2008/02/17

Abandono idílico no Dão


Uma zona idílica (mas abandonada) junto ao Dão, perto de Viseu - Hoje (Vítor Nunes)

- A zona do Dão está intimamente ligada ao rio com o mesmo nome.

O seu percurso é feito no sentido Nordeste-Sudoeste e, ao longo dele, para além de ter a Barragem de Fagilde no seu fio de água, atravessa ou demarca os limites dos concelhos de Aguiar da Beira, Penalva do Castelo, Mangualde, Viseu, Carregal do Sal, Nelas, Tondela e Santa Comba Dão. Desagua no Rio Mondego, em plena albufeira da Barragem da Aguieira, nos limites dos concelhos de Santa Comba Dão, Mortágua e Penacova, depois de percorrer cerca de 100 quilómetros. Os seus principais afluentes são o Rio Carapito, Ribeira de Coja, o Rio Sátão, o Rio Pavia e o Rio Criz. No seu vale, zona de altitude com solo granito, situa-se a Região Demarcada do Dão, da qual se destaca a produção de excelentes vinhos de mesa. (in Wikimédia).

O rio Pavia atravessa a cidade de Viseu.

http://dispersamente.blogspot.com/2008/01/samuel-maia-sexo-forte-1915.html

Seguindo este endereço, pode tomar-se nota de um livro, editado em 1915, da autoria do Dr. Samuel Maia, natural de Ribafeita, grande proprietário que foi na minha terra Natal, Casal-Ribafeita-Viseu. Ainda hoje lá existe a quinta do Dr. Samuel Maia, como eu me lembro de ser apelidada, estávamos pelos anos 50. O maior polo de atracção de populações àquela área dever-se-á, muito provavelmente, à mão de obra intensiva que era necessária para o trato das suas terras. Actualmente esta quinta está a ser utilizada por um seu neto na cultura e comércio de plantas ornamentais. Aliás, a entrada da Quinta era bordejada por cameleiras numa extensão de 150 metros, se bem me lembro. Tenho que lá ir tirar umas fotos (ou o meu irmão Vítor...)

O enredo do romance do livro referido no post acima assinalado parece desenrolar-se na zona do Dão à volta dos concelhos de Mangualde e de Viseu. Nele se fala, por exemplo, do cirurgião de Vilar, do abade de Coja, duma ribeira onde acaba por ser encontrado o corpo duma jovem, dumas termas, que poderão ser as de Alcafache, etc.

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7 comentários:

David Carneiro disse...

Querido Antonio,

Esta paisagem idilica lembra-me muito os poetas arcadistas de Minas Gerais do Brasil, no periodo pre-inconfidencia. Obrigado por me brindar com essas memorias. "Dispersamente..." adicionado para leitura constante.

a d´almeida nunes disse...

Olha o David!
Fiquei um pouco baralhado com a noção dos poetas arcadistas de Minas Gerais e do período pre-inconfidência. Tema interessante para estudar.É que vou mesmo fazer isso. Vou procurar informação.
Um abraço David
António

Mami disse...

Olá Antônio

Teus lugares passam a ser nossos através de tuas descrições. É só soltar a imaginação. Vamos gostar cada vez mais do país irmão. Isto é super legal!
Aqui no Pará (Amazônia-Brasil) temos várias cidades com nomes semelhantes as de Portugal: Santarém, Alenquer, Monte Alegre, Viseu, Abade, e muitas outras...
Abração

Anónimo disse...

Lindo. Que se pode fazer se temos os governantes a apostar só no litoral.Estas paisagens ficam sós e cada vez mais ao abandono pelas politicas seguidas.São as escolas, são as maternidades e são estas paisagens. António o Rio Pavia é um dos três rios que atravessa Parada de Gonta.Um abraço

Anónimo disse...

O anónimo atrás é o Agostinho.

eddy disse...

Conheço pontualmente esta região do Dão que tanto admiro!

Um "saludo" desde a Beira Baixa.

Al Cardoso disse...

Passando tao perto da minha terra, e o rio Carapito pelo meu amigo mencionado um dos que lhe aumenta a corrente e esse sim toca as "Terras d'Algodres".

Um abraco de amizade dalgodrense.