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2013/09/07

Acácio de Paiva: lançamento do livro "Falando de Acácio de Paiva"

Para já é a reportagem possível. Graças ao meu amigo Rui Pascoal.

Na mesa, da esquerda para a direita:
Adélio Amaro (Ed. Folheto), Orlando Cardoso (apresentação do livro), Laura Esperança (responsável pela edição enquanto Presidente da Junta de Freguesia de Leiria), António Nunes (autor) e Arménio Vasconcelos (escreveu o Prefácio e contou-nos um conto que se estava a passar na realidade... cena surreal de momentos inolvidáveis da vida).
(foto de Rui Pascoal)
Arménio Vasconcelos no uso da palavra
foto de Rui Pascoal
Parte da assistência. Vê-se Joaquim Vieira, Alda Sales, Zaida Paiva Nunes...  
(Foto cedida gentilmente por Carlos Fernandes)

Zaida Paiva Nunes a dizer um poema de Acácio de Paiva
foto de Rui Pascoal


O autor a escrever uma dedicatória a Isabel Soares. 
Esta foto, penso que foi tirada pela Odília Cardoso...
(esta foto também é de Rui Pascoal)

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 Isabel Soares a declamar
foto de Rui Pascoal
 José Vaz a declamar
foto de Rui Pascoal

Paulo Costa, à direita, e o seus amigos num momento musical muito apreciado...

(Fotos de Rui Pascoal e retiradas do Facebook de Isabel Soares)
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Ler poema dito em jeito de saudação à neta de Acácio de Paiva, Constança, presente na sessão de lançamento do livro:
http://dentrodetioleiria.blogspot.pt/2013/09/falando-de-acacio-de-paiva-lancamento.html
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Palavras proferidas pelo autor, no decorrer da sessão de apresentação do livro 
https://docs.google.com/file/d/0BxQSPO7qWKkbclNDRHZZR0l1alk/edit?usp=sharing

2013/08/30

interlúdio musical ...



Cavalo à solta
Mafalda Arnaulth
-
Aproveitando este cavalo à solta vou, temporariamente (espero...), voltar aos primeiros lustros do século XX...
Daqui a oito dias talvez esteja de volta...
-

2013/08/25

Elogios a S. Pedro de Moel por Acácio de Paiva

Farol e Penedo da Saudade em S. Pedro de Moel.

Sábado próximo passado 
(ou simplesmente, ontem), 
desde o terraço do hotel SoleMar, 
em S. Pedro de Moel
a partilhar 
as emoções 
de um casamento muito particular...
-
Acácio de Paiva não se cansou de cantar, nos seus poemas, esta bela zona do litoral leiriense...
Lá ia todos os anos visitar o seu grande amigo Afonso Lopes Vieira;

(...)
E mais vereis ainda;
Por sobre o mar, numa vivenda linda,
      Mora o Lopes Vieira,
o poeta mais poeta do país,
(...)

Quem passar por Leiria,

A amada de Dinis e de Isabel,
Não deixe de fazer a romaria
À praia de S. Pedro de Moel
       E ali, de visitar
(Por isso romaria a denomino)
Lopes Vieira, o poeta peregrino
       Do pinhal e do mar.
(...)
Um poeta? Que digo?! Toda a gente,
Todos os noivos, todo o Portugal
Pois tudo em Portugal palpita e sente
Como os pobres poetas afinal.
(...)
Ora em fúria e rugidos de ameaça,
Esmagando quem nele confiar,
Pela inveja, de raça contra raça,
Que sempre dividiu a terra e o mar,
E então S. Pedro de Moel abraça
O mar e a terra, ajunta, concilia
Põe lágrimas das ondas na caruma
Do pinhal de Leiria
E este as ondas, benéfico, perfuma,
De modo que das Águas de Madeiros
Até junto do Penedo da Saudade
Antes, como excelentes companheiros,
Assinaram contrato de amizade.
(...)

Acácio de Paiva
1863-1944
- pp 83-86, Acácio de Paiva, Insigne Poeta Leiriense, CML 1988

@as-nunes 

2013/08/23

Falando de ACÁCIO de PAIVA: uma pedrada na memória silenciosa?


Acácio de Paiva, nasceu em Leiria, no dia 14 de Abril de 1863. Foi um brilhante poeta (Altíssimo Lírico e o maior Humorista da Poesia Portuguesa), jornalista (chegou a ser Diretor de «O Século Ilustrado» e de «O Século Cómico» no decorrer das duas primeiras décadas do séc. XX) e, como Dramaturgo, escreveu várias peças para o Teatro de Revista dessa época áurea das letras e das artes portuguesas.

O livro, cuja capa se mostra acima, vai ser apresentado no dia 6 de Setembro pelas 21:00h, na sala "Celeiro" da Fundação da Caixa Agrícola de Leiria, pelo Dr. Orlando Cardoso, brilhante escritor, Diretor que foi do Jornal de Leiria, jornalista conceituado, emérito investigador da história Leiriense (particularmente a ligada às letras), poeta inspirado e de méritos reconhecidos, professor, etc. 
Entretanto, o meu ilustre e muito estimado amigo, Dr. Arménio de Vasconcelos (*), autor do Prefácio, fará também uma dissertação sobre Acácio de Paiva e o historial da aventura (da qual ele próprio é uma das personagens de relevo) do autor, ao se ter abalançado a esta temeridade, que é «falar de Acácio de Paiva», das suas múltiplas facetas literárias e das muitas personalidades do mundo das artes, das letras e da política que foram seus companheiros de tertúlia...
O Dr. Paulo Costa, psicólogo do hospital de Leiria, brilhante poeta, amigo e companheiro de Tertúlia dos Serões Literários das Cortes, também se prontificou a colaborar com um arranjo musical sob temas poéticos ao estilo de Acácio de Paiva.



Numa das badanas deste livro o autor considerou ser muito relevante e útil transcrever a apologia de Acácio de Paiva que outro conceituado representante das letras e da cultura nacionais, a quem Leiria muito deve, lhe escreveu, nos idos anos de 1968. Trata-se do Dr. Américo Cortez Pinto.

É, também, da maior justiça, relevar que esta publicação só foi possível, graças ao apoio editorial da Junta de Freguesia de Leiria, cujo estímulo foi determinante para o autor se impor a si próprio como que um dever e uma obrigação moral de coligir toda a informação esparsa sobre a vida e obra de Acácio de Paiva, de modo a que este trabalho pudesse ser tornado público ainda no decorrer deste ano de 2013, precisamente o ano em que se comemoram os 150 anos do seu nascimento. Pode dizer-se, muito sinceramente, que os inevitáveis caprichos do Tempo e «de espaço», também poderão ter aqui o seu quinhão de responsabilidade por algumas lacunas que possam vir a ser encontradas. De qualquer modo, o autor, assume-se, desde já, em qualquer circunstância, o principal responsável pela escolha  do método de abordagem da estrutura do presente livro e do seu conteúdo, por muito incompleto que ele se possa apresentar. 

Pelos aludidos caprichos do Tempo, este é um ano de eleições autárquicas em que, administrativamente, a Freguesia de Leiria vai passar a integrar (em pé de igualdade com Pousos, Barreira e Cortes, assim terá de ser) uma «União de freguesias». Mas esse facto jamais poderá ser evocado para justificar qualquer alegada hierarquização de valores nem sequer de preferência pessoal.
-
(*) Pode ler-se do seu vastíssimo currículo consultando este endereço: http://armenio-vasconcelos.blogspot.pt/

@as-nunes 

2013/06/21

Escrever um livro: uma aventura inolvidável e de contornos sempre imprevistos...

Escrever um livro monográfico, Biográfico e Antológico, tudo ao mesmo tempo, é cansativo.



Acácio de Paiva
muito mais que o lídimo poeta Leiriense que se tem divulgado...

E quando se trata de falar de um personagem que desenvolveu uma intensa atividade literária, poeta,  jornalística, dramaturgo, no decorrer de grande parte da primeira metade do século XX, a percorrer como Diretor de Jornal e redator de outros, é de nos sentirmos de regresso a tempos tão longínquos e tão atuais, que até arrepia...

E vai demorar a regressar aos tempos presentes...

@as-nunes

2013/05/17

Nomeou-me Leiria embaixador

Capela/Santuário da Sra. da Encarnação - Leiria

Nomeou-me Leiria embaixador
Para saudar-vos nesta hora clara
          Do mais vivo esplendor
Que jamais, até hoje se alumiara
E cedi com vaidade: pela minha
Terra, minha saudade há tantos anos
E que é da Estremadura alta rainha
E por vós dois: excelsos soberanos
Crede: Leiria é digna de visita.
[...]

Acácio de Paiva
1863-1944

- Em 29 de Junho próximo, em Leiria: apresentação do livro "Falando de Acácio de Paiva". Sessão integrada nas comemorações do mês da Junta de Freguesia de Leiria e do 150º Aniversário do Nascimento do "Insigne Poeta Leiriense".

@as-nunes

2013/04/23

Bom dia!...

Hoje, do lado de cá, ao nascer o dia, já a gatinhar bem!...


RAIZ

Por que vivo? Que força, calma, essência
me faz sentir, pensar, me faz querer?
Por que motivo tenho a consciência
dos atos que pratico e do meu ser?

Qonde começa e acaba uma existência?
Por que me sinto e dão esse prazer?
Que vem de ser vontade e inteligência?
Onde existiam antes de eu nascer?

A minha vida.. Que é a minha vida?
Sei que proveio de outra vida igual,
mas esta e a outra quem a gerou também?

E mais, e toda a série indefinida
de que fonte brotaram? Foi do Mal?
Vejo-o mais claramente do que o Bem!

Acácio de Paiva
1863-1944
@as-nunes

2013/04/21

Acácio de Paiva, Acácio de Paiva. ...

Caros amigos bloguistas que comigo têm "privado", com muito gosto da minha parte, claro está!

Desculpem lá a minha ausência... entrecortada com alguns registos esporádicos em que falo praticamente só de Acácio de Paiva!...

- Os ovos dos pintassilgos estão quase a eclodir. Espero deixar aqui uma reportagem a preceito!...

Obrigado pela vossa paciência!...


Acácio de Paiva e amigos, aí pelos anos 30?!
@as-nunes

2013/04/18

Coração de mulher... em Abril: mais uma "Fita da Semana" de Acácio de Paiva...


À atenção da Marinha Grande:

Eis a forma, como num distante mês de Abril, num dia dos idos anos 30 do século passado, «Fitava» Acácio de Paiva, lídimo poeta Leiriense, como bem deveis saber e conhecer da sua poesia:

Coração de mulher 
(titulo eu, que o autor não se dava a esse trabalho… escrevia em verso uma Fita por Semana e pronto. ..
Fama e proveito pelo que escrevia? Tanto se lhe dava... como se lhe deu!..”.

Aqui nasceu Acácio de Paiva
1863-1944

II
Passo adiante, mas não largo o assunto
Sem lhes dizer que na Marinha o hotel
Se não é dirigido por Vatel
É por Vatel há muito ser defunto.
Só lhes digo que havia entre os manjares
Um doce, julgo eu, de claras de ovo,
Alvo como as toalhas dos altares
E capaz de fazer subir aos ares
    Clero, nobreza e povo!
    Era renda, era espuma,
Uma carícia de anjo, uma esperança,
Uma quimera, um beijo de criança,
    Era um amor, em suma!
E, para mais encanto, a criadinha
Que serviu ao jantar (a mais gentil)
    Das «sopas» da Marinha,
Fresca como um botão no mês de Abril,
Que uma abelha cobiça mas não fere)
Quando, sorrindo, a sobremesa trouxe
    Disse o nome do doce:
    «Coração de mulher»!
Estão a ver como o comi então:
Tomei-o, com respeito, na colher,
Rezei-lhe mentalmente uma oração
E meti-o na boca perturbada
Como quem mete a hóstia consagrada
No dia da primeira comunhão!
Coração de mulher! Ficai sabendo,
Senhoras minhas, quando me enganardes,
Que não castigarei o crime horrendo,
Pois que os enamorados são cobardes,
     Mas que peço à servente
A receita do doce, e ao chá das cinco,
     Voluptuosamente
     O coração vos trinco!

In “Fitas da Semana”,  Diário de Notícias de então…  entre 1934-1938.

---
Em tempo:
Pode apreciar-se um vídeo no facebook em 
https://www.facebook.com/orelhavoadora/timeline/story?ut=96&wstart=0&wend=1383289199&hash=-5968785361241313102&pagefilter=3&ustart=1

@as-nunes

2013/04/14

ACÁCIO de PAIVA - 150 anos do seu Nascimento


Numa altura em que o jornal de Leiria em que chegou a colaborar com inúmeros poemas sob o pseudónimo "Belarmino", "O Mensageiro", está em vias de ser encerrado, fechando-se um ciclo de 100 anos de atividade editorial na promoção dos valores católicos e da Região de Leiria, talvez seja oportuno publicar, aqui, nesta data comemorativa, o seguinte soneto:

Fazer um Jornal

Em muita gente é crença radicada
Que o trabalho que faz o pensamento
É simples, é brinquedo dum momento,
Que vale muito pouco ou mesmo nada…

Falsa suposição! É empreitada
Como, às vezes, erguer um monumento.
E a pena, à mão que a põe em movimento
Pesa mais, em geral, do que uma enxada.

Sabeis lá o que a folha mais barata
Representa de esforços, de canseiras,
De esgotamento que enfraquece e mata!

Crede: é mais fácil rebentar pedreiras,
Cavar bacelo ou carregar batata
Que escrever duas linhas sem asneiras!

Acácio de Paiva
Nasceu em Leiria (Casa “Pharmácia Paiva”)  em 14-4-1863
Morreu na sua casa do Olival ( Casa das Conchas) em 29-11-1944

-

em tempo:
Pode ler-se uma notícia completa no semanário "Região de Leiria" de 11 de Abril de 2014, pp 12, acerca do novo projeto editorial em substituição dos jornais da diocese de Leiria-Fátima, "O Mensageiro" e "A Voz do Domingo".

@as-nunes

2013/04/13

ACÁCIO de PAIVA: Poeta de versos atirados aos ventos...


Estas flores, o lírio azul e a rosa branca, colhi-as eu, hoje, no meu jardim, com a minha máquina fotográfica.

Acácio de Paiva, já o conhecem certamente, nem que seja por o terem lido citado aqui, neste blogue, nasceu em 14 de Abril de 1863. Ainda ontem aqui o referi.
Faz, portanto, amanhã, 150 anos que nasceu, em Leiria, no edifício "Pharmácia Paiva"...

Estive ontem, no Arquivo Distrital de Leiria, a rever documentos, muitos manuscritos, com muita poesia ao seu modo: repentista, lírica, bucólica, quantas vezes irónica e satírica...

Nalguns casos, consegue-se ler, com dificuldade, os seus múltiplos poemas, muitos no estado original e virgem, sem mais revisões, tal como saíram na altura.

Um desses poemas, em excerto, versa assim:

Versos de Tânger

Abril chuvoso em flor...de rosa e branco
Vestem agora todos os pomares.
Selo o cavalo, monto a trote franco
Corro Bubãna, atalhos e aduares.

Lírios azuis - os últimos - a graça,
A glória d´estes campos e planuras
Florescem d´entre a erva verde escassa,
Rosa, que todo o inverno foi securas.
...
Como é saudoso este morrer do dia,
E como é triste a voz do muezim,
Que saudade e que pranto que desfia
Como me atrista e me comove a mim!
(...)

( Escrito em Tânger
Provavelmente quando fez parte duma Legação de Portugal (talvez ligado às Alfândegas, que não consegui clarificar).

Corria a segunda década do século XX...
@as-nunes

2013/04/12

ACÁCIO de PAIVA - Altíssimo Lírico e o maior Humorista da Poesia Portuguesa

Acácio de Paiva nasceu a 14 de Abril de 1863.
Vão fazer precisamente 150 anos!
Alguém se lembrou dele?
Não tenho conhecimento de nenhuma iniciativa para comemorar oficialmente esta efeméride!
Acácio de Paiva é, reconhecidamente, um dos maiores poetas líricos e satíricos da Literatura Portuguesa!

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 O Tojo

Porque me fez cruel a natureza,
O tojo diz, é alma da floresta,
E não me concedeu, como a giesta
E mais irmão que tenho a macieza?

Não pode por carícia (que tristeza!)
Diminuir a dor que me molesta,
Pois que por condição, e bem funesta,
A quem me toque eu firo, com dureza.

Pés descalços, de carne preciosa,
Se atravessam os matos dos caminhos
Eu tenho de os rasgar, alma impiedosa,

E tanto desejaria que os espinhos
Se trocassem por pétalas de rosa
Quando os pisam crianças e velhinhos!

  Acácio de Paiva


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A LÍNGUA PORTUGUESA

Assim como onde tem maior pureza
A linfa, é na mãe de água, por ventura
Assim também na aldeia é que é mais pura
A minha amada língua Portuguesa.

Na sua elegantíssima rudeza
Como nos seus extremos de doçura
Todos os pensamentos emoldura
Numa espontânea e artística beleza

Oiço-a forte, nas feiras, discutindo;
Nos serões oiço-a meiga namorando…
E é sempre um trecho de poema lindo

Aqui soberbo, além risonho e brando,
Porque é de Portugal o mar bramindo
E é também o nosso rouxinol trinando

ACÁCIO de PAIVA
-
 (No momento em que eu, no Arquivo Distrital de Leiria, enquanto a recolher (quantas consultas????) dados para completar a escrita de um livro sobre Acácio de Paiva...
Desculpem qualquer erro gramatical, que será de minha responsabilidade, pela pressa com que escrevi e publiquei...)

em tempo:
1- O fotocopiador do arquivo não está operacional;
2- não se podem fotografar documentos;
3- As digitalizações que se queiram, levam uma semana, pelo menos.

Razão de ter digitado estes dois sonetos.   Ficam já aqui...

Boa tarde a todos.

@as-nunes

2012/08/11

LEIRIA: Rota dos Escritores em Leiria

 Mais pormenores se podem consultar seguindo este link da Câmara Municipal de Leiria.

Lá em cima, a caminho do Castelo, já na designada Av. Ernesto Korrodi, uma lápide evocativa da presença de Miguel Torga em Leiria. O nome desta avenida invoca outra figura ilustre que marcou indelevelmente esta cidade, com os seus múltiplos e  geniais trabalhos  de arquitetura, nos princípios do séc. XX.
 No jardim Luís de Camões, junto à estátua ao Pastor Peregrino, uma figura intimamente ligada à obra de Francisco Rodrigues Lobo.
O eterno rio Lis...


Com ponto de encontro no Centro Cívico: Edifício Praça Eça de Queiroz e Largo da Sé, teve lugar em Leiria, a 2ª Rota do Escritores em Leiria.

Fez-se uma visita guiada por 28 pontos relacionados com a história da cidade entrelaçada na vida em Leiria dos seguintes escritores portugueses:

Francisco Rodrigues Lobo
Eça de Queiroz
Acácio de Paiva
Afonso Lopes Vieira
Miguel Torga
(seguir links que reportam a estes escritores e à sua ligação a Leiria)

Foram cerca de três horas, a percorrer a pé, praticamente todo Centro Histórico de Leiria. Pura magia!

E falou-se dos escritores. E falou-se muito do significado desses pontos onde parávamos para ouvir as informações que nos eram prestadas e, não raramente, participávamos em amenas cavaqueiras a propósito do interessante tema que nos juntou. Pessoas de fora de Leiria estavam em maior número. À volta de 30.
Foi  muito gratificante ter conversado com essas pessoas e trocarmos impressões sobre tão ilustres escritores e a sua ligação pessoal com a cidade de Leiria.


Os guias, funcionários da Câmara de Leiria, na área da Cultura, foram inexcedíveis em dedicação e profissionalismo. É justo deixar aqui os seus nomes: Isabel Brás e Miguel Narciso.



Podem-se ler muitos poemas e outras referências seguindo links neste blogue e/ou através da consulta das etiquetas por temas.

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Bom fim de semana a todos quantos aqui aportarem.
Amanhã, Domingo, vou até Viseu...

@as-nunes

2012/06/01

ACÁCIO de PAIVA - Uma evocação em Leiria


Aspeto do interior do Mercado de Santana, Centro Cultural, gestão da Câmara Municipal de Leiria,
A mesa da tertúlia  no Mercado de Santana
 Fernando Quiné, Rui Quiaios e Zaida Paiva Nunes
António Nunes e Paulo Moreiras(*)
António Nunes (até me fizeram uma entrevista e tudo...penso que aos outros intervenientes da mesa, também...) e Zaida Paiva Nunes
Superiormente coordenada por Rui Quiaios, teve lugar, no Mercado de Santana, uma conversa informal acerca de Acácio de Paiva, a sua vida e a sua obra.
A assistência não se pode dizer que tenha sido muita, talvez algumas pessoas tenham optado por ter ido ao Teatro José Lúcio da Silva ouvir o concerto de David Fonseca.
De qualquer modo saímos todos satisfeitos , nomeadamente o carteiro, Fernando Quiné, que, com muita classe se desembaraçou do seu papel de carteiro que anda a pôr a entrega de correspondência em dia, mesmo que tivesse sido uma carta de Júlio Dantas para Afonso Lopes Vieira a apelar a este para que pudesse sensibilizar Acácio de Paiva a animar-se face à sua desilusão por os Leirienses não terem correspondido ao lançamento do seu único livre "Fábulas e Historietas".

E neste ambiente de amena cavaqueira lá se passou o serão em tertúlia evocando-se o ilustre poeta, prosador, crítico literário, cronista de «costumes e acontecimentos», já anteriormente evocado o quanto baste para aqui ficar registado, de seu nome "ACÁCO de PAIVA
Um dos Leirienses que mais projetou Leiria e as suas gentes e que, pode-se dizê-lo, tem sido um "Ilustre desconhecido" na sua terra natal, que tão bem cantou e tanto amou!...

Abordaram-se temas interessantes da vida e obra de Acácio Paiva e disse-se muita poesia. 

Honra à sua memória!...

Pela minha parte prometo tudo fazer para que uma Antologia o mais completa possível de Acácio de Paiva possa vir a lume nos próximos tempos.
-
(*) Autor do recente Romance histórico "O Ouro dos Corcundas", a saga de um herói anónimo que, por amor, mudou a História de Portugal. Ed. casadasletras - 2011
http://az-bibliotca.blogspot.pt/2012/06/1763-o-ouro-das-corcundas-de-paulo.html
- Fotografia de Inês Paiva Nunes
@as-nunes

2012/05/31

Júlio Dantas na vida de Acácio de Paiva


Nas minhas buscas incessantes à procura de informações sobre factos ou personalidades que tenham alguma ligação, ainda que ténue, com Acácio de Paiva (tenho-o evocado insistentemente nestes últimos tempos), encontrei o livro "Júlio Dantas - Uma vida*Uma Obra*Uma Época" da autoria de Luis de Oliveira Magalhães, ed. Romano Torres, de 1963.

Comprei-o há uns anos num alfarrabista de feira das velharias, por 1 €uro, em Monte Gordo.


Acontece que a vida de Acácio de Paiva se cruzou com a de Júlio Dantas em várias ocasiões, particularmente, nas suas atividades literárias, jornalísticas e do Teatro de Revista do princípio do século passado.
Oliveira de Magalhães era também crítico teatral e amigo pessoal de Júlio Dantas.


Quer Júlio Dantas quer Acácio de Paiva  escreveram em parceria com Ernesto Rodrigues, várias peças de teatro, designadamente, "A Santa Inquisição" em março de 1910 e "Sol e Dó", em 1909.
De relevar a importância da ação de Ernesto Rodrigues na renovação do Teatro de Revista na fase de transição para a I República, particularmente através do movimento "A Parceria" (1912-1926).


A partir de Julho de 1916 Acácio de Paiva substituiu Júlio Dantas na "Crónica do Mês" na célebre e histórica revista "Illustração Portugueza", mantendo, em simultâneo a responsabilidade pela manutenção de "O Século Cómico" como seu Diretor, incorporada na IP por necessidades de gestão do papel que escasseava por causa da I Guerra Mundial.

2012/05/29

Conciliação difícil...mas não impossível, como se pode ver



O meu mundo nestes últimos dias tem-se cingido a umas espreitadelas para a Sra. do Monte, a nascente...

Aproveitando esta pausa nas contas para o fisco:
-


AUGUSTO GIL

Amigo: um bom soneto não tem graça
consagrado a poeta assim perfeito;
vou, pois, fazê-lo com cuidado e jeito
a ver se por estranho, agrada e passa.

Forçada a rima, indefinida e baça,
cadência frouxa, que é maior defeito,
tudo produzirá tão mal efeito
que talvez desse modo satisfaça.

As quadras já lá vão. É nesta altura
que se torna difícil o soneto
por ter de preparar-se a fechadura.

Enfim, cheguei ao último terceto.
Mas se a vates de tal envergadura
mil versos dedicar, eu seja preto
!
 


Acácio de Paiva

escritor, poeta, crítico de Teatro, literário, tauromáquico, peças de teatro;
grande humorista e improvisador;
também desenhava.
Nasceu em Leiria, no Largo da Sé, nº 7, em 14/4/1863
Faleceu na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944

-
A páginas tantas não seria de se reler algo de Augusto Gil (*)
Pelo menos eu, que até podia aproveitar este ensejo de na 5ª feira próxima ter de dizer umas palavras acerca da vida e obra de Acácio de Paiva e ele, pelos vistos, ter em boa conta este seu ilustre amigo.
(*)http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Gil
@as-nunesPosted by Picasa

2012/05/26

Vamos, então, conversar sobre ACÁCIO de PAIVA


MAIO


Vem minha noiva, dá-me o lindo braço
Pois Maio chega, convidando a amores;
Posso às mãos cheias atirar-te flores,
Encher, a transbordar, o teu regaço.


A luz da aurora é tanta pelo espaço
Que já teu corpo, de ideais primores,
Posso todo banhar em róseas cores,
Quando ìmpiamente e doidamente o enlaço.


É Maio. Posso modular-te um canto
De aves aos centos a voar nos brejos,
Para o triunfo no momento santo.


Em que tu cedas, ébria de desejos,
Ao preguiçoso e dúlcido quebranto
Da deleitosa música dos beijos...


É já na próxima 5ª feira que se vai conversar, durante uma hora, no Mercado de Santana, em Leiria, sobre Acácio de Paiva e o ambiente lírico e romântico que o poeta viveu e verteu para os seus versos espalhados aos sete ventos, pelos jornais e revistas da época, princípios do século passado.
Deixo aqui, hoje, este soneto, Maio já chegou e está no fim, aproveitemo-lo, então, antes que se vá embora, mais uma vez...

Muito se pode dizer sobre a vida e a obra de Acácio de Paiva,(*) entretanto podemos guiar-nos por este link, para irmos adaptando os nossos gostos e olhares da atualidade ao sentir a vida, a poesia, convertida em palavras daquela época...

Escrevia Américo Cortez Pinto, em 1968:


" A poesia estava-lhe no sangue e o seu estro não o abandonou jamais! Faleceu com 81 anos de  idade. E já ao aproximar-se o fim da vida confiava ao papel:
.....E tanto mais eu vivo de Poesia
.....Quanto maior o peso dos meus anos!"
-
(*)Biografia de Acácio de Paiva
@as-nunes