(A vida para além...)
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Não. Não tenho limites.
Quero de tudo
Tudo.
O ramo que sacudo
Fica varejado.
Já nascido em pecado,
Todos os meus pecados são
mortais.
Todos são naturais
À minha condição,
Que quando, por excepção,
Os não pratico
É que me mortifico.
Alma perdida
Antes de se perder,
Sou uma fome incontida
De viver.
E o que redime a vida
É ela não caber
Em nenhuma medida.
Coimbra, 2 de Março
de 1979
Miguel Torga
@as-nunes
7 comentários:
Boa pergunta...
Torga é único!
Sem resposta! :-))
Abraço
Torga com a sua visão, de resto muito bem explicada.
Parecer meu: a vida não tem limites.
Abraço
Meus amigos
Confusos andamos todos, digo eu, que há sempre quem afiance que sabe muito bem qual o seu lugar na Vida, tem ideias precisas sobre o que é, donde vem, para onde vai, e até, muito simplesmente, sabe que existe.
Sem limites, o que é a Vida?
Abraços
Que belos versos nos deixou este Miguel Torga! E que nos conhecia!
Boa escolha de poesia que nos encanta.
Pecado é...pecado não é...
Se amar é pecado eu sou pecador mas Cristo também amou e é o Salvador.
Então já está tudo bem por aí?
Tem calma. Eu também sofri doze anos.
...e dizem que a vida é curta...
Sem dúvida. Grande Torga!
E como ele nos conhecia! Por dentro e por fora, com o seu reconhecido mérito nas duas vertentes: a física e a mental!
Luís, já tenho o trabalho despachado. Por ora. A outra questão é para aguentar...
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