Estas flores, o lírio azul e a rosa branca, colhi-as eu, hoje, no meu jardim, com a minha máquina fotográfica.
Faz, portanto, amanhã, 150 anos que nasceu, em Leiria, no edifício "Pharmácia Paiva"...
Estive ontem, no Arquivo Distrital de Leiria, a rever documentos, muitos manuscritos, com muita poesia ao seu modo: repentista, lírica, bucólica, quantas vezes irónica e satírica...
Nalguns casos, consegue-se ler, com dificuldade, os seus múltiplos poemas, muitos no estado original e virgem, sem mais revisões, tal como saíram na altura.
Um desses poemas, em excerto, versa assim:
Versos de Tânger
Abril chuvoso em flor...de rosa e branco
Vestem agora todos os pomares.
Selo o cavalo, monto a trote franco
Corro Bubãna, atalhos e aduares.
Lírios azuis - os últimos - a graça,
A glória d´estes campos e planuras
Florescem d´entre a erva verde escassa,
Rosa, que todo o inverno foi securas.
...
Como é saudoso este morrer do dia,
E como é triste a voz do muezim,
Que saudade e que pranto que desfia
Como me atrista e me comove a mim!
(...)
( Escrito em Tânger
Provavelmente quando fez parte duma Legação de Portugal (talvez ligado às Alfândegas, que não consegui clarificar).
Corria a segunda década do século XX...
@as-nunes
2 comentários:
Tenho destes lírios azuis no meu jardinzinho...mas fotos assim é que não consigo tirar!
Não me lembrei deste "vizinho"...e tenho pena!
Abraço
Da beleza das fotos à insistência do poeta esquecido...
Há tanto por fazer, meu amigo...
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