O 25 de Abril de1974 foi recebido pela maioria do Povo português com muito entusiasmo e rapidamente entramos em delírio pós-revolução. Julgávamos que tínhamos, a partir daquela data histórica, o mundo nas nossas mãos, que a militância em prol dos objectivos que constavam do MFA e da Constituição da República Portuguesa e posteriores alterações, seria fundamental para darmos o nosso contributo para a melhoria das condições de vida em Portugal.
Os factos, entretanto, vêm-nos mostrando que os caminhos seguidos pelos sucessivos Governos de Portugal não têm percorrido os melhores trilhos. E a desilusão está bem à vista.
De qualquer modo temos que ser capazes de inverter este rumo dos acontecimentos. Como?
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25 de Abril de 1974
Foi há 32 anos apenas que ocorreu a abertura daquilo que deveria permitir a rápida modernização e a tão necessária mudança da sociedade portuguesa.
Três décadas não são nada. Mas a verdade é que tão pouca coisa ainda mudou, na justiça, na saúde, na habitaçãosocial, nas políticas de juventudes, pouco melhoraram a economia e diminuiu a capacidade industrial, que tem sido desmembrada, erodida, em favor de grandes grupos europeus e internacionais. Que alternativas se dão hoje aos jovens, daquela que outrora foi a dita de «juventude salazarista» educada pelo regime de então?
Onde estão, ou como se criaram e constituíram nestes 30 anos esses espaços alternativos essenciais à educação e integração dos jovens e crianças. Quando os jovens hoje, ou os pais têm dinheiro para pagar o desporto, a educação, os tempos livres, ou, em alternativa, apenas dispõem das ruas para andar. Quando outrora, naquela mocidade portuguesa, eles estavam integrados e protegidos (com outros fins, é certo) mas onde muitos e muitos de nós que tivemos de frequentar a Mocidade Portuguesa por imposição, mas a verdade, é que, foi ali que aprendemos de tudo, a vela, natação, atletismo, hipismo, canoagem, campismo, aeromodelismo, pára-quedismo, e até a telegrafia, que nos era ministrada por radiotelegrafistas, ou das forças armadas, ou da legião, nem sei precisar. Hoje temos em todos os lugares, bairros e freguesias, grupos desportivos, clubes e sociedades culturais e recreativas, que, em alternativa económica, exploram tasquins, salas de pasto, e bares, espaços abertos, onde se promovem jogos de cartas, onde se vendem sandes de coiratos e as bebidas alcoólicas de todos os tipos e graus, incluindo os tabacos. Serão esses, espaços de outras culturas, onde se jogam matraquilhos e cartas. São nestes espaços ditos populares (apoiados pelas autarquias), as alternativas dos jovens contemporâneos deste mundo urbano, são esses os espaços que os jovens dispõem hoje, para se recrear e educar. Não são alternativa de nada, nem à escola, nem muitas vezes à família, degradada social e economicamente, o resultado, é o esperado. São o crescente desvio social e humano, os comportamentos de risco, as adições e outros perigos sociais, desviantes de desejáveis estilos de vida saudável.
Passaram apenas 32 anos do 25 de Abril de 1974. Temos ainda, um logo caminho a percorrer. Mas é na busca de possíveis soluções alternativas, que a AMRAD eleva esta data, apela e celebra hoje mais um aniversáriode um Abril melhor para todos.
Mariano Gonçalves CT1XI - Director da AMRAD
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Com associações como esta que vos foi apresentada através do texto acima as probabilidades de se formarem jovens e de se reciclarem homens já maduros, de modo a prestarem o seu necessário contributo ao progresso e desenvolvimento social, técnico e científco da nossa sociedade são múltiplas. Temos que convir que numa esmagadora maioria dos casos as nossas associações, ditas desportivas, recreativas e culturais, estão bem espelhadas na crónica escrita pelo Engº Mariano. Aconselho vivamente a consulta do site www.amrad.pt
Viva o 25 de Abril remoçado!
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asn