Em 12 de Maio de 2009 - Quinta Vale de Lobos, Leiria, andava o autor deste blogue envolvido numa missão a que se propôs a si próprio, que era indagar das quintas à volta da urbe Leiriense que, durante séculos, serviram de residência a algumas famílias ilustres e eram utilizadas como unidades de produção agrícola para abastecimento da cidade. Foi à volta destas quintas que nasceram muitas das povoações rurais que hoje existem dado que nelas trabalharam e viviam muitas famílias.
Uma dessas quintas é a Quinta Vale de Lobos. Estas fotos são agora aqui publicadas como forma de perpetuar a sua memória e do quanto era valioso preservar toda a mancha florestal daquela zona.
1- Toda esta área (dotada de excepcionais qualidades agrícolas no vale do Lis) está integrada numa dita zona florestal dentro do PDM de Leiria (3);
2- Precisamente nesta área, com uma mancha inalienável de carvalhos e sobreiros, acabou por ser construído o IC36, com um viaduto monstruoso sobre o vale do Lis e uma rotunda de acesso (que acabou por condicionar quer esta quinta quer a de S. Venâncio).
De acrescentar que a Rua Ramalho Ortigão (**), de que já vos deixei aqui nota (pesquisar neste blogue em "ramalho ortigão"), inicialmente com um traçado rústico, bordejada por belos exemplares de Quercus Robur, foi desviada e deslocalizada para uma área paralela ao acesso da rotunda para o IC36 para proporcionar o encaminhamento para as A1, A8, A17, A19, IC2, Zona Comercial dos Parceiros (Leiria Shopping) e do Alto Vieiro até à Azoia e Vale Gracioso.
Para quem esteja menos informado, o IC36 é uma estrutura de Autoestrada, que vai do Alto Vieiro até aos Pousos e que teve como finalidade essencial servir os interesses das concessionárias das autoestradas A1 e A8/A17 e a própria A19 (como tal sujeitas a pagamento de portagens).
Esta obra monumental deve ter custado uma fortuna colossal e tem a extensão de cerca de 4 quilómetros. Posso garantir-vos que as várias interligações com rotundas e mais rotundas, têm provocado imensas confusões aos automobolistas, já que, ao mínimo descuido, são encaminhados sem possibilidade de correção, para uma dessas autoestradas, quando, muitas vezes, se pretende unicamente utilizar este itinerário para encurtar caminho à volta da cidade de Leiria.
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(**) Em próximo registo espero poder contar-vos a rocambolesca história da Rua Ramalho Ortigão, em Leiria, na zona de Vale de Lobos. (entre Leiria e Cortes)
(3) Convém frisar que, no momento em que se publica esta nota, o autor não garante que o PDM, no que a esta questão respeita, tenha ficado inalterado.
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(Estou a tentar seguir o Novo Acordo Ortográfico)
@as-nunes
6 comentários:
Querido Amigo..
Carinhosamente coloquei seu blog em homenagem representando me querido Portugal.
Escolhi para você uma poema da Florbela Esperança.
Tem um presente de homenageados para você no meu blog também ficarei feliz em ver meu link no seu blog ;
Uma linda semana beijos no coração.
Evanir..
Muito obrigado, Evanir, pela consideração.
Um abraço e bom lançamento do novo livro
António
Que pena eu tenho de não poder vir aqui contestá-lo! A culpa é sua por possuir a visão que parece faltar a muita gente. A visão sobre o interesse coletivo! Os novos acessos são mesmo confusos. Eu, que sou uma otimista, vou-me dizendo (entre o ranger de dentes) que é mais uma forma de exercitar o cérebro, obrigando-me a estar atenta. E tenho de lhe dar razão...
(Também estou a tentar seguir o novo acordo, mas às vezes... escapa!)
É bem verdade o que escreve. Toda a gente de queixa dos enganos que estas novas vias criam às pessoas. Eu cá, vou usando o velho percurso da estrada da Barreira... Sem confusões!
Já repararam no que foi feito aos acessos dos estabelecimentos vizinhos do Leiria shoping?
Parece que toda esta obra teve apenas como objetivo servir os interesses das concessionárias das auto-estradas e do Sr Eng Belmiro de Azevedo que mais uma vez só ficou contente quando destruiu tudo á sua volta...
Tenho muitas saudades da quinta vale de lobos pois foi minha morada durante alguns anos. Tinha tanta vida!
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