Era uma vez uma cidade que tinha um Castelo no cimo dum morro, que se via de todos os lados, um Centro Histórico que fervilhava de gente e comércio, vida comunitária, às Terças e Sábados era um corropio pelo Mercado, Rua Direita, João de Deus, Av. Combatentes da Grande Guerra, Correios, Praça Rodrigues Lobo e seus cafés e lojas de ferragens e farmácias, Rua D. Dinis, Largo da Sé, Largo Goa Damão e Diu, Av. Heróis de Angola...
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Hoje, Leiria, mudou-se de armas e bagagens para a chamada zona comercial, com o seu enorme Shopping Center onde as pessoas passaram a comprar tudo, a marcar encontros, a comer, a ver cinema, a passearem nas avenidas artificiais e iguaizinhas a tantas outras dos outros Shoppings espalhados pelo país. Há momentos em que até perdemos a noção se estamos em Leiria ou em Lisboa ou no Porto ou noutra cidade qualquer.
Os acessos rodoviários concebidos para encarreirar as pessoas para o Shopping usando a A1, A8, A17, A19 e os IC2, IC9, IC36, todos interligados num gigantesco nó górdio à volta da cidade.
Autómatos é no que as pessoas se estão a transformar. A reagir aos apelos da sociedade de consumo, a comprar barato e para usar uma ou duas vezes, deixando-se enredar nesta teia de comprar para deitar fora, logo a seguir voltar a comprar, é barato pode-se comprar e deitar fora, não é preciso fazer contas, compra-se porque é barato e pronto. E a deixar a urbe Leiriense às moscas, aos pardais, aos pombos e aos escombros das casas da zona histórica que não tarda caem que nem tordos, que ninguém se incomoda com a sua recuperação autêntica. Os abutres já se vêm nos seus voos circulares à espreita que a presa perca as suas forças, aproxima-se o tempo em que todo o centro histórico passará por tuta e meia para as mãos de meia dúzia de endinheirados que se irão voltar a pavonear na cidade quando o vulgo tiver abandonado o centro, exausto, particulares, proprietários e pequenos comerciantes.
Voltando ao Shopping; além disso há os cartões de crédito. Aos montes!
Esquecem-se que ao pagarem o saldo dum cartão de crédito com outro cartão de crédito estão a aumentar a sua dívida em 20 e tal por cento.
Assim não há orçamentos que resistam!
Muito menos em momentos de crise declarada como a que estamos a atravessar!
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Fotos tiradas do Alto dos Capuchos
---------------------------------------------Em tempo ----------------------------------------------------------------
Nem de propósito.
Comprei hoje (23 de Março 2012) o "Jornal de Leiria" para ver se me mantenho mais ao corrente do que se vai passando aqui nesta zona e dei logo com a minha atenção na seguinte manchete:
Álvaro Pereira, presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande
O shopping de Leiria secou tudo à volta
Mais na pág. 17 do jornal.
@as-nunes
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Hoje, Leiria, mudou-se de armas e bagagens para a chamada zona comercial, com o seu enorme Shopping Center onde as pessoas passaram a comprar tudo, a marcar encontros, a comer, a ver cinema, a passearem nas avenidas artificiais e iguaizinhas a tantas outras dos outros Shoppings espalhados pelo país. Há momentos em que até perdemos a noção se estamos em Leiria ou em Lisboa ou no Porto ou noutra cidade qualquer.
Os acessos rodoviários concebidos para encarreirar as pessoas para o Shopping usando a A1, A8, A17, A19 e os IC2, IC9, IC36, todos interligados num gigantesco nó górdio à volta da cidade.
Autómatos é no que as pessoas se estão a transformar. A reagir aos apelos da sociedade de consumo, a comprar barato e para usar uma ou duas vezes, deixando-se enredar nesta teia de comprar para deitar fora, logo a seguir voltar a comprar, é barato pode-se comprar e deitar fora, não é preciso fazer contas, compra-se porque é barato e pronto. E a deixar a urbe Leiriense às moscas, aos pardais, aos pombos e aos escombros das casas da zona histórica que não tarda caem que nem tordos, que ninguém se incomoda com a sua recuperação autêntica. Os abutres já se vêm nos seus voos circulares à espreita que a presa perca as suas forças, aproxima-se o tempo em que todo o centro histórico passará por tuta e meia para as mãos de meia dúzia de endinheirados que se irão voltar a pavonear na cidade quando o vulgo tiver abandonado o centro, exausto, particulares, proprietários e pequenos comerciantes.
Voltando ao Shopping; além disso há os cartões de crédito. Aos montes!
Esquecem-se que ao pagarem o saldo dum cartão de crédito com outro cartão de crédito estão a aumentar a sua dívida em 20 e tal por cento.
Assim não há orçamentos que resistam!
Muito menos em momentos de crise declarada como a que estamos a atravessar!
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Fotos tiradas do Alto dos Capuchos
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Nem de propósito.
Comprei hoje (23 de Março 2012) o "Jornal de Leiria" para ver se me mantenho mais ao corrente do que se vai passando aqui nesta zona e dei logo com a minha atenção na seguinte manchete:
Álvaro Pereira, presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande
O shopping de Leiria secou tudo à volta
Mais na pág. 17 do jornal.
@as-nunes
7 comentários:
É preciso voltar à cidade
antes que seja tarde
e... por mais que lhe pareça absurdo
é urgente voltar ao escudo
(ou pelo menos que se discuta isso
agora,
e não quando se estiver à beira do precipício...)
Faltava comentar a fotografia. Tristemente bela... não tiro os olhos dela.
Caro Rogério
E só ainda tinha publicado a dos nós rodoviários concentradíssimos na zona à volta do Shopping, ainda faltava mostrar o Castelo, mil vezes que o mostre, dos mais diversos ângulos e perspetivas, não me canso do tempo em que alguns de nós dizíamos que nos custava perder o castelo de vista.
Acho que tínhamos razão.
Uma cidade carateriza-se pelo peculiar do seu centro histórico que tem de ser preservado a todo o custo.
O Homem precisa de referências, morais, éticas mas também visuais, ambientais, históricas.
Não cortemos as amarras dessas referências!
Por mor de nós próprios, dos presentes, dos ausentes, do passado e do futuro.
Pela vida que valha a pena viver, com dignidade, identidade, felicidade de se ser feliz!
Um abraço
Um post fantástico mas contra a corrente.Argumentes com melhor qualidade de vida que as pessoas pouco se importam se o que pretendem é viver com o pouco que lhes resta.Por isso a concentração nos hiper onde tudo parece mais facil de aceder.Gr. abraço
Habitualmente só vou ao Shopping para passear ou para ir ao Pingo doce buscar alguma coisa. A minha reforma de 274€ não me deixa espaço para veleidades por muito baratas que sejam. Mas de hà uns 10 anos para cá, tem-se fomentado ao máximo a politica do consumismo, do crédito fácil etc. Os portugueses esqueceram rápido os ensinamentos dos nossos pais que sempre diziam que não se podiam estender os pés além dos lençois. Agora vêem-se os resultados.
Um abraço e bom fim de semana
Realmente... Grande verdade!
Tudo bem pensado e estruturado para que em Leiria todos os caminhos vão dar a um monstruoso edifício de consumo imediato! E já não falando em comércio, faz-me confusão como é que as pessoas conseguem a proeza de ir passear para um shopping... enfim, gostos não se discutem, mas eu prefiro mesmo passear à beira rio e disfrutar das boas condições que foram criadas para esse efeito, é saudável e até se vê o castelo de várias perspectivas.
Beijocas***
É bem verdade tudo isto! Habituámo-nos a ser consumistas e agora não vejo como voltarmos para trás. Não é fácil!
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