Quem se der ao trabalho de ler o Diário da República, pode constatar que as medidas, umas já objecto de legislação, outras só no campo da intenção, que o actual Governo de Portugal tem vindo a propalar aos sete ventos são muitas (aliás muitíssimas...) e variadas. No entanto, resutados práticos de curto prazo não se vêm nem se vislumbram ao fundo do túnel.
A médio e longo prazo, sinceramente, também não penso que se esteja no rumo correcto, por uma razão básica e fundamental. Está-se a partir do princípio dogmático que funcionário público, aquele que vive das rendas do Património do Estado (que, em teoria, deveríamos ser todos nós, Portugueses), tem direito a mais de 10 anos para se adaptar à grave crise orçamental e à má situação económica e financeira das empresas em geral. Veja-se a questão do acesso à reforma, das pensões chorudas que se continuam a distribuir como se o Fundo Social (digamos assim) fosse constituído por vários sacos com diferentes destinatários conforme a categoria da classe como cidadão de cada um de nós: de 1ª, de 2ª, de 3ª, de 4ª e assim por diante. Não pode ser! Se há que exigir sacrifícios para se recuperar este País do pântano em que está a caír, se há que se cortar na despesa pública, não se olhe sempre para os mesmos, ou seja, para os portugueses que não têm qualquer capacidade reivindicativa, os trabalhadores das empresas privadas, a maioria dos quais nem aumentos anuais têm há já varios anos e a quem se lhes tirou, dum momento para o outro, sem discussão, muitos das regalias sociais a que já tinham direito. E que dizer das pequenas e médias empresas, que nem sei como é que a maior parte delas ainda têm as portas (entre) abertas?
Será mesmo necessária uma revisão urgente da Constituição da República?
Ou não será, antes de mais, necessário e urgente, haver alguém neste País, com autoridade moral para conseguir convencer os Portugueses com vista ao estabelecimento de um Pacto de Salvação Nacional?
---asn
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