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2018/08/20

Deus será imutável?!



Deus será imutável
e já decidiu
tudo é fogo

e nós fazemos parte dele
ainda que
não
durante um tempo

já estou cansado
de tentar minar
um trilho
desse fogo

na percepção
da impossibilidade
de cumprir
esta missão

a DA (ago18)
após ler “Poema de ouvir o Pablo”
de Carlos Pires

Os aniversário dos amigos

O Facebook é uma coisa impressionante.
Temos sempre à mão
um sítio onde deixar correio
com endereço ou não



Olá, Carlos

Recebe este abraço
que eu quero que seja
um poema

um hino
ao teu aniversário
no significado de tempo
embrulhado
em pássaros
e outras coisas simples

como aquelas
com que nos embalas
e tornas mais fácil
a nossa viagem
rumo ao infinito


encantado por ser teu amigo
antónio d´almeida nunes
(agosto 2018: a pensar, também, na minha mãe)

- entretanto,morreu a minha sogra EVA Paiva.

2018/08/13

No aniversário de um amigo






Ao Carlos Pires

há amigos que marcam
porventura para sempre
a marcha da nossa vida

pelos montes
vales
rios 
nos quintais

encontramos sinais

como sejam
peixes pássaros formigas
maçãs chuva
Deus a sorrir por entre as folhas
das macieiras

e coisas que nos falam
de coisas a celebrar
juntam seixos na areia
e mostram-nos desenhos

que significam sempre algo
de extraordinário

por exemplo um sete
do mês de agosto

salve amigo 

Lourais, no meu quintal, em 7 de Agosto de 2018

António Nunes (a DA)

(e-mail Có-Có)

PROMETEU deu o fogo ao Homem







Prometeu roubou o fogo
A Zeus
E ofereceu-o aos homens
Para estes se servirem dele
em harmonia com a Terra
com o sol e o universo
Zeus zangou-se
talvez ainda esteja furioso
infligiu a Prometeu
martírios inauditos
e agrilhoou-o
a um rochedo escarpado
onde era devorado
nas entranhas por um abutre
e o homem não percebeu
deixou-se dominar
pela ganância de tudo conseguir
tinha a arma do poder
nada nem ninguém
nem o próprio universo
o poderia travar
rumo ao fausto e à glória
até que o próprio fogo
se virou contra ele
será que valeu a pena
o sacrifício de Prometeu?!

a DA (9ago18)

2018/08/03

um poema do mundo



medito nos olhos
um poema do mundo

talvez mesmo uma pauta sideral

e vejo imagens de bruma
e de nuvens de chuva

nas reverberações de luz do farol
diz que vai chover amanhã
a pedido do homem

que os deuses concordem
que venhas chuva
por bom caminho
mas vem chuva

nós adoramos-te
mesmo quando dizemos
que te demoras
a limpar o céu carregado

libertando o azul infindo
e o sol

(bênção, poetas em S. Pedro de Moel)
- particularmente a Carlos Lopes Pires

Leiria, 2 de Agosto de 2018 - 39ºC
--- (foto de 28jul18 - Pª Pedrógão)

a DA

2018/07/19

a luz do sol depois da chuva




















a luz do sol depois da chuva

​esta nossa irmandade
tão inesperada como santa
há-de ficar para sempre
como um farol
para a humanidade

ainda que nem ela
a esteja a ver ainda

os monges quem são ¿¡
perguntamos a quem ¿¡
não sabemos ¿¡

dividimos os nossos silêncios
lançamo-los às nuvens

a luz do sol depois da chuva
e Deus por aí

a d´almeida
18jul18

2018/07/04

Hoje voltei a falar com Deus








Hoje voltei a ver Deus

E ouvi-O também
No sítio do costume
No meu quintal

E dizemos coisas de cismar
Um ao outro
O vento na sua melodia intemporal
Acariciando o tempo-momento

Estes momentos embora indefiníveis
São momentos infinitamente plenos
Duma melifluosidade muito para além

Daqueles em que as palavras
Se entrechocam umas com as outras
Incapazes de se ajustarem
De forma a que consigam transmitir
Aquilo que elas próprias
Não sabem definir
Mesmo que em cifras
Desdobrando-se nas suas sílabas
Tocando as suas próprias letras
Desconjuntadas ao sabor do vento
Que passa passa passa

O vento vento
O vento começa por levar as letras
E sem mais delongas
As sílabas
E as próprias palavras


Agora lá estão à vista
Naquele recanto do meu quintal
Duas papoilas espontâneas
No meio de outras coisas

E tudo isto só pode ser Deus
Impossível de descrever por palavras
talvez a Poesia o consiga
um dia

a DAlmeida
(obrigado, Carlos Lopes Pires)

2018/06/23

Mãe, onde estás?



Os dias estão sombrios
A névoa da chuva miúda
Tapa-nos a visão 
A mais longínqua

O pensamento num torpor
Indagando ansioso
Da finitude das coisas

Que força incomensurável
Faz mover a vida?!

Mãe, onde estás?


a dalmeida 7jun18
(às duas mulheres, muito idosas e em fase crítica de saúde,
às quais chamo ´mãe`)

Vale a pena escrever para ninguém






Ainda a propósito do livro de Pedro Jordão "Deus Aposenta-se" e da apresentação de Carlos Lopes Pires

gostei
muito

e vi uma lágrima
assomar-se
comovida

uma
das minhas
também

e vi rosas brancas
e muito azul

e ouvi o
pintassilgo...


mais uma vez



a DAlmeida

in FB de 6jun18

Escrever uma canção às rosas do meu jardim








estudo para aprender
segundo o que dizem os livros

mas algo estranho
se passa comigo

só consigo apreender 
o que os meus olhos veem
e o que escrevo 
como se estivesse
a enxertar uma cepa torta

tenho ouvido 
as rosas do meu jardim
a falarem entre si
as brancas pintadas de cal
as amarelas em tons de limão

como se eu não existisse

mas não
que elas alindam-se todas
quando eu me aproximo

ainda hei-de ser capaz 
de lhes escrever
uma canção

a DAlmeida
fb28maio18

2018/05/23

Voar sobre os telhados








Sim voar sobre os telhados
Como se fosse temporada
De afinar as antenas
E comunicar com quem quer que seja
Onde quer que esteja

Algures no universo

Pela via dos olhos dum gato
Pálpebras fechadas
A ver mesmo assim
A inspiração deste momento
Que me deixa transido de pensamentos

Tão díspares
Tão dispersos

Pensar por que estou vivo

A noite vai longa

a-nunes18
in FB 12mai18

2018/05/06

Minha mãe maio 2018





MÃE
-
Um sorriso antigo
A seu lado uma rosa
Olhar que assome
Sobre o muro da casa
Remoçada mas velha
Que também ela
apresenta outras memórias
De há muitos anos
Na rua daquele ´Casal`
Essas memórias passam difusas
Vozes que soam a festa
A alecrim mimosas e arraial
E há uma que sobressai
A minha Mãe a cantar
“Aleluia santº salvador”
Ele do alto do seu andor
Ela a rezar com fervor
E continua…
Aaleluuia, aleeeluuia…
E relembro o dia
Daquele meu exame
E daquele peregrino
Que te prometeu
Um milagre
E esse milagre aconteceu
Esse teu olhar embevecido
Com que me tens olhado
Sempre que nos encontramos
Jamais o poderei esquecer
“És tal e qual o teu avô”
Avô de que eu não tenho
Uma fotografia sequer
Só me ficou a imagem
Daquele dia soturno e nevoento
Do dia em que morreu
No Seixo no Porto cinzento
Mãe
Estás no fim do teu caminho
Talvez até já tu o estejas a pressentir
Mas também quer(emos) que sintas
Que não estás só…
Talvez por isso mesmo
Passo a assinar
António d´Almeida Nunes

6mai18

2018/04/14

No blog de Carlos Pires: https://cmlopires.blogspot.pt



No blog do meu amigo Carlos Pires, na zona de comentários:
---


foi-me dado a saber
que amanhã vai ser
tempo de mais um foco
da luz dos teus poemas

há um ponto no universo
na infinitude do tempo
e no incomensurável do espaço

onde os teus versos
se procuram

no princípio que não encontra o fim

uma luz indescritível
que não invisível
pressente-se
vinda dum buraco negro
não-dimensionável

luz filtrada por rosas
e pelo voo dos pássaros

abr18
a-porfírio


Há pessoas que encontramos na vida, e nem sabemos bem porquê. Pessoas que nos fazem sentir redondos. Pessoas que se acompanham de leveza e nos fazem sentir leves. Que usam as palavras como se fossem rosas. Pessoas que podemos ter conhecido apenas ontem, mas que sentimos conhecer desde sempre e de algum lado. Assim és tu.

-

Grato pelas tuas palavras, Carlos.


2018/03/19

Chuvas de Março de 2018




Andarilhos do infinito

Suplicam as almas perdidas
dos irmãos que se definham no presente
fugitivos da clausura do infinito
e choram preces mudas
na tentativa vã
de apaziguarem o seu desassossego.

Oh chuva que transbordas
o caudal das ribeiras
para assim germinarem
as sementes
das nossas interrogações infinitas
enquanto caminhamos
para além
de nos perdermos de vista…
 -
A d´almeidaN
Mar18

Poesia (ensaios) - pingos passam por mim




ainda bem que os telhados
não protegem de toda a chuva
pingos passam por mim
com um sorriso

Estão velhas
estas telhas

gosto delas assim

fazem-me recordar
um certo tempo

(a pensar na Lurdes, na Sinó, no Vitor: a treparmos o tempo de dois em dois degraus...)


-

O meu amigo Carlos Pires tem-me incentivado a escrever "poesia".
E eu, às vezes, até penso que se calhar também sou poeta...

-

Este meu amigo tem um blog (que começou a editar recentemente, em substituição de um outro, já mais antigo, mas de que perdeu os códigos de acesso.

O ponto cego da existência

-

Obrigado, Carlos, por me teres dedicado:


apanhar ar
mexer na terra 
receber a luz 

mover as sombras
ou segui-las

depois ir
como se fosse vento
e lá fora chuva
                             (para a-porfírio)


em 27 fev 2018

2017/10/24

Poetry Slam: Os primos . Poema que declamei no MiMO - Leiria,





Participei no Poetry Slam MiMO - Leiria, no dia 7 outubro de 2017.

Um poeta de poesia de cepa torta, mas é assim que me exprimo na minha ânsia de querer partilhar o que me vai na alma, num momento do tempo que vai passando por mim...

Estava a pensar nos muitos primos que vivem na floresta imensa que abrange todo o planeta. Disse-o com muita emoção, talvez que a voz até se me tenha embargado, a espaços ...

Obrigado Pedro Silva https://www.youtube.com/channel/UC6Q15a6ykSdevISqhx2IQXA )
 por teres feito as gravações e as estares a divulgar no youtube.

Um abraço.
-

OS PRIMOS

Muitos e muitos anos
Talvez mais até
Tanto tempo que o tempo dobou
O eco da sua voz quase inaudível

Vários sobrenomes
Fotografias no facebook
Lugares desconhecidos
Os nossos ancestrais a unir-nos

Olha-se o tempo passado
Sente-se o sangue a correr
A pulsar nas nossas veias
Navegando com lembranças
Dos nossos ares de crianças

É essa corrente que nos percorre
Que se transforma em rios
Que já são afluentes
E desembocam em rios maiores
Até que se confundem no etéreo
E voam com asas de tempo
Sobre os ramos das árvores
Que se espalham dispersas
Mas ligadas pelas raízes
Da floresta que já somos

Imensa como o mar além
Em que desaguámos
E nos firmámos na grandeza
De todos os sítios do mundo

Nós somos todos esses lugares
O coração ao ritmo de momentos
Vividos em pressentimentos
Que nos ligarão para todo o sempre

António Nunes

27maio2017


2017/09/04

Nos meus 70 anos de vida. Obrigado, Carlos Pires

No dia dos meus 70 anos (em forma de agradecimento a um e-mail que recebi do Carlos Pires em   fevereiro 2017  )


Carta de agradecimento 
Carlos Pires


Acuso a receção da tua carta, poeta
e quero dizer-te que a li
atentamente
e reli-a
uma, duas, várias vezes
quero agradecer-te as coisas
simples que nela dizes 

a vida é e não é
aquilo que nós pensamos ser
sem conseguirmos chegar 
a lado algum

afinal o que é a vida?
o que pensamos ser a vida?
o que queremos que ela represente?
o que seria a vida sem poetas?
um pouco de nada a querer ser tudo?

a vida será o tempo que passa?!
o voo dos pássaros sobre o mar?!
o tempo partido em fragmentos?!
o vento que nos quer falar?!

queria responder à tua carta, poeta
com palavras em tinta de chuva
que pudessem dizer coisas 

mas não estou a conseguir
hoje dei comigo a querer ser tempo
tempo que me foge 
não sei se porque me falta
se porque me ando a perder
nele

o tempo hoje
é um número
70

                          espero bem viver
                          o que me faltar
                          simplesmente

O arrojo de falar da poesia de Carlos Lopes Pires

Apresentação do livro de poemas de Carlos Lopes Pires em 1 abril de 2017 no auditório da Casa-Museu João Soares.
(pelo sim pelo não talvez tenha interesse ver o meu vídeo https://youtu.be/42x9zVdWVYU )

A este propósito e porque me permito, às vezes, o arrojo de
me referir à poesia do meu amigo e "irmão" Có-Có Carlos Lopes Pires
---


ato de contrição (para o Carlos Pires) Uma campainha soou e o som não era um simples toque eram palavras estranhas que não podia ignorar diziam coisas de alarme que queriam dizer coisas que eu teria de decifrar e não ficar na eterna ignorância e falavam estranhamente de formigas e de muito céu e de maçãs e de tardes azuis estariam a interrogar-se sobre um livro de poemas e de como o tratar naquela sua capa de adeus com letras em branco e silfos e um menino verde e azul e uma formiga a ajudar-nos a ver como era Deus a minha ignorância talvez seja poesia também mas «a minha poesia é uma ignorância» é um livro bonito com uma poesia infinitamente maior que toda a minha ignorância Esta é a minha penitência mas não me sinto penitenciado o suficiente ... antónio n