Neste dia, estive a observar a tática da aranha a caçar: constrói meitulosamente, a teia, estratégica e dissimuladamente, num local que já sabe vai ser passagem obrigatória do maior número possível de insetos;
uma abelha ficou presa na teia invisível;
implacavelmente, a aranha envolveu a abelha, ainda viva, nos seus fios e amarrou-a completamente, até a boca lhe tapou, bem vi. Foi o preciso momento em que a abelha deixou de zumbir...
Ou seja, o toque final é o tapar a boca da abelha. A partir daí, a aranha tirou uns momentos de "férias" e voltou com toda a gana para sugar todo o invólucro em que a abelha ficou transformada...
E ainda estamos em Agosto!...
Já Guerra Junqueiro escrevia, no séc. XIX
(...)
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
(...)
Votar nestes pantomineiros?
NÃO.
@as-nunes
2 comentários:
Parece que o mal vem de longe e não está para nos largar.
Implacáveis, quais aranhas tecedeiras.
Lídia
Mas vai haver muita formiguinha que vai continuar a votar neles! Nos pantomineiros, claro!
Enviar um comentário