Dia 10 de Junho.Comemora-se hoje o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Foi num dia 10 de Junho, mais propriamente no dia 10 de Junho de 1580, que morreu o maior poeta português de sempre - Camões.
O seu nascimento terá ocorrido provavelmente em 1524 ou 1525 e foi o primeiro filho de Simão Vaz de Camões. Provavelmente terá estudado em Coimbra, não se pondo, no entanto, de parte, a hipótese de os seus estudos terem sido orientados pelo seu tio D. Bento de Camões, prior do Convento de Santa Cruz. Mais tarde Camões iria viver para Lisboa, para a corte de D. João III. Tendo-se envolvido em intrigas várias foi desterrado para o Alentejo. Mais tarde foi transferido para Ceuta. Foi aí que numa luta perdeu o olho direito. Regressado a Lisboa, pobre e sem amigos, ter-se-á envolvido numa luta com Gonçalo Borges, moço da casa real, tendo-o ferido gravemente. Isto deu-se num dia da procissão do Corpo de Deus, em 16 de Junho de 1552. Camões foi preso e só nove meses depois libertado pois Gonçalo Borges decidira perdoar-lhe. Camões embarca então para Goa na armada de Fernão Alvares Cabral. É durante esta viagem que Camões recolhe, provavelmente, as informações marítimas que lhe irão permitir escrever certas cenas de "Os Lusíadas". A maior parte desta obra foi escrita durante os 17 anos que Camões viveu na Ásia.
Conta a história que, tendo sofrido um naufrágio, Camões terá salvo o manuscrito de "Os Lusíadas" nadando só com um braço e mantendo a sua obra fora de água com o outro braço erguido. Terá sido neste naufrágio que morreu um dos seus grandes amores - Dinamene. Foi em sua homenagem que Camões escreveu um dos mais belos sonetos que no mundo existem:
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Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na Terra, sempre triste.
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Se lá no assento Etéreo onde subiste
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
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E se vires que pode merecer-te
Alguma coisa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
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Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te
Quão cedo de meus olhos te levou.
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Em 1567 Camões volta a Portugal começando, então, a envidar todos os esforços para publicar "Os Lusíadas". Finalmente, em 1571, é-lhe concedida licença régia, por D. Sebastião (a quem Camões dedica a obra), para a sua impressão e em 1572 é publicado. Foi, também, concedida a Camões uma pensão de 15.000 réis anuais, valor muito exíguo, mesmo para a época.
Camões morre pobremente, apenas acompanhado pela dedicação de um seu serviçal.
A obra de Camões foi bem mais feliz que o autor; venceu os séculos e é conhecida muito além fronteiras.
"Os Lusíadas levam a todos uma mensagem de esperança, na exaltação do que há de mais glorioso na história de um povo - a universalidade da sua cultura." (Domingos Mascarenhas in "Grandes Vidas Grandes Obras - biografias famosas", Selecções do Reader´s Digest, 1974.
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zamala