2006/10/27

O LIVRO e os BITS

Os actuais processos de armazenamento e transmissão do pensamento serão realmente fiáveis?
Quanta da informação que circula hoje na Internet perdurará? Por quanto tempo?
Não será de continuar a preservar a sabedoria humana transmitida de geração em geração, através do livro, muito especialmente quando estivermos na presença de trabalhos acabados (relativamente, que nunca será a mesma coisa que dizermos definitivamente, como bem o sabemos)? Não será o processo tipográfico e/ou os seus sucessores, em papel, a forma mais segura, mais fiável, de reproduzir e gravar a informação disponível num dado momento e que pretendemos torná-la perene?
Estas interrogações poderão parecer muito retrógradas face à evolução impressionante das novas tecnologias da informação, mas serão de facto? Quantas vezes já não fomos confrontados com a perda de fotografias gravadas digitalmente e de que, inesperadamente, apagamos ou perdemos, pura e simplesmente, os correspondentes ficheiros? E outros dados importantes, que estavam armazenados num computador, mesmo com cópia de segurança, quando esta (quantas vezes) também falha? Algum dia iremos conseguir substituir o livro?
Tem sido muito lento o processo evolutivo do livro, começando por constituir não mais que um compêndio de textos escritos (religiosos, leis) e que competiu penosamente durante séculos com as tradições orais, muito mais acessíveis a um maior número de indivíduos.
O livro foi e continua a ser o maior instrumento de progresso humano e provavelmente continuará a ser o mais humano processo de transmitir o pensamento.
O homem está a dar decisivos passos da sua história.
Nesta perspectiva, o livro será irremediavelmente abandonado e substituído pela tecnologia dos bits?
O Futuro quem o pode prever, com rigor?
Eu continuo a ver esse futuro com livros impressos com textos e imagens, que irão proporcionar o processo natural de transmissão do pensamento humano.

8 comentários:

Al Cardoso disse...

Isso mesmo penso eu, no se refere a assuntos mais do meu interesse tento tambem guardar essa informacao em papel e ate ultimamente em cd's e dv's. mas estamos sempre na eminencia de perder informacao preciosa.

Para ja e embora seja a favor das novas tecnologias, ainda acredito que um livro e uma boa forma de guardar-mos a informacao e as ideias.

Um abraco serrano.

a d´almeida nunes disse...

Olá al
Bom dia, um abraço Beirão.
Coincidências. Ainda hoje, logo pela manhã, ouvi na rádio, uma referência a alguém que se manifesta a favor do uso do papel na comunicação com o grande público, através de livros, jornais e revistas.
A questão começa a ser bastante complexa...já que as novas tecnologias são, de facto, muito aliciantes e extremamente eficientes em termos de comunicação. Não conseguem, é certo, alcançar ainda uma grande percentagem da população mundial, a sua faibilidade em termos de guarda e salvaguarda da informação ainda não está demonstrada, não sabemos se alterações do campo electromgnéico da terra não irá, pura e simplesmente, destruir a informação digital baseada no bit, claro há muitas interrogações (pelo menos eu coloco-as...).
Enfim, temos que estar atentos.

Anónimo disse...

Vim seguindo-lhe o rasto pelo comentário que deixou na minha "caverna".
Devo dizer-lhe que me soube muito bem ouvir esta musia que aqui se canta.
Estava a precisar acalmar... hoje não estou particularmente serena.

Bem haja

Tozé Franco disse...

Embora reconheça a importância da informática, não há nada que chegue a um livro ou aum jornal impresso.
Um abraço.

carlos ponte disse...

Já muitos, e há muito tempo, vaticinaram o fim do livro tal como o conhecemos, mas ele vai resistindo. Ou melhor: vai resistir! E continuará, estou certo. Por milhentas razões mais esta: o livro é, em minha opinião, claro, um dos objectos, ergonomicamente, melhor concebidos que conheço. Imagine ter de levar este pesado monitor que tenho à minha frente, o teclado e mais toda esta fiarada para o quarto de banho - sou daqueles que faz boas leituras nessa divisão da casa -, não era nada cómodo, não é verdade?
Amigo António, pelo menos eu e você não deixaremos que acabe!
Um abraço,
Carlos Ponte

Chanesco disse...

Amigo António

Esta sua reflecção tem toda a pertinência.
Sempre ouvi dizer que o livro é um amigo com quem partilhamos alguns bons momentos.
Não sei se o meio informático, com toda a sua frieza, alguma vez poderá substituir a cumplicidade que um livro proporciona.

Abraço e bom fim de semana

a d´almeida nunes disse...

Caro Carlos Ponte
Li o seu comentário no post daquela história dos Deputados que, depois de eleitos pelo nosso círculo eleitoral, não querem saber de nós para nada. A sapiência das cebecinhas deles é superior à nossa opinião. E quantas vezes nós não poderíamos dar um contributo válido para a resolução de problemas que afligem as gentes da nossa região!

Leticia Gabian disse...

ASN,
Não consigo conceber um futuro onde já não existam mais os livros.
O que me faz lembrar de um filme importantíssimo (cujo nome me foge no momento, por ter assistido a muito, muito tempo), sobre a sociedade num período futuro, onde os livros eram incinerados e terminantemente proibidos.(Que vergonha esquecer, mas sei que já o assistiu, certamente. Se souber, por favor, me diga).
Nós nos vimos hoje, lá no animado blog da Doce Pitanga.
Abracinho.