2012/10/03

Antigos Combatentes das Guerras do ex-Ultramar



Se se ampliar podem ler-se os nomes de alguns dos Leirienses mortos nas campanhas de Angola, Guiné, Moçambique.
Estandarte duma Companhia de Artilharia que combateu na zona de Mueda, o centro operacional das operações anti-guerrilha no Norte de Moçambique. As colunas de abastecimento desta zona de acantonamento das tropas portuguesas, eram sistematicamente flageladas com ataques de morteiro, rajadas de metralhadora, granadas, minas anti-tanque e anti-pessoais. Eram normalmente constituídas por 30 km de viaturas pesadas de mercadorias com tropa de proteção integrada e, por vezes, apoiadas por grupos de comandos e de operações especiais, na parte final comandadas, frequentemente, por Alferes Milicianos, muitas vezes do SAM - Serviço de Administração Militar.
 Uma boca de canhão do RAL4 em Leiria
 No Largo 5 de Outubro de 1910, zona do Papa Paulo VI
O Castelo de Leiria, sempre altaneiro ... e vistoso.
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Valeu a pena
Termos sacrificado
Os melhores anos
Da nossa juventude
Na defesa de Portugal
E da sua história?

Fica a interrogação … (Na altura estávamos conscientes de que estávamos a cumprir um DEVER)

Para quem não saiba, os ex-combatentes das guerras das ex-colónias portuguesas, recebem, anualmente, 100 €uros em média, a título de “Antigos Combatentes – Suplemento Especial de Pensão

Entretanto, na formação da pensão de velhice, o tempo de serviço militar obrigatório contou como antiguidade, mas não como entrada de remunerações.
Assim, o que é que aconteceu?

Esta pensão (a reforma como soi dizer-se) (aos 65 anos, em teoria, por enquanto) é obtida dividindo dois factores:
Dividendo: somas das remunerações entradas no tempo contado (R) (agora 40 anos)
Divisor: tempo de serviço (T)

Fazendo-se as contas facilmente se adivinha que, sendo o divisor (T) constituído com + 3 anos de tropa a que não correponde nenhum valor no Dividendo ( R ), o quociente será menor.

Tem sido esta a lógica.
Já nem se reivindicava nenhuma regalia especial como compensação do sacrifício em condiçoes de perigo de vida (quantos não imolaram as suas próprias vidas! … ) que nos foi imposto. Que se fizesse, ao menos, a justiça de considerar as remunerações auferidas enquanto prestámos o serviço militar obrigatório!
Seria pedir muito?

Em comparação com as condições escandalosas e criminosas em que muitos políticos se aposentaram, ao fim de dois mandatos na AR, PR, Ministros e outros cargos políticos, independentemente da idade, seria pedir muito? …

Nota: de acentuar que as contas que se fazem aquando do cálculo das pensões de reforma consideram outros fatores, nomedamente o fator de sustentabilidade da segurança social, mais uma invenção para ajudar a reduzir o valor final e que todos os anos vai sendo atualiazado, sempre para desfavorecer o valor da pensão, claro está, na ótica do Estado economicista e insensível.

10 comentários:

Unknown disse...

Bom dia
Parece que esta placa irá continuar ali mas ainda assim duvido.
Aparecem por cá uns quantos Xicos-espertos que agora tentam apagar a nossa história.

Com as novas oportunidades deu no que se vê. Andam muitos de canudo na mão a espreitar a oportunidade de ser alguém...com mais umas equivalências e a benção política... "tá fêito"

Rosa dos Ventos disse...

Penso que só dá para quem esteve em zona de guerra, ou não?

Abraço

a d´almeida nunes disse...

É isso, Rosa, aliás eu devia ter feito essa referência, mas começamos a escrever, uma coisa pouca, a propósito do que nos ocorre, e vamos por aí fora...

E vamos desembocar sempre no mesmo.
Esta revolta contra tanta injustiça e compadrio! ...

a d´almeida nunes disse...

Boa tarde, Luís

Manaram-me há pouco, um SMS para ir lá buscar uma lembrança.

Lembranças, tantas!...

Um abraço,

São disse...

Paz a quem morreu na guerra colonial, um abraço solidário a quem sofre ainda hoje as suas consequências e justiça para quem a pede!

Tudo de bom

Lídia Borges disse...


A pergunta que abre o texto é pertinente. A resposta, um reflexo da pequenez de um país que nega a sua própria história.

Um abraço

Rui Pascoal disse...

A Pátria não trata... maltrata.
:(

antonio oliveira disse...

É verdade que Moeda era uma zona perigosa mas so se tornou perigosa depois do massacre que houve la dando origem a guerra. Eu estive em Moaguide nao muito longe de Moeda embora fosse considerada zona 100 por cento perigosa para mim foi umas ferias que nunca vou esquecer tenho pena dos que morreram e simpatizo com a familia deles mas nao tenho rezao de queixa nos anos 73 e 74 eu corri muito em Moncambique que se nao fosse a guerra eu nunca teria visto aquela terra tao linda desejo aos Moncambicanos muita paz para poderem gozar e desfrutar a sua terra

a d´almeida nunes disse...

António Oliveira

Eu estive em Nampula (1969/1971), com algumas sortidas pela zona, Ilha de Moçambique incluída, a cumprir o serviço militar.
Também fui dos que só deram tiros de caçadeira, para além de um ou outro episódio sem relevância de maior.
Fiquei a gostar de Moçambique com um sentimento de imensidão, de luz, de cheiro da terra, do sentir o Índico de antanho! Lá nasceu a minha filha.

Um grande abraço a todos os Moçambicanos e ao meu amigo, claro.

a d´almeida nunes disse...

Antonio Oliveira
00:32

Deixem-me contar uma passagem interessante que se passou comigo
A ultima vez que tivemos umas escaramucha com os militares da Frelimo foi em Guenda ali havia uma ponte que nos tinha-mos de proteger isto ja em meados do mes de Junho de 74 quando certa noite houvimos umas rajadas de tiros que mais parecia a ser fogo de artificio pelo barulho das armas e como la no Acores nos ja estava-mos acostumados aquele barulho nao nos assustamos muito
No fim quando as armas se calaram cada um foi para a sua cama quando amanheceu o policia veio nos trazer uma mensagem da parte dos militares da Frelimo nos avisando para nos nos entregarmos como tinha feito uma companhia nossa que eles capturaram sem um tiro O alferge resolveu ir a aldeia que ficava um pouco mais acima para falar com as pessoas da aldeia e informa-las que a guerra ja tinha acabado e se eles vissem alguns soldados da Frelimo que os informa-se que queriamos ter um dialogo com eles
Nao levou mais de uma hora alguem nos veio informar que eles estavam do outro lado da aldeia em cima do monte e que queriam falar conosco O meu Alferge pediu-me para eu o acompanhar mas ao chegarmos acima a aldeia ele foi informado que nao devia levar armas.So eu fiquei a tomar conta das armas dele enquanto ele seguia sozinho para fora da aldeia para ter um dialogo com eles Mas parece que houve algum mal entendido entre meu Alferge e o meu Capitao que meu capitao resolveu vir de Moaguide aonde tinhamos o Quartel e ver o que se estava a passar no nosso destecamento Ora ele trouse consigo trez carros cheios de soldados do ponte de observacao onde os soldados da Frelimo se encontravam eles podiam ver muito bem o que se passava na estrada em baixo pois tinha uma vista bem comprida quando eles nte prenderam o nosso Alferge coitado passou um susto penso eu pois ele nao sabia que o Capitao tinha resolvido vir saber o que se passava
Chegando junto a ponte o capitao deixou as tropas ali e subiu sosinho até junto de mim na aldeia aonde eu o informei que o Alferge estava falando com os militares da Frelimo ele tambem deixou as suas armas junto de mim e subiu tambem a a parte elevada onde eles se encontravam o que falaram ou nao eu nao sei eu so sei da parte melhor que me fez sentir revolta pela guerra nao levou muito tempo talvez uma hora e os militares da Frelimo foram permitidos de nos vizitar no nosso destacamento nunca sentiu tao grande alegria poder abracar pessoas que considerava-mos inimigos afinal somos irmaos os nossos inimigos sao os que inventam as guerras e tiram proveito delas Amigos leitores desculpem a Historia nao estar bem elaborada mas eu nao sou historiador nem escritor se alguem conhece esta historia que a refine isto é apenas um resume

TODOS NOS DEVEMOS VER
A FUTILIDADE DA GUERRA
E UNIDOS PODERMOS VIVER
E PAZ E ARMONIA NA TERRA

/recebido por e-mail 7-10-2012