2008/01/13

Samuel Maia - "Sexo Forte" - 1915





Um dia destes recebi de mão amiga, um livro de Samuel Maia(*), de quem já aqui tive oportunidade de falar, escritor e médico nascido na minha freguesia natal, Ribafeita - Viseu. Este livro, "Sexo Forte" foi acabado de escrever em Maio de 1917. Como facilmente se depreende, o estado de conservação do papel não é o melhor mas vou mandar encaderná-lo.
Aproveitei o ensejo para colocar três fotos: a primeira descreve a chegada a casa, da fidalga Beatriz e do padre Serafim (entre os dois acaba por se desenrolar um drama passional intensíssimo); a segunda, a contracapa do livro, contém uma lista de obras literárias de autores consagrados, entre os quais Afonso Lopes Vieira (Leiria) (repare-se nos preços e pasme-se com o efeito assustador da inflacção - pior ainda quando esta não é acompanhada com actualizações proporcionais dos salários de quem tem como rendimento somente o seu Trabalho) publicados pela "Portugal-Brasil Lda" Sociedade Editora, 58, Rua Garrett, 60 - Lisboa e Rio de Janeiro, Companhia Editora Americana, Livraria Francisco Alves;
a terceira, em baixo, revela-nos os dois motivos principais do texto da primeira foto: "os dourados frutos duma laranjeira" e "
as camélias floridas, sem aroma, marinhadas de sangue coalhado."
De permeio, nesta foto recente, o tronco duma roseira de rosas de Sta. Teresinha, como que esculpido por cinzel de escultor de alto coturno.
Gostaria de ter ocasião de voltar a falar deste livro, também pelo facto de, após a sua leitura, ter ficado com fortes suspeitas de que o seu enredo girará à volta duma zona que abrangerá toda a área de Mangualde e Nelas (apesar dos nomes das terras serem fictícios, ainda que, nalguns casos, parece-me terem sido construídos com partes dos nomes de duas localidades).
Não quero deixar de agradecer reconhecido o envio deste e mais dois outros livros, do princípio do séc. passado, os quais me dizem muito em particular, sem qualquer custo, para além das despesas de correio.

(*) Ler mais a partir do índice temático do blogue em "Samuel Maia".
- Também se pode consultar este endereço.



Posted by Picasa

4 comentários:

Maria Cristina Amorim disse...

Sempre gostei de rosas s
de Santa Teresinha, e agora vêem-se cada vez menos.
Beijos.

Bichodeconta disse...

Linda a foto, a fazer lembrar a primavera anunciada..Um abraço, ell

Menina Marota disse...

Que sorte, que sorte! Receber assim uma preciosidade dessas! É o que se pode dizer uma preciosa prenda natalícia.

Espero que dê aqui um "cheirinho" da estória...

Um abraço carinhoso para ti e para a tua esposa Zaida, desejando a todos um FELZ 2008

a d´almeida nunes disse...

Pandora
Sem dúvida que as rosas de Sta Terezinha são encantadoras e florescem em grandes cachos cheios de vida.
Bj

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bichodeconta
Esta foto recente foi tirada a pretexto do conteúdo do texto do livro, mas, aproveitando a deixa, também, para mais uma vez, mostrar o tronco artístico da roseira.
Entretanto, a Primavera, agora, apresenta-se quando menos se espera, e várias vezes ao ano, nalguns casos! Tempos que correm!
Um abraço, Ell, que a vida lhe sorria/nos sorria. Afinal a razão de ser da nossa existência. Viver com alegria. Que forças é que nos desmotivam de vez em quando?
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Menina marota
É verdade, foi uma sorte ter encontrado um amigo assim. Segundo julgo saber, ele pretende tão somente que certos livros acabem por ir parar às mãos de quem os irá apreciar. Não vá acontecer que acabem no lixo.
Parece impossível mas há pessoas que são capazes de fazer isso...
Por mim já me pus a pensar no destino a dar aos meus livros, quando morrer... Penso ser um crime de lesa-pátria destruir obras literárias, sem que se pense um bocadinho que seja, no trabalho e dedicação dos seus autores.
Boa ideia. Porque não, publicar umas amostras desta obra, de vez em quando?
Um grande e amistoso abraço, de mim e da Zaida.
António