2007/05/20

Morreu o meu Rouxinol


Morreu o meu rouxinol

Bem cedinho, madrugada,
Inda mal o sol surgia,
Ele cantava, cantava.
Voz de oiro, melodia!

Morreu o meu rouxinol


E quando eu lhe falava,
Ele, atento, me ouvia.
Então cantava, cantava.
Voz de oiro, melodia!


Morreu o meu rouxinol

Quando de tudo cansada
O olhava e o ouvia
Todo o mal me passava.
Voz de oiro, melodia!


Morreu o meu rouxinol

Hoje, já longe a madrugada,
Inda eu o não ouvia.
Morrera, já não cantava…
Voz de oiro, melodia.

Morreu o meu rouxinol


Zaida
-
O nosso rouxinol morreu hoje. Ficou enterrado ao pé de um jasmim recentemente plantado, mesmo junto a uma das portas de nossa casa.
A foto acima é mesmo do rouxinol do poema, tirada em Junho do ano passado.

17 comentários:

Ana Ramon disse...

Curioso vir aqui encontrar um post sobre um rouxinol. É que ainda esta tarde comentava com o meu marido que finalmente conhecia o canto do rouxinol (nunca consegui identificar nenhum canto de pássaro enquanto vivia perto de Lisboa.. sim os pardais, as gaivotas e pouco mais). Aqui na quinta há um rouxinol que canta sem parar no silêncio da noite. É tão estranho ouvi-lo àquelas horas. Mas já reconheço o seu canto mesmo durante o dia, no meio da desgarrada de outros pássaros cantores. Mas nunca o vi e aqui tive a hipótese de ver uma foto dele. Muito bonito. Além do cuco, também conheço o canto da poupa, do melro, da cotovia, o grito do corvo, o gemido da coruja... e espero conhecer muitos mais- Mas foi bom ver aqui uma foto tão bonita do vosso rouxinol. As perdas são sempre muito tristes. Um beijinho grande.

a d´almeida nunes disse...

Ultimamente já não dava muito pelo cantar dele. Talvez por andar distraído. E lamento esse facto. Morreu e eu só dei pela sua falta depois de a Zaida mo informar.
Um beijinho, Ana. Obrigado/a pelos sentimentos.
Os sons que rodeiam a minha casa ficaram mais pobres. No entanto como o sítio é muito atractivo para toda a espécie de aves, tenho muitas mais companhias. Só que aquele rouxinol era insubstituível.
António

Teresa Durães disse...

as afeições aos animais são iguais às das pessoas. pelo menos assim o penso. :(

bom dia

a d´almeida nunes disse...

Assim é, Teresa.
Foi uma grande perda!...
Custa, mas a vida continua e não se compadece com estes nossos casos particulares. O ritmo biológico prossegue a sua marcha, implacavelmente!
É assim a Vida!

Anónimo disse...

Olá primo,
Que Zaida não fique muito triste, sei dos sentimento de perda que estão sentindo, pois já passei por isso só que era uma gatinha muito querida, mas é isso, perder e ganhar faz parte da vida, lamento pelo rouxinol pois eu acho seu canto lindo, embora poucas vezes o tenha ouvido e assim mesmo em cativeiro infelizmente.
beijos. Nevita

a d´almeida nunes disse...

Oi Nevita
Por um bocadinho apanháva-te aqui. Tão longe e tão perto, até do coração.
Que recordações já tão antigas começam a ser, ao mesmo tempo, parece que foi ainda ontem.
Vou seleccionar mais umas fotos aqui da família e enviar-tas através do web-mail da Google.
Beijinhos.
tonito (ainda te lembras quado eu aparecia com o sotaque de tripeiro?). Já o perdi há muito tempo!

Tozé Franco disse...

É sempre uma pea quando perdemos um animal que estimamos.
O meu cão já leva 12 anos e já estou com medo que esse dia chegue.
Um abraço.

Al Cardoso disse...

Que pena! Mas como tudo na vida, tem um principio e um fim. Embora creio que com muita pena, foi motivo para mais um poema lindo da sua esposa.
Parabens para ela e um abraco de amizade para os dois do d'Algodres.

Anónimo disse...

Todos os animais que fazem parte da nossa vida nos deixam uma grande saudade ao partir.Ainda bem que deu origem a este poema uma forma bonita de o recordar para sempre. Embora o canto do rouxinol jamais d^para esquecer.

avelana disse...

só tive um pássaro - um lori - que muitas vezes andava solto pela casa. Um dia alguém se esqueceu e abriu a janela...qd dei conta estava a catar , pousado na figueira da casa ao lado e nunca mais voltou. Tive muita pena e compreendo o teu sentir . O teu menono vai gostar de dormir junto do jasmim!
Um beijo para a Zaida . E para ti também.

Adriana Roos disse...

Como ja disseram acima é sempre triste perdermos a companhia de animais que estimamos...

Lamento pela perda, cada ser que faz parte de nosso dia-a-dia deixa uma lacuna quando se vai.

Ainda bem que tem um grande espaço aí em teu sítio para que outros pássaros possam alegrar-te os dias!

Abraços

a d´almeida nunes disse...

Nossos queridos amigos e amigas
Muito nos ameniza sentir a expressão das vossas reacções face a estes momentos sentimentais que a vida nos sorteia.
Cá vamos andando, que mais fazer?
Beijinhos e abraços
António e Zaida

Menina Marota disse...

A primeira vez que me morreu um rouxinol, eu chorei. Lembro-me que cheguei a casa com uma amiga e estranhei não ouvir o canto dele e fui ver que se passava.
A minha amiga "criticou-me" de uma forma suave, por eu estar a chorar: se fosse uma pessoa da tua família o que fazia'
- Mas ele é como se fosse da minha família, respondi-lhe, ainda chorosa.

Continuo a chorar sempre que me morre algum dos meus eternos amigos. Ainda recentem,ente chorei o desaparecimento do Tareco e sempre que me lembro dele, fico emocionada.

Um beijo por ele ter ficado junto a um jasmim, uma das minhas flores preferidas...

Um abraço à Zaida e outro a ti

Anónimo disse...

lamento este comenbtario mais prosaico mas a fotografia nao me parece de todo um rouxinol...

E meu Deus um rouxinol em gaiola é coisa mesmo triste!

a d´almeida nunes disse...

Bom dia
Parto do princípio que o uso da faculdade de "anónimo" seja uma consequência de não dispôr de conta aberta em nenhum dos servidores com a ferramenta de blogs. E de não se querer dar ao trabalho de o fazer para se poder identificar minimamente.
Saiba que a fotografia, apesar da sua fraca qualidade,por instantânea, é de facto dum rouxinol.
Trata-se dum rouxinol oriundo do Japão, que, há quase 10 anos,nos foi oferecido. Apesar de ter provavelmente nascido em cativeiro e assim ter vivido toda a sua vida, cantava que era um primor, uma maravilha da Natureza. E sempre denotou viver feliz.
Mas concordo com o meu amigo anónimo. Devíamos todos viver em contacto directo com a Natureza, livres que nem passarinhos...
Consegue fugir por muito tempo da sua "gaiola"?!

a d´almeida nunes disse...

Caro Anónimo:
Como é mesmo o seu nome? Eu sou a Zaida, autora dos versinhos acima. Não é meu hábito comentar no blog do meu marido. Mas desta vez não resisto à tentação e apenas para lhe responder. Se o meu amigo tivesse dito que o que escrevi era uma lamechice, opinião sua. Eu respeitava_a e nada me ofendia. agora dizer que "de todo" não 'e um rouxinol a ave da fotografia!!! DE TODO é um rouxinol. Não um rouxinol-dos-caniços, tão vulgar no nosso país, onde chega com a Primavera e onde permanece até ao Outono; mas um rouxinol-do-Japão, espécie que não existe em Portugal. E em cativeiro, meu Deus? Sim, e porque não? Por isso viveu 10 anos, que é a idade média destas aves. E, já agora, sabe que estes rouxinois já em tempos imemoriais eram criados em cativeiro, com todo o cuidado e carinho, e treinado o seu canto, para que fossem apresentados em competições canoras? E ainda não desapareceram da face da Terra...
Amigos?
Um abraço
Zaida

bettips disse...

Gostei muito, António e Zaida. Eu choro desde pequena, pelos meus animais: canários e periquitos domesticados, um carneiro, uma galinha, gatos. Até falo com os animais dos vizinhos! E por acaso, aos 14 anos, enterrei o meu canário (acordáva-me voando e aterrando no meu cabelo!) num canteiro florido. Não há confusão de sentimentos. Só para quem quer polémicas gratuitas.