Nota prévia do editor:
Qual não é o meu espanto quando deparo com um texto que a minha querida irmã, Lourdes, me enviou para, se assim o entendesse, utilizar no contexto deste meu blog, disperso e com as portas abertas de par em par, a todas as colaborações que me queiram fazer a gentileza de enviar. Claro que vai ser publicado já de seguida, até porque eu sei que a Lourdes, apesar de dominar a ferramenta da internet e da informática na óptica do utilizador, não tem grande vocação para se meter nestas aventuras de editar blogues, sites e outras formas que tais. Aliás, para isso é que existem os editores. Para isso é que cá estamos nós, os editores da Internet, neste caso particular os bloguistas ou blogueiros ou "bloggers" (Tenho que pedir a opinião abalisada da minha outra irmã, a Belita, como nós a tratamos carinhosamente, que até é docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra - tenho a impressão que até já se doutorou recentemente ou que tal estará para acontecer nos próximos, muito próximos, tempos).
Pretensão a minha; Editor.
Perdoai-me, Senhor, que não saberei o que estou a dizer!...
Pretensão a minha; Editor.
Perdoai-me, Senhor, que não saberei o que estou a dizer!...
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Casal de Ribafeita e as minhas memórias...
A disciplina de Expressão Musical constituía um módulo do curso de Animação Sociocultural que concluí na Escola Superior de Educação Jean Piaget de Viseu, em 2003/05. Numa das primeiras aulas deste módulo, o professor pediu-nos que representássemos através de uma composição gráfica uma ideia que transmitisse a nossa relação, passada ou presente, com a música.
Esta proposta trouxe-me imediatamente à memória os sons da minha infância: a minha mãe a cantar, o meu pai que assobiava enquanto se entretinha em qualquer arranjo da casa, os pregões dos vendedores de castanhas e dos gelados, a música dos saltimbancos que de vez em quando encontrava a caminho da minha escola primária, as cantigas de roda (giroflé, giroflá...), os ensaios do coro da catequese ao som de um órgão secular na Sé de Viseu, os cânticos religiosos em latim, na Sé, que desde sempre me fascinaram. Os verões da minha meninice passados em casa da minha avó paterna, em Casal de Ribafeita, aldeia dos meus pais, eram igualmente cheios de sons e de música. Os sons ligados ao trabalho rural, os amanhos da terra, as colheitas, as debulhas e seus cantares, o som dos manguais, do chiar dos carros de bois, da água a correr nos riachos, do chilrear das aves, do cuco, ao qual perguntávamos em cantilena: "cuco da ramaleira, quantos anos vou ficar solteira?". Depois, na festa anual, 1º Domingo de Agosto, a banda da aldeia com pompa e circunstância, os bailes, ainda em roda e ao som de uma gaita de beiços, enfim sons mágicos que povoaram a minha imaginação de criança, e que naquele momento revivi, fragmentos misturados aos fragmentos das minhas histórias de vida.
Anos felizes, anos dourados, os da minha infância, protegida e acarinhada por pais maravilhosos (Daniel e Encarnação) que ainda hoje tenho a felicidade de ver com saúde e cheios de energia nos seus oitenta e dois anos.
lourdesantos Covilhã, Abril de 2006
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Obrigado Lourdes, pelas recordações, longínquoas é certo, mas tão belas e doces que até as lágrimas me chegam aos olhos!...
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asn
asn
1 comentário:
Lourdes
Já estive vai não vai para te telefonar. Mas o tempo (esse eterno desculpabilizador!, a espera que mandasses outro e-mal ou que colocasses aqui uma notazita tua, que a Belita desse pela nossa presença neste blog perdido na imensidão do espaço digital e global e infinito e que anda por aí quase sem se dar por ele (quanta informação! Mesmo assim, quanta gente completamente a leste do qe se passa na cabeça das pessoas e no próprio Mundo em que vivem ou vegetam (quantos????), o tempo vai rodando...
Amanhã é o Dia da Mãe.
A ver se me lembro de telefonar à "Miquinhas"!...
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