazerem coisas
elevadas teriam de se enganar, e as pessoas banais não se enganam.
De qualquer modo, profundidade é quando
nos inclinamos para um plano sem fundo. Ora, a profundidade só pode ser dada
pelas palavras que faltam. E o que falta na dita fotografia? Justamente o que
lá não está. Sim, eu sei que parece uma redundância. Mas o que falta é o que os
olhos não veem e os ouvidos não podem escutar. Falta o sentimento e faltam as
pessoas e coisas que não aparecem na fotografia. Faltam as vozes, os movimentos
que povoaram no mundo a sua presença. Por isso, sim, muito por isso digo que um
poema é as palavras que não estão no poema. Por isso, sim, muito por isso digo
que um poeta deve ser como um pobre à maneira de Rilke: os pobres são simples e
despojados de aparências. Um poema é uma existência frugal. Um olhar pobre
sobre o mundo. Um poema não precisa de adjectivos cosméticos, pois ele é
iluminado por dentro e por toda a luz que os olhos não podem ver. Sou mais uma
vez claro: a poesia com literatura é uma cosmética.
E sim, é verdade que digo que nos meus
poemas não há metáforas, imagens ou outras ditas figuras de estilo. Algumas
pessoas zangam-se comigo, outras julgam que é um truque para me fazer notar.
Mas, pensem bem: notar por quem, se caminho para um inverno onde só estão os
amigos? Por isso, pensei aproveitar estes minutos para explicar, talvez melhor,
o que tenho vindo a dizer. E vou falar em metáforas, considerando vários
aspectos, nelas englobando todas as chamadas figuras de estilo. E para ser o
mais claro possível vou falar por pontos, que devem ser considerados, no
entanto, todos simultaneamente:
1. As metáforas são conceitos descritivos, não tratam da realidade. As descrições não têm poder explicativo. A palavra pássaro não explica nenhum pássaro. Possibilita é que cada um de nós saiba a que tipo de coisa nos referimos. Com efeito, quando digo “é um pássaro” não estou a definir uma realidade, ela mesma. Estou, simplesmente, a acrescentar um elemento na grande ilusão do mundo humano. E quando digo “isto é uma metáfora” crio a ilusão de estar a identificar, ou até explicar, um elemento da realidade. A classificação é um olhar abstracto. Os poemas existiriam sempre sem o conceito metáfora. E se os pássaros são anjos, como podem ser explicados?
2.
A utilização das metáforas, como um fim
em si mesmo, conduz às aparências, essa estranha convicção de que o que parece
é. Gerações e gerações de solipsistas têm coleccionado metáforas, confundindo
imaginação com tropeções entre palavras. Que isso que chamam de imaginação
ainda está por ser entendido.
3.
Então uma metáfora não pode tratar da
representação da realidade, como muita gente parece crer. Por isso, o acreditar
que as metáforas definem a natureza e qualidade dos poemas, é não ter
compreendido o essencial. Repito: um poema é feito com o que lá falta. Não com
metáforas.
4.
Sejamos claros, desde há muito que a
poesia da literatura se afundou no charco das redundâncias e da iniquidade. A
falta de talento foi substituída pela proliferação de metáforas, e outros
arranjinhos, como dizer que um poema é um
cão a latir lá fora… A poesia com literatura é isto: uma repetida vulgaridade.
Aquele sentido pejorativo que, frequentemente, se encontra quando alguém se
refere aos poetas ou à poesia, está, pois, certo, pois é naquilo que se tornou
a poesia da literatura. Uma completa vacuidade. Perdoem-me o que vou dizer,
pois ao menos sou sincero e autêntico: como podem pessoas banais fazer coisas
que não sejam banais?
5.
É que as chamadas metáforas são sobre
alguma coisa, realmente. Mas não é por serem metáforas, é porque o mundo, a
existência, o cosmos, a realidade, nos transcendem. E assim é toda a vida
humana, a linguagem e o pensamento. As metáforas não representam a realidade:
elas são a realidade das aparências. Mas os poemas são o que talvez há de mais
próximo com a realidade. Essa para a qual há muito ficámos cegos. É que as
coisas estão ao contrário: o mundo, como o definimos, o mundo humano, é que é
de aparências feito. Afinal, o mundo é uma metáfora. A realidade é justamente
aquela que não vemos. Verdadeiramente, a realidade social, cultural, cotidiana
é que é metafórica. Os poemas, que são sobre o que falta, são o que mais
próximo temos da realidade.
6.
Num comentário, no facebook, a Isabel
Soares disse-me o seguinte: Contudo, sem
precisares de recorrer à adjectivação, também tu transferes, por vezes, o nome
de uma coisa para outra relacionando-as, comparando-as. O que chamas a isso?
Metáfora. - dirão os entendidos. Sim,
confesso. Mas é que essa espécie de analogia entre as coisas não é, realmente,
uma analogia. Ela é real, no sentido em que é verdadeira. As coisas são uma só coisa.
E há uma verdade que as atravessa e em todas permanece. As metáforas (e as
analogias) pertencem ao mundo das aparências e, de algum modo, parecem esconder
o grande sentimento que nos conduz a todos pela vida. Há uns tempos, numa volta
de bicicleta cruzei-me com um pássaro morto na estrada. Esse encontro suscitou
o seguinte poema, aliás mentalmente escrito durante a viagem:
encontrei um pássaro
partido no chão
mas não era o pássaro
era eu
então
peguei nas suas asas
e depois no coração
mas não era o dele
era o meu
Tudo o que é dito é verdade. É que
“partido”, por exemplo, designa um sentimento. Esse sentimento é do universo, é
cósmico, é da realidade ela mesma. A analogia, as metáforas e etc designam
conceitos para dar congruência à realidade das aparências. Mas há uma realidade
na noite que nenhuma mão alcança. Essa realidade para a qual desde há muito
estamos cegos. Sim, desde há muito que estamos cegos e não sabemos. Sim, não é
uma analogia: os sentimentos realmente partem-se. Por exemplo, eu tive um gato,
e quando ele faleceu partiram-se-me as mãos, as palavras e os olhos.
Há cerca de 30 anos o Prof. Manuel Frias Martins propôs o conceito de “matéria negra” para se referir à fonte onde os artistas, em geral, vão buscar a matéria para fundar as suas obras. A sua inspiração. Manuel Frias Martins criou a expressão em analogia com a “matéria negra” da astrofísica. Lembro que esta matéria negra ocupa parte significativa do universo, mas é indetectável. E a analogia é tão forte que poderemos perguntar-nos, hoje, se é uma analogia. Talvez, no fundo, não o seja. Talvez seja o infinito e então o infinito esteja aqui. Imaginem, simplesmente, que tempo e espaço são criações humanas, como é a astrofísica, e todas as ciências. Imaginem, simplesmente imaginem, sem se zangarem comigo, que tempo e espaço poderão ser outra coisa, que não espaço ou tempo. Imaginem, simplesmente, que todos os espaços e tempos estão aqui. Porque não há antes nem depois. Nos poemas chamo-lhe ausência, ausência sem fim. Mas o que é verdadeiramente importante, para mim, é a conclusão que tiro: a raiz dos poemas está aí, nessa abertura para o infinito. Quem quiser poderá chamar-lhe Deus. Não me importo nada. O que quer que seja é demasiado grande para cultivar a mesquinhez. E esse gesto, que é também uma inclinação, é a espiritualidade.
Considerar um poema a partir das metáforas, e outras figuras de estilo, é considerá-lo a partir do lado de fora, da sua aparência. Mas um poema é uma existência espiritual. Os académicos e os críticos, em geral, lamento dizê-lo, mas estão muito longe de compreender o que é um poema. Será necessário um tempo, que já não será o nosso. Hão de passar gerações para que os homens aprendam alguma coisa sobre o seu lugar no cosmos. Só então, os famintos, poderão realmente compreender a natureza de um poema. O que é, realmente, um poema. Famintos? Perguntam. Mas o que são famintos? Famintos somos nós, “os das flores”, os que estamos aqui e muitos outros que há pelo mundo e que anseiam parecer-se com as estrelas.
Mas por agora vê-se muito mal no lado de fora.
É por isso que voltarei, ainda, à pobreza de Rilke. Pobreza como despojamento,
como simplicidade. Alguém que risca na tarde o seu nome e depois o entrega à
água.
E quase a terminar, desejo confessar-vos que quanto acabo de dizer não deve ser entendido como uma tentativa de fixar um sentido para os meus poemas. É que este texto, e todos os textos que tenho escrito sobre poemas, são meramente não-poemas. Isto é, devem ser entendidos como fazendo parte do mesmo imaginário. São variações em redor dos poemas. Não são ensaios. Não pretendem catequizar.
Ainda vos quero dizer que não vejo os
poemas como tristeza, melancolia ou desespero. Os poemas são uma coisa feliz.
Mesmo quando respeitam a desgraças, ainda assim são felizes, pois são sempre uma
iluminação, uma criança descalça que olha o mundo. Não partilho aquele perfil
dos poetas como pessoas ébrias, melancólicas, boémias e dadas a estados
depressivos. Os poemas salvam, elevam, transformam, multiplicam. Os poemas têm
o toque de Deus. O poeta é aquele que vezes sem conta se inclina no seu próprio
nome. O poeta é um animal improvavelmente iluminado.
eu cresci numa
árvore
de onde vi o
mundo acontecer
como se fosse
a minha vida
havia tardes
em que tudo
ardia à minha
volta
mas nunca na
árvore
onde cresci
e assim
aprendi dos pássaros
as estações e
a brevidade
do voo
e o que
outros
chamaram
poesia
era o mundo visto
do cimo de
uma árvore
porque foi
uma coisa de magia
uma coisa de
nunca tirar
do coração
o ter
crescido numa árvore
2022/09/11
10 setembro 2022: estávamos a chegar ao moinho do papel em Leiria para participar no lançamento do livro de poesia de Carlos Lopes Pires, "as rosas impossíveis"
O rio Lis no centro da cidade de Leiria... agora...
2022/09/05
Poesia: resultado duma busca sob este tema, no meu FB
Fiz uma busca no meu Facebook para ver o algoritmo encontrava.
Eis o resultado:
https://www.facebook.com/profile/1742211899/search/?q=poesia
2022/06/09
Jornal "NOTÍCIAS de COLMEIAS" minha colaboração no nº de Junho 2022
Leiria como cidade
candidata a uma das cidades europeias da Cultura:
1-
Notas introdutórias
2-
Leiria candidata a cidade Europeia da Cultura 2027
3- Personalidades locais que ficaram registadas na história da Cultura
I – Notas Introdutórias
Já
aqui deixei escrita uma crónica que pretendia recapitular a história
política/antropológica da Península Ibérica desde 1000 anos antes de Cristo.
Penso que consegui mostrar qual a provável origem dos povos que acabaram por
habitar a zona da actual Leiria, digamos que a área correspondente à cidade e
aos seus arredores.
De
qualquer forma não será descabido, neste ensejo, recapitular este tema, dado
que o que em cada povo é hoje e pode representar como incentivo, para as novas gerações, é o acumular de
muitos factos e tensões de toda a ordem por que passou ao longo dos tempos
desde os mais longínquos da Idade das Trevas e até dos primórdios da sua
existência neste planeta até à actualidade. A História de cada povo é
determinante no tipo de sociedade em que hoje vivemos. Há correntes de
pensamento que advogam que o Presente é tudo e que não haverá interesse predominante
em nos arreigarmos a tradições e conhecimentos que são reminiscências daquilo
que fomos no passado mais ou menos longínquo.
Não
penso dessa maneira. Esperemos que as imagens e obras que os nossos antepassados
nos legaram perdurem na memória colectiva da nossa cidade de Leiria. Todos os
leirienses, sejam os que nela nasceram seja aqueles que para cá vieram fazer a
sua vida, já assumiram o dever indeclinável de defendermos esse legado
patrimonial e humano e de o transmitir aos nossos vindouros, acrescido do
resultado do nosso próprio labor.
-
Na
escola ensinaram-nos, a nós, os da geração de 50, que esses povos se chamavam
os Celtas, que mais tarde se misturaram com os Iberos, que habitavam a parte
sul, e também se constituíram em Celtiberos.
Por
volta de 700 Ac habitavam o sul, entre o que é hoje a zona entre Faro e Cádis,
uns povos que ficaram conhecidos pelos Tartessos
e que há quem diga que como resultado da sua fuga para Norte em direcção ao
Atlântico, se terão instalado pela zona da actual
Leiria, provavelmente pela área da futura Colipo. Nessa altura estavam muito pressionados pelos Iberos, pelos
Celtas e pelos Celtiberos.
Muito
mais se poderia acrescentar nesta temática da origem mais antiga dos povos que
deram origem aos leirienses. Mas não será assim tão importante como isso, na
actualidade. De facto, hoje em dia o que se deverá entender por ser leiriense?
E mesmo viseense?! Eu, por exemplo, posso dizer que sou viseense porque os meus
pais, à data do meu nascimento, e que viviam no Porto, deslocaram-se ao Casal,
uma aldeia do concelho de Viseu onde também nasceram. A parteira de confiança era a minha avó Neves,
era natural e residia na nossa aldeia do Casal. Os antepassados também viveram
nessa aldeia. Portanto, sou viseense, mas também portuense.
Vim
para Leiria nos anos 60 do século passado. Decorrido todo este tempo também me
considero tão leiriense como os que o são.
Vêm
estas notas a propósito de me estar a abalançar a escrever uns apontamentos
sobre Leiria e a Cultura difundida nesta zona e por pessoas ligadas a esta
cidade e ao seu município por nascimento ou por para cá terem imigrado. Quantas
vezes à procura de oportunidades profissionais, como foi o meu caso.
De
qualquer modo, tenho que o dizer, também consegui dar o meu contributo, parco
que seja, para a culturalização desta terra. Na época, havia muita falta de
professores para o ensino Secundário, e eu tinha terminado os meus estudos que
na altura estariam ao nível médio/superior, como nos outorgavam os nossos
diplomas dos Institutos Comerciais e Industriais (hoje, Universidades
propriamente ditas). E foi assim que passei a integrar a grande família dos
leirienses.
II- Leiria candidata a cidade Europeia da Cultura 2027
A
apresentação oficial da candidatura de Leiria teve lugar em 2022 em competição
com outras cidades o que implicou ter-se sujeitado a uma pré-selecção. Esta
candidatura foi preterida a favor de Braga.
Daqui,
até 2027, seriam apenas pouco mais de 4 anos para edificar um programa como Capital
Europeia da Cultura 2027 designada, a par de uma homóloga letã.
Esse
projecto consistia em elaborar um programa artístico e cultural ambicioso e que
abrangeria um território de uma enorme diversidade.
“Todas
as Capitais Europeias da Cultura, até hoje, se defrontaram com territórios
homogéneos e talvez por isso raramente tenham conseguido evitar uma espécie de
padronização, uma tendência para o isomorfismo – todas diferentes, mas todas
iguais. O caminho que nos propomos é o inverso” – assim foi apresentado este
projecto, em 2015, pelo então presidente do conselho estratégico, João Serra.
A
ideia era construir uma Rede Cultura a abranger uma área geográfica que iria
desde o Norte do distrito de Leiria até ao Centro Oeste da Estremadura.
Seriam
convocados várias Cátedras Unesco, tais como; Instituto Politécnico de Leiria –
Gestão das Artes e da Cultura, Cidades e Criatividade; Instituto Politécnico de
Tomar - Humanidades e Gestão Cultural Integrada do Território; três cidades
criativas da Unesco (Caldas da Rainha no Artesanato e Artes Populares, Leiria
na Música e Óbidos na Literatura) e três dos mais simbólicos e preciosos
Lugares Património Mundial portugueses (Alcobaça, Batalha e Tomar).
A
Rede Cultura 2027 teria Leiria como ponto de partida, mas agregaria
25 outros concelhos que teceriam uma malha diversificada e que totaliza quase
6.000 km2 de extensão e distância superior a 170 km entre os seus extremos.
-
Há
que não desperdiçar todo o trabalho já feito em prol duma Leiria Cidade Cultural,
no âmbito do citado projecto de candidatura e incrementar o necessário plano de
actividades para que Leiria possa vir a ser, no futuro, uma referência
importante na concepção de eventos culturais nesta zona de modo a promover uma
maior actividade sócio/cultual nesta estratégica zona de influência turística
do Centro Oeste de Portugal estremenho.
Caros
leitores,
Na
prossecução dos objectivos essenciais que pretendia alcançar, quando me propus
abordar a cultura em Leiria (uma abordagem sumária, claro está, que para maior
fôlego, uma crónica de jornal é, muito naturalmente, insuficiente…):
-
III - Personalidades locais que ficaram registadas na
história da Cultura
- É, sem dúvida, de importância nuclear, rever
a vida e obra de personalidades leirienses, que podem ser consideradas, entre
muitas outras, fundamentais para a uma real percepção da origem e da essência
do que é ser leiriense e pugnar por uma cultura com os seus aspectos próprios e
que poderão constituir o nosso ADN estremenho característico. E que poderá vir
a fazer a diferença natural mas essencial para podermos ser parte determinada e
determinante no conjunto cultural do nosso país, quiçá do mundo inteiro.
-
Dado
a natureza de crónica deste ensaio vou cingir-me a alguns nomes, que, por
motivos diversos (particularmente a minha maior ligação pessoal/emocional),
retive como muito significativos no âmbito da construção da cultura e
investigação histórica e cultural em Leiria:
São
eles:
-
Francisco Rodrigues Lobo
-
Acácio de Paiva
-
Afono Lopes Vieira
-
José Marques da Cruz
-
José Daniel Rodrigues da Costa (Josino Leiriense, como assinava regularmente; (ver
recente edição do “Notícias de Colmeias”)
-
Américo Cortez Pinto
-
João Cabral
-
Jacinto de Sousa Gil
(Seguem-se mais
alguns, todos ainda vivos, por ordem alfabética (se houver tempo de vida hei-de
falar de mais, os que me for possível..)
-
Arménio Santos Vasconcelos
-
Cândido Ferreira
-
Carlos Fernandes
-
Carlos Lopes Pires
-
Joaquim Santos
-
Luís Vieira da Mota
-
Ricardo Charters d´Azevedo
-
Saul Gomes
-
….
( e tantos tantos mais…)
Claro,
haverá leitores que se interrogarão do meu critério de escolhas destas
personagens. Terei de responder que se trata de personagens de cuja vida e obra
consegui reter mais informação ao longo dos meus quase 55 anos de vivência em
Leiria. Evidentemente, que o rol de pessoas e instituições que não serão
afloradas sequer, é imenso…
III . 1 - FRANCISCO RODRIGUES LOBO
3.1.1 - Começo por apresentar
a capa do livro “POESIAS” de Francisco Rodrigues Lobo,
Selecção, Prefácio e Notas de Afonso Lopes Vieira, edição de 1955 da
Livraria Sá Costa.
Este
era um dos livros adoptado no acompanhamento de aulas de Português do Ensino
Secundário/Liceu Nacional de Leiria (p.exº), nos anos 50 do século passado.
O
prefácio, escrito por Afonso Lopes Vieira, refere-se a uma recolha de
poesias de R. Lobo que estavam dispersas e intercaladas nas novelas pastoris de
que ALV parece, apesar de tudo, manifestar-se pouco entusiasta.
Socorrendo-se
duma monografia que Ricardo Jorge dedicou a R. Lobo, Lopes Vieira escreve no
Prefácio: (4)
“O
nascimento do poeta deve fixar-se não anteriormente a 1580 (1), em “Leiria
doce, alegre e desejada” (2). Essa naturalidade é celebrada pelo poeta
sempre que o propício ensejo vem, enfeitando-se com ela como com um título. A
fidelidade terníssima com que invoca e canta a sua terra natal, os campos e os
rios dela, torna-o por excelência regionalista.
… Atribuíram biógrafos a R.L. origem nobre. … Tudo nos leva a crer que
era cristão-novo…
A este letrado precoce que, em Coimbra, quando escolar, se estreara à
volta dos dezasseis anos (1596) com Romances…
… Deveremos relacionar com os Vila Reais o sempre vivo ressentimento de
R.L. contra a ingratidão da pátria e, especialmente, a de Leiria? (3)
Coitado do que nasceu
Nesta nossa terra ingrata
… Três anos depois da publicação da Jornada, no último quartel
do ano de 1622 (segundo o cálculo do principal biógrafo de R.L.) o poeta morreu
afogado no Tejo, colhido pela tempestade quando navegava de Santarém para
Lisboa. Foi sepultado no convento de S. Francisco da Cidade, em Lisboa…
… O lugar de Francisco Rodrigues Lobo nas Letras portuguesas é o de um
quinhentista que viveu no século XVII…ele mesmo o exprimiu criticamente: «falar
vulgar, e propriamente, é falar bem;…»”
-
(1)
Dedução da
Dedicatória da “Côrte na Aldeia”: « E se alguém me julgar por atrevido em
tratar cousas de corte nascendo em idade em que já a de Portugal era acabada…»
(2)
O Condestabre de
Portugal, canto XII.
(3)
Terá a ver com
uma paixoneta em adolescente com uma Vila Real.
(4)
Sinopse do
Prefácio:
Naturalidade
e origem do poeta. -Seu jeito de fidalgo campesino.- Honrosa amizade aos
Braganças.- Problema do caso amoroso; os Villa-Reais. – Lugar de Francisco
Rodrigues Lobo nas Artes Portuguesas; O Prosador e o Poeta – Razão deste livro.
---
Continuando
com o grande poeta leiriense, com
estátuas e a principal praça em Leiria. Um dos grandes ícones desta cidade.
-
Quero
frisar, de antemão, que irei apoiar-me, preferencialmente, na linha de rumo
adoptada por Maria de Lourdes Belchior, no seu livro, que penso
ser muito raro e algo desconhecido, intitulado: “Itinerário Poético de
Rodrigues Lobo”, edição de 1985 da Imprensa Nacional Casa da Moeda. Terei
comprado este exemplar na Feira das Velharias em Leiria, talvez em 2013 (pela
data do meu registo de entrada de livros da minha biblioteca particular).
(Um
pormenor muito interessante que tenho em conta quando compro livros em
alfarrabistas é o das dedicatórias. Encontram-se algumas, extraordinárias,
pelas pessoas que estão envolvidas. Como é que esses livros acabam em
alfarrabistas de feira e de rua?! … claro, as pessoas morrem e os seus livros
são, muitas vezes, um empecilho para os seus herdeiros. … quantas obras raras
não circulam nestes meandros lastimáveis!!!?...)
(José Aleixo da França SOMMER RIBEIRO, Arquitecto, natural de Lisboa, nasceu a 26-06-1924 e
faleceu a 16-09-2006. Era filho de João Sommer Ribeiro, e de Maria Amélia de
Oliveira Pinto da França, casou com Maria Helena Lane de Almeida Lima.
Ingressou no no curso de Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes de
Lisboa, em 1942.
Sommer
Ribeiro, teve um papel decisivo na renovação e abertura do panorama artístico
nacional ao longo de várias décadas, com independência face a diversas
tendências e gerações.
Foi
o responsável, quase duas décadas depois, pela localização da sede e Museu da
Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1981 assumiu as funções de Director do Centro
de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e, em 1993, reformou-se da
Fundação Calouste Gulbenkian para tomar posse do lugar de Director e
Administrador da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva.
Sommer
Ribeiro ficou ainda ligado às Caldas da Rainha, onde foi Comissário de
duas edições da Bienal de Escultura e Desenho das Caldas da Rainha e ao Museu
Municipal de Óbidos.
Foi
agraciado, nomeadamente, com as condecorações de Grande Oficial da Ordem
Militar de Sant’Iago da Espada, Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique
e Grande Oficial da Ordem de Mérito.)
-
Na
introdução sobre este seu livro, Maria Belchior, a dado passo escreve: “Não
nos interessou a estilística puramente descritiva, que se fixa em determinados
caracteres do estilo e os enumera; foi, sobretudo, no sentido de uma investigação
de carácter genético que se orientaram as pesquisas sobre a poesia de R.
Lobo.”
Sendo assim como se terá criado o estilo poético de Rodrigues Lobo, poderemos nós questionar?
Não
se sabe com rigor que materiais, ao nível linguístico-literário, teria R. Lobo
ao seu dispor, na época em que escrevia a sua famosa obra poética. O que se pode
aceitar é que o estudo da língua poética deste grande poeta só será
verdadeiramente válido e actual se se tiver em conta o contexto
histórico-linguístico e social dessa época. A autora do ensaio que estamos a
seguir aceita, «sem reservas nem desvios, a doutrina de Spitzer sobre
a imanência da crítica literária; o ponto de partida desta, concreto e único,
deve ser a criatura de arte que é o poema ou o romance.»
E
acrescenta que com o seu trabalho propõe-se reconstruir o mundo poético de R.
Lobo estudando a forma e estilo do poeta para reconstituir a sua visão do mundo
em que vivia. E foi assim que analisando determinados «motivos», o ´uso
insistente e até obsessivo de certos modos de expressão`
terá
conseguido concluir da compleição mental e temperamental do poeta e da sua
visão do universo, através da complexidade de sentimentos e pensamentos que R.
Lobo transmitiu através da sua poesia.
Escreve
Maria Belchior que todo o seu trabalho de investigação sobre a poesia de
Rodrigues Lobo foi norteado de forma a conseguir desvendar duma forma
cientificamente literária a «imagem» verdadeira da sua poesia.
Um
outro aspecto muito esclarecedor que M. Belchior aborda é a sua constatação que
à Estilística, ´como ciência que estuda as relações funcionais entre
conteúdo e forma, compete esclarecer o movimento que vai do pensamento à
expressão escrita`. Nesta fase da introdução ao seu ensaio explica-nos as
duas abordagens antagónicas das estilísticas semântica e onomatológica, recordando
que enquanto com a semântica se procura através da palavra o significado do
pensamento, com a onomatológica o ponto de partida da análise literária está
nos conceitos e nas ideias do poeta.
(Como
poderemos dizer, com alguma subtileza, o poeta revela-se mais pelas suas ideias
e imaginação do que pela forma dos seus poemas)
-
Claro
que no caso de R. Lobo, como no de qualquer poeta, há dois valores fundamentais
a ter em consideração: os valores da tradição e os da criação individual.
De
seguida disserta acerca destes valores do poema e pergunta-se: «No que
respeita a Rodrigues Lobo, em que circunstâncias exteriores-sociais escreveu e
publicou a sua obra? Poderá considerar-se poeta da corte dos Braganças (6), o
autor das Éclogas e, sobretudo, o autor do Condestabre? Em que circunstâncias e
com que intenções escreveu ele a sua obra poética?».
As
respostas a estas perguntas permitiam compreender mais facilmente porque razão
a obra deste poeta dos anos de seiscentos conseguiu transcender a própria época
em que viveu.
-
´É
sabido que ao longo da história, as relações entre a vida e a literatura não se
mantiveram inalteradas: tempos houve em que o divórcio entre a literatura e a
vida foi grande; outros, em que a literatura e a vida se aproximaram e outras
ainda em que a literatura e a vida quase se confundiram.`
-
Não
nos demorando nestas encruzilhadas da estilística foquemo-nos no concreto da
obra poética, lírica e épica, de Rodrigues Lobo:
O
significado simbólico da obra de R. Lobo é resultado do julgamento colectivo e
geracional e daí a prevalência do
estilo lírico sobre o épico, que foi o que mais o notabilizou e marcou para
a história da literatura e da poesia.
Talvez porque também foi o mais e melhor estudado até à data.
No
entanto, não podemos descurar (talvez ao contrário) a faceta épica da poesia de
R. Lobo. E aqui teríamos que voltar ao estudo mais aprofundado do poema épico Condestabre
e as circunstâncias históricas em que o poema foi escrito e publicado.
Maria
Belchior, depois de algumas e interessantes considerações sobre os dois
principais estilos de R. Lobo, acaba por confessar que optou por se limitar à
análise em minúcia da sua poesia lírica. Diz mesmo que esteve tentada em se
abalançar unicamente à investigação da obra de R. Lobo apenas como ecloguista.
(Nessa
altura, David Mourão Ferreira preparava uma dissertação de doutoramento sobre a
écloga em Portugal).
-
Em
síntese deverá retirar-se da análise deste trabalho que M. Belchior pretendeu
mostrar ao leitor um R. Lobo inscrito
numa tradição e, por outro lado, um inovador.
Nesta
linha de rumo começa por nos apresentar dados e observações sobre as éclogas,
as elegias ou as canções e, por último, a análise do romanceiro.
Neste
seu estudo pretende apresentar uma perspectiva da evolução poética de R. Lobo
desdobrada por um tempo dos séculos XVI e XVII e indo da poesia clássica à
poesia barroca (no sentido de um estilo com características próprias, vigente
nos anos de seiscentos).
(5)
A corte dos Braganças foi centro cultural de muita importância. A Cultura
intimamente ligada ao poderio das poderosas famílias históricas e
aristocráticas.
(Sobre
Francisco Rodrigues Lobo muito mais se poderá escrever, dissertar, estudar…
como bem sabeis, nunca será demais, mas teremos de deixar este trabalho para os
mais letrados e estudiosos, que os temos em Leiria, como bem sabemos)
-
(continuaremos, em próxima crónica, falando de Afonso Lopes Vieira).
Até
à próxima, então. Os meus mais sinceros cumprimentos a todos os leitores deste
tão representativo jornal, diz que regional, mas que, graças à muita
competência e dedicação exaustiva do seu Director/fundador, há-de ficar como um
marco a consultar em futuras investigações sobre os mais variados temas de toda
a ordem.
(O
autor não usa o AO90, salvo em documentos oficiais).
2022/04/09
Pela Ucrânia Livre e Independente e pela EUROPA... 8abr2022
2022/03/27
2022/02/03
Nos 100 anos da 1ª edição de «Ulysses» de James Joyce; Ulisses como inspirador de escritores: James Joyce; Luís Frias Martins; outros e como os amigos são importantes
(texto que veio do FB para aqui; quando devia ter sido ao contrário)
Os amigos surgem nas nossas vidas em circunstâncias várias mas são sempre um bónus imperdível para a nossa felicidade.