2021/04/13

Pela morte dos meus pais; escreveu a minha neta Mafalda no seu Facebook

 


A semana passada vim a Viseu despedir-me do meu bisavô, esta semana vim despedir-me da minha bisavó! Nunca na sua vida aguentou muito tempo longe do seu Daniel não seria diferente nesta altura. E é desta forma que se eleva uma história de amor para um mundo novo e nós por cá damos continuidade ao que eles tão bem nos ensinaram. Terminou assim a geração dos meus bisavós, e tanto que me sinto sortuda de ter vivido com eles até aos meus 25 anos.
Um beijo avô, um beijo avó, até sempre e descansem que cá estamos para cuidar bem deste vosso rebento ❤️ 
Ver menos

2021/03/02

Os amigos que nos dizem coisas

tenho o grato privilégio de ter um amigo que é - na minha opinião - talvez o maior poeta vivo. tenho dado comigo a tentar seguir umas pisadas deixadas na areia das praias do mar na água dos rios abundantes de chuva nos gafanhotos nas formigas nas rosas nas maçãs e mais mais até chegar a deus... que cansa e não se alcança.

hoje vi a primeira papoila do ano no quintal do meu vizinho uma rotina de todos estes anos que acontece com um rigor matemático e que me faz rever as coisas que o tempo vai memorando talvez que o futuro continue a trazer coisas parecidas...
agora que comecei a teclar coisas que querem ser palavraspoesia alcancei um dos seus livros com papoilas em que esse meu amigo pede a sua mãe que o guarde entre elas num dos seus poemas.
-



(esta papoila renovada
que os meus olhos
alcançam
traz com ela esse poema)
-

Guarda-me contigo entre as papoilas
As distantes coisas de então,
os cachos pendurados nos telhados
dos quintais,
a chuva amolecendo os dias secos
e os muros onde as mãos pousavam distâncias
impossíveis de medir agora,
ó mãe que tudo tinhas sem saber,
e saberes deste tempo
que por nós aguardava sem sabermos
anos e anos tão depois,
descendo sobre nós,
caruncho, teias, vidros,
amoras e limões,
musgo musgo e heras,
oh, guarda-me contigo
entre as papoilas.
(Carlos Lopes Pires
textiverso, 2014

2021/02/27

Carta a minha mãe...

Tenho-me perdido pelo Facebook, ultimamente. Parece-me que se consegue, por esta via, interagir muito facilmente com as pessoas, familiares e amigos. Estou a ficar com a sensação de que algumas coisas que lá vou deixando escritas, deveriam ficar aqui registadas. 

Decididamente, vou fazer um rastreio nesse sentido. Hoje publico o seguinte poemacarta que escrevi à minha mãe, numa altura da sua vida, muito debilitada e já com 96 anos...

porque parte, mãe,
arrastada pelo tempo
aquela tua voz estridente
e eufórica
com que nos recebias
da janela lá de casa
no viso?!
e a tua aflição
quando soubeste
daquela notícia
que o teu antónio
iria chumbar o ano escolar
que tanto prometia?!
só porque se esqueceu
de entregar a prova do exame?!
e a reviravolta
sugestionada pelo desconhecido
que te bateu à porta
só para te dizer
que irias ter uma grande alegria?!
e foi a força dessa fé
que conseguiu o impensável
o teu filho iria fazer um novo exame
de iniciativa do director do instituto
e foi uma surpresa geral
foram ultrapassadas todas as normas vigentes
e estávamos sob a disciplina rígida de salazar
e demos graças a Deus
um galo e uns ovos
escrevo-te estas lembranças, mãe,
na esperança vã de que ainda possamos
voltar a falar no assunto
... e já passou tanto tempo, mãe ...
lourais, 18 de fevereiro de 2021 1h50m
(o teu antónio fez há dias 74 anos. não te preocupes, mãe, eu sei que não vais ler esta carta no sítio onde estás...
talvez ta entreguem mais tarde, mãe...)

Carlos Lopes Pires, Rui Pascoal e 5 outras pessoas
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2021/02/14

Para que conste para a posteridade

13 de Fevereiro de 2021

Ao almoço do dia do meu 74º aniversário. Em tempos de confinamento por causa da pandemia do vírus SARS V-2 (que havendo azar dá na doença COVID-19, que pode tramar uma pessoa até à morte)  😕



É de relevar a crónica neste endereço 


2021/01/17

Um artigo sobre a situação de confinamento (Estado de EMERGÊNCIA naional) que vivemos por causa da COVID-19

 Gostei do modo como escreve, Bárbara Wong:

Bárbara Wong

Confinar, confiar, compartilhar,

Com mais de 150 mortes diárias, resultado apenas da pandemia, é fácil dizermos que as medidas deviam ter sido mais duras nas festas, que o Governo não podia estar a contar com o nosso bom senso e responsabilidade. Tão fácil. Mas, se tivesse havido maior rigor, teríamos cumprido? Dificilmente, pelo que estamos a ver agora, passados apenas três dias de um novo estado de emergência, em que devemos ficar mesmo em casa; em que Presidente da República, Governo e profissionais de saúde insistem para que nos isolemos e continuamos a sair como se a vacina — que ainda não tomamos — estivesse já a fazer efeito.

Dir-me-ão “mas já estamos todos fartos”. Certo, estamos cansados, andamos nisto há quase um ano, apetece-nos fazer uma birra e culpar alguém. É sempre tão fácil culpar os outros, o Governo, o Ministério da Saúde, melhor, a Direcção-Geral da Saúde na pessoa da sua directora-geral... Mas temos de ser crescidos e fazer a nossa parte que, ainda por cima, é tão fácil. É só evitar sair. Aliás, já o fizemos anteriormente, por isso, já adquirimos estratégias para conseguir viver melhor estes dias. Apesar disso, a jornalista Cláudia Carvalho Silva ouvir o psiquiatra Pedro Morgado e analisar os conselhos da Ordem dos Psicólogos e damos oito dicas para evitar a fadiga neste novo confinamentoManter uma rotina, separar a vida profissional da pessoal e não descurar cuidados de protecção, apesar do cansaço, tornam-se aspectos cada vez mais importantes nesta pandemia.

....   (Ler o artigo todo)

2021/01/06

As crónicas que tenho andado a espalhar aos sete ventos...

 Nota introdutória da secção deste meu blogue, que vai ser designada, "As crónicas que tenho andado a publicar em jornais regionais de Leiria".

Tem esta secção a finalidade de deixar arquivado neste meu "auxiliar de memória" e "arquivo pessoal do que vou observando, estudando e escrevendo..." as crónicas de que eu tenha ficado com cópia digital. A verdade é que estou a ficar sem tempo mas gostava de deixar aqui à mão esses escritos. Porquê? Para quê?!  Não sei exactamente. Talvez que alguém, nalgum tempo, venha a encontrar-lhe alguma utilidade. Talvez até alguma piada. Quem sabe?!

E começo hoje, 06-01-2021, precisamente num dia em que me sentei a secretária do meu escritório em casa, para trabalhar em coisas de contabilidade, finanças, com a cabeça cheia de planos para pôr em dia uma quantidade de assuntos relacionados com duas empresas de que sou o CC (contabilista certificado). E tive necessidade de recuperar uma determinada informação que tinha arquivado algures num dos meus discos externos de cópias de segurança do meu computador.

Dei com esta peça: uma crónica que escrevi e que foi publicada no "Notícias de Colmeias" de Maio de 2018. Ora, dá-se o caso de a minha mãe,  agora com 96 anos, estar muito mal de saúde (alimentada a sonda e a respirar oxigénio com a ajuda dum ventilador) há já bastante tempo. A família, particularmente eu e os meus irmãos (Lurdes-71, Sildina - 69, Vitor - 67 e Isabel - 59) e o meu pai Daniel (96, quase 97 anos, mas que se tem mostrado muito operacional para lidar com a situação, muito especialmente, dado o momento de pandemia que temos estado a viver) estamos serenos mas expectantes... 

Ao ler esta crónica, que agora republico, a imagem da minha mãe veio-me de imediato ao pensamento.

Escrevi, então, em Maio de 2018:

*****

Permitam-me, antes de mais nada, deixar aqui a minha fotografia (agora) ao lado da da minha mãe(em 2014.



CRÓNICAS FRAGMENTADAS (I)

António d´Almeida Nunes(*)

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Caros leitores do Notícias de Colmeias.

Tenho ocupado estas colunas que me foram reservadas pelo diretor deste nosso semanário escrevendo sobre a História de Leiria enquadrando-a na História de Portugal e sistematizando a informação duma forma cronológica, acompanhando a sequência dos vários reinados do nosso regime monárquico e, no futuro, entrando pela História da nossa República.

No número 30 (Ed. nº 218 – 4 de Março de 2018) desta crónica atingia-se o período em que em Portugal se adivinhavam as movimentações políticas e militares tendentes à restauração da nossa Independência após o domínios dos Filipes de Espanha, até ao 3º de Portugal.

(E como os deputados do movimento independentista Catalão aproveitaram este tempo histórico de tanto simbolismo para a própria ambição de Independência da Catalunha! Já nessa altura os Catalães estavam em armas na luta pela sua Independência enquanto Nação e Estado. O momento recente em que esses deputados cantarolaram “Grândola Vila Morena” no Parlamento Espanhol com cravos amarelos na mão, aquando da sessão de boas-vindas ao Presidente da República Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, logo a seguir a uma estrondosa e unânime salva de palmas após o seu discurso, é disso prova irrefutável.)

Penso que esta sequência de crónicas deve ter continuidade.

-

No entanto, permitam-me que faça um interregno e mantenha o meu espaço no “Notícias de Colmeias” a escrever sobre outros temas, durante os próximos números após o que voltaremos ao tema da História cronológica de Leiria.

Não se trata dum mero capricho meu. Digamos que poderemos passar a uma fase temporária, mais diversificada, na qual me proponho abordar temas diversos, que creio irão ser do vosso agrado.

Com vista a facilitar o trabalho de quem tiver interesse em organizar uma possível coleção das crónicas já publicadas, esta nova série terá uma sequência própria, passando a designar-se:

«Crónicas fragmentadas».

A máxima em que pretendo inspirar-me para esta nova etapa é, tão somente, esta:

Também aquele que escreve é escrito para sempre.”.

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Antes de mais é hora de tentar dar uma explicação possível da razão do título desta série de crónicas que me proponho começar a escrever, durante um tempo indeterminado mas curto, julgo eu, no momento. Assim:

Ao dar uma vista de olhos num livro «[…] Ensaio sobre os mestres», dei com esta citação de Manuel António Pina 1984:

“Que coisa morreu na minha infância e está lá a ser eu? A lâmpada do quarto? A criança? Em quem tudo isto a si próprio se sente? Também aquele que escreve é escrito para sempre.”

O autor do ensaio chega a esta sensação de que todos nós acabamos por ser a própria projeção no espelho usando-se duma sequência de transcrições de vários escritores de nomeada. E parte deste pressuposto de Luís Miguel Nava: “Uma citação, mesmo quando literal, é sempre uma interpretação.”

Ou seja, o que cada um de nós vai escrevendo, tem, com mais ou menos intensidade uma marca de cópia ou adaptação do que outros já deixaram também escrito. É claro que não temos, forçosamente, que nos rendermos à crueza de que a verdade já foi descoberta e que nós, no presente, só temos que tentar interpretá-la sob um ponto de vista mais pessoal, após o que nos limitamos a dar uma roupagem mais colorida a essa mesma verdade. O nosso pensamento, mesmo que cicule numa corrente contínua, será que pode ser original e único?

Dizem-nos os historiadores que sim, que o homem tem evoluído graças à criatividade e originalidade do seu pensamento. Será mesmo assim?! E qual a influência do tempo na definição dos novos textos  e da caraterização do seu alcance?

Não estaremos nós a contradizermo-nos sistematicamente na ilusão de que somos capazes de prosseguir rumo à superação do impossível?

Na verdade, sucedendo que ao escrevermos, estamos, inapelavelmente, a mostrarmo-nos tal como somos, mesmo que subconscientemente, quando fazemos citações ou quando dissertamos sobre temas/conhecimentos que aprendemos com leituras de outros autores, nem por isso nos podem acusar de plágio. Há quem interprete que plagiar não é só copiar literalmente o que já outros escreveram e até publicaram, mas também sempre que as ideias que arquitetamos com palavras nossas, melhor dizendo, do dicionário, têm os seus alicerces no que outros antes de nós, já  disseram.

Repare-se nesta citação de João Cabral de Melo Neto, 1975:

“Há um contar de si no escolher,

no buscar-se entre o que é dos outros,

entre o que outros disseram”.

Também Fernando Pessoa nos deixava dito, em 1966, o seguinte:

“na leitura de todos os livros, devemos seguir o autor e não querer que ele nos siga”.

Não posso aceitar que se considere plágio o que acontece com todos nós: servirmo-nos do que aprendemos com o que os outros já escreveram antes de nós e acrescentamos algo que há-de sair da nossa própria forma de abordar as mesmas questões, com mais ou menos subterfúgios literários. Talvez que até possamos aclarar determinados pensamentos que podem acabar por ficar melhor apresentados por força do tempo que, entretanto, passou, e com o qual se nos revelaram outras experiências, que nos permitiram confirmar e/ou reformular o que se jugava ser um conhecimento definitivo.  

-

Dei uns passos tímidos na escrita de Poesia tinha eu uns 15 anos, talvez. E acabo esta crónica fragmentada a falar em Poesia precisamente porque atravesso uma fase da minha vida septagenária em que me deu para encarar esta forma de escrever com o maior dos encantos e com vontade de estudar, como se estivesse na Faculdade, a tirar Letras ou Literatura.

A vida obriga-nos a trilhar caminhos que dificilmente serão os que de alguma forma já desejámos ardentemente. As circunstâncias da vida acabam por determinar, em geral, os passos que nos levam a percorrer o nosso próprio caminho, cujo percurso começa por ser uma luz difusa a cintilar como um pirilampo. Bem tentamos seguir o pirilampo mas o mais provável é não sermos capazes de o acompanhar e até corrermos o risco de não ter a certeza que aquele que seguimos com o nosso olhar seja o mesmo de há uns momentos atrás.  

Pois bem. “É dever de cada homem abraçar o seu tempo para se desembaraçar dele.”, citando Patrícia Portela, 2016. Talvez por isso mesmo, penso que estou a fazer um esforço no sentido de, tendo embora em consideração o que já aprendi com Séneca, nascido há dois mil anos e tantos outros, não me sentir já a viver uma época histórica…

(… eis no que a leitura e reflexão sobre as citações dos mestres reportados no livro que referenciei acima podem resultar… )

Havemos de voltar à Poesia…

 (*) Nota: só muito recentemente é que dei comigo a pensar que devia um desagravo à minha mãe. Em 1947 o meu pai fez o registo do estilo, do meu nascimento, com um nome próprio (António) seguido dos apelidos da minha mãe e do meu pai. Foi assim que ficou que eu passaria a ser identificado como António de Almeida Santos Nunes. Mais tarde, aí pelos meus 11 anos, o meu pai, ao pedir o meu Bilhete de Identidade, foi confrontado com a observação dum funcionário que dizia que o “de” não era para ser usado de qualquer maneira, à vontade de cada um. E o meu nome ficou sem esse ´de`. Acresce que, por hábito, fiquei a usar, abreviadamente, António Nunes. Ora, acontece que, precisamente numa altura em que a minha mãe já atingiu os 94 anos de idade e se encontra muito debilitada, decidi que lhe devia esta atenção. Passo a identificar-me com três nomes: o próprio e os sobrenomes da minha mãe e do meu pai, por esta ordem.  

****

2020/12/25

Jesus Cristo

Hoje é dia de Natal 2020. Um ano cheio de incertezas e algumas amarguras, pela vida atípica que estamos a ser induzidos a levar. Por medo?! Por espírito comunitário, porque estamos a perceber que do mal o menos, temos que fazer sacrifícios em nome da nossa sobrevivência como seres humanos face a um vírus que nos está a afectar o sistema imunitário?!

Pelas duas razões, certamente. 

Há dias comprei o livro "A História de Jesus para pessoas com pressa", de Anthony le Donne, ed. Presença, 2020, ainda que já seja de 2018, a sua edição original: "Jesus: A Biginner´s Guide".

O autor, professor Le Donne (como é referenciado na contracapa deste livro) "situa Jesus no contexto da vida judaica do século I, explorando a sua condição de «Filho de Deus» entre os primeiros cristãos. O autor faz uma digressão pela arte medieval europeia, pelas histórias revisionistas, pelos memes contemporâneos da Internet, comparando as várias conceções culturais de Jesus no pensamento do Iluminismo e do pós-Iluminismo. Este livro dinâmico e acessível explora o impacto de uma das figuras mais amplamente retratadas na história humana.» 

Nem sei bem porque é que me decidi a fazer esta compra. A verdade é que a informação sobre Jesus está tão presente que até acabamos por julgar que não há nada mais a aprender/recordar para além daquilo que os nossos pais e avós nos transmitiram, que a igreja nos catequisou enquanto éramos crianças e mesmo já na adolescência e pelo que está escrito nos vários Testamentos da Bíblia.

Ora, acontece que nestes meus últimos anos de duração provável da minha vida, tenho-me debruçado, embora tardiamente, com mais insistência, no reforço de conceitos filosóficos e particularmente na área da Metafísica. A verdade é que, quando nos preocupamos em tentar perceber com mais profundidade a origem e natureza das coisas...

(.... em edição ... )

Talvez porque já esteja em idade de pensar que não me posso dar ao luxo de gastar muito tempo com o disperso. Houve tempo em que - como se pode constatar num relance por este blogue, desde a data da sua fundação - me esforçava por ir até aos pormenores dos fragmentos que ia descobrindo e estudava e falava com as pessoas entendidas nas matérias. O entusiasmo da partilha da informação e do conhecimento era muito. Hoje esse entusiasmo está a esmorecer um pouco. Talvez muito, talvez demasiado, poderei dizer. 

Voltando ao livro.

Fiquei encantado com esta passagem: 

"O Evangelho de João arranca de forma poética com a ideia de Logos (palavra grega que é por vezes traduzida como Palavra ou Sabedoria). Jesus, enquanto Logos, é retratado como uma vontade divina que existiu no próprio início dos tempos. Eis o início de João:

No princípio era a Palavra [Logos] e a Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas vieram a ser por seu intermédio e, sem ele, nenhuma coisa veio a ser. Aquilo que começou a ser nele foi a vida, e a vida era a luz de todas as pessoas. A luz brilha nas trevas e as trevas não triunfaram sobre ela. (João 1:1-5)".

Há que ter em conta que há vários Evangelhos, que são os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e o Evangelho de João.  Sinótico significa «visto em conjunto» ou «que oferece uma perspectiva geral».
´Os quatro evangelhos citam, aludem e dão ecos da escritura hebraica. Nos quatro evangelhos, Jesus granjeia um séquito de discípulos, é traído por um deles, é condenado à morte por Pôncio Pilatos, é crucificado e ressuscita.`
No século II Taciano de Adiabene conseguiu ter acesso a cópias dos quatro evangelhos, comparou-os e criou uma história de Jesus harmonizando as narrativas de Mateus, Marcos, Lucas e João que ficou conhecida para a posteridade como o Diatessarão. (em grego significa «composto por quatro»). Julga-se que tudo isto terá acontecido na Síria, por volta de 170 d.C. A tradição deste evangelho quaternário acabou por ser incluída no cânone cristão.

Com o decorrer dos tempos, e fazendo valer o seu poder, a «Igreja Católica» acabou por desconsiderar o Diatessarão 

A partir do século II a história contada de Jesus dá origem ao cristianismo. Apesar das macabras perseguições de Roma aos cristãos, até ao século IV, eis que Constantino adota o cristianismo que se torna a religião oficial do Império de Roma.
Depois de muito debate os líderes cristão chegam a um acordo formal para definir a infraestrutura e um poder religioso e reivindicam a sucessão e ortodoxia apostólica.

... em edição 01-01-2021 18:18 ... (ref p 125)
-
14-02-2021
Afinal acabei por avançar para a publicação duma crónica em duas partes no Notícias de Colmeias.


2020/12/18

Coisas de 'santos´


(foto de Luís Vieira da Mota
é de se apreciar o Facebook, aqui)

 Oremos

Que os santos todos que caminham
alguns confinados ao seu quintal
olhem para o que se passa
no planeta terra 
e se deixem de rezas sem sentido
que não estão a dar o resultado requerido

nós os que oram como mandam as neps Có-Có
e até se penitenciam
de pecados que não lhes podem ser cometidos
visto muito naturalmente
tão somente
gostarem de beber e comer
mas na cantina 
não no luxo de santuários carregados de ouro
especiarias e pedras preciosas

devemos acordar
 
tão logo se passe 
esta quadra mundana e profana de festas
devemos deliberar por zoom
o caminho a seguir
rumo ao  futuro da nossa irmandade

temos de voltar ao sertão deste mundo
e pregar os sermões devidos
às actuais circunstâncias

chega

estamos fartos do vírus sars v-2
esse infiel depravado e predador idiota
que subtilmente
se tem arrogado o poder de nos estragar os nossos planos
para a conversão das almas famintas
do povo global

chega 

(Um abraço de todo o tamanho
para cada um em particular
para todos em geral)

(17-12-2020-sto antónio dos lourais)

2020/12/10

Adeste Fidelis: a composição de Natal, talvez a mais famosa, da autoria de D. João IV; ficou conhecida como o Hino Português...

(Nos últimos anos tenho publicado essencialmente no Facebook. Mas faço questão em não perder o contacto com este meu blogue: um amigo consistente, constante - apesar de tudo, talvez a melhor via de nos apresentarmos na internet e o melhor (meu) auxiliar de memória...)

--- eis o que, nesta data, deixei no meu Facebook)

 ... Por muito entusiastas que sejamos pela ciência, no sentido de tentar compreender a imensidão do universo, somos seres humanos que vivem num planeta e que são, eles próprios, um mundo terrivelmente complexo e que é dotado dum sistema de autodefesa para não se sentir perdido e poder viver numa harmonia possível. E nesse processo têm tido um papel predominante (para o bem e para o mal, na concepção do próprio homem) as religiões. O Cristianismo é uma delas. Só que o homem é um mundo de contradições. Insanáveis?! Por quê?! ...

O NATAL é uma época extraordinária, em que as tradições Cristãs envolvem o Ser que é o Homem, duma forma tão intensa que é capaz de condicionar todo o ritmo da vida na planeta. Claro, não podemos esquecer que a população mundial não é toda cristã. Mas somos muitos milhões, os que se declaram cristãos...
-
Há dias, numa reunião-almoço parcelar de família, falou-se da composição natalícia, talvez a mais conhecida e cantada, de nome "Adeste Fidelis". E que quem a terá composto foi o nosso rei D. João IV.
E que, uma das razões porque terá sido tão propagada pelo mundo fora, foi o facto de no séc. XVIII ter sido muito cantada e com muito sucesso na capela da embaixada de Portugal na Inglaterra, numa altura em que neste país era proibido o culto profano do catolicismo da igreja romana. Daí esta composição musical gregoriana, ter ficado conhecida como o Hino Português.
(Mais em https://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_Portugu%C3%AAs (As notas do autor, Gabriel Zavitoski, da publicação no YouTube são muito bem engendradas).
Gosto muito de ouvir esta composição de Natal. Até porque me habituei ao encanto da sua audição quando, nos anos 70, acompanhei, com muita regularidade, as actuações do coro misto do Orfeão de Leiria, em que participavam a Zaida, a Inês, a Clarinha, a Fernanda, o Paulo, o Jorge, o Zé Neto, o maestro Guy Stoffel, o/a......
(como lamento a perda das dezenas e dezenas de horas de gravação vídeo que tinha em cassete formato BETA e VHS! Que mais tarde passei para CD. Pura e simplesmente, desapareceram ... ).