(É de se recordar
a História da II Guerra Mundial)
as-nunes ... entretanto......
Presidente alemão disponível para indemnizar a Grécia
MARIANA ADAM
mariana.adam@economico.pt
Joachim Gauck admitiu pagar as indemnizações reclamadas pela Grécia a Berlim pela ocupação nazi.
O chefe de Estado alemão tem poucas funções executivas, mas estas declarações podem reabrir o debate sobre a indemnização histórica exigida pela Grécia, no âmbito da renegociação do pedido de resgate internacional, e rejeitado liminarmente pelo governo de Angela Merkel.
"A coisa certa a fazer por um país consciente da sua história, como o nosso se incomoda, é considerar que possibilidades haverá de pagar as indemnizações", afirmou o presidente alemão numa entrevista ao Süddeutsche Zeitungque será publicada sábado, citado pela Bloomberg.
O presidente alemão pediu consciência histórica e sentido de responsabilidade pelos crimes de Hittler. "Não somos apenas um povo que vive nos dias de hoje, somos também os descendentes daqueles que deixaram para trás um trilho de destruição na Europa" durante a segunda guerra conflito mundial, "na Grécia, entre outros locais", acrescentou Joachim Gauck.
O governo de Tsipras pediu 278,7 mil milhões de euros à Alemanha, o seu maior credor, pelos danos causados durante a ocupação nazi.
Fotografada duma janela de minha casa com um distância focal 450 mm.
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Chove, não chove
tempo sombrio ventoso
olho pela janela do escritório
pingos de chuva na vidraça
rosas brancas eternas pequeninas agora frágeis expressivas horizonte cinza metalizado fotografo o momento foco-me nas rosas...
Voltei à fala com o snr. Pereira/encadernador - Leiria a pretexto do favor que me fez de encadernar mais um livro antigo (por sinal propriedade da minha irmã Lourdes, um livro de valor sentimental, em francês, "Les Amusements de la Science" de Savigny.
Em sociedade com o Sr. Florindo Simões, têm sido os melhores encadernadores de Leiria e, talvez, de todo o país. Na atualidade serão os últimos resistentes desta arte imperdível e ancestral. O trabalho de gravação em ouro ainda é (penso que ainda é, dada idade avançada) da arte do sr. Florindo.
E voltei a receber mais uma lição da arte de bem encadernar, como mandam as antigas e manuais artes de que Leiria tanto se pode vangloriar, a par com a arte da Tipografia.
Esta peça/ferramenta é um ferro de gravura (de canto). A gravação em ouro é feita com este ferro previamente aquecido ao fogo direto.
Este é o componedor. Funciona como suporte para se fazerem ligeiras composições com carateres e gravuras em zinco.
Por curiosidade observe-se o símbolo heráldico da freguesia de Leiria. Nele se pode ver um componedor nas garras duma águia. Na outra garra (à sinistra) leva uma almofada de tinta, tudo de ouro, simbolizando as Artes Gráficas.
Mais ferros de gravura. De notar a particularidade dos chamados ferros de roleta que permitiam fazer gravações manuais de enfeites para as capas dos livros.
Neste conjunto podem observar-se carateres alfabéticos, em baixo. Na parte superior veem-se as chamadas vinhetas. Era feita a montagem no componedor para de seguida se gravar a quente.
Em 2000? Andava o Largo da Sé de Leiria, em obras... Pinos com fartura!... Ainda lá morávamos, na casa dos Paiva. O banco, que tenho andado a mostrar, seria colocado pouco tempo depois... (ver neste link)
Subi à Sra. do Monte e à Serra da Maúnça - Leiria (Portugal), tinha vontade de observar as vistas panorâmicas à volta desta área da cordilheira das Serras d´Aire e Candeeiros. Pelo caminho fotografei um painel de azulejos alusivos à N. Sra. da Oliveira (por sinal que também leva a Fátima). Dá-se o caso, também, que N. Sra. da Oliveira é a padroeira referenciada no Solar do General Oliveira Simões, na Barreira. http://dispersamente.blogspot.pt/…/General%20Oliveira%20Sim…
Joaquim Jorge depois de uma primeira tentativa gorada, António Costa ainda não era líder do PS, conseguiu finalmente assegurar a vinda de António Costa ao Clube dos Pensadores.
A sua presença está confirmada para o dia 30 de Março, segunda-feira, pelas 21h30 no Hotel Holiday Inn. Este será o 90.º debate. Deste modo, excepcionalmente, o Clube faz novo debate, neste mês de Março, para receber António Costa, pois recentemente festejou o seu 9.ºaniversário com Miguel Cadilhe.
Estará presente Orlando Gaspar, socialista histórico.
Joaquim Jorge ao agradecer por SMS, a sua presença, e de ter tomado a iniciativa do contacto para agendamento.
António Costa respondeu também por SMS : «um dia havia de ser... Eu é que agradeço o convite e a persistência». Ler mais aqui
Oe meus dois livros do momento:
Samuel Maia - mudança d´ares - 1916
"Mestre Aquilino. A Caça e uma Gaita que Assobia"... O primeiro, já referido no "post" anteior, depois de dvidamente encadernado.
O Snr. Costa, que me recebeu na sua Encadernadora (Floriano & Costa, Lda.naRua Dr. António da Costa Santos Nº37 - Leiria), talvez a mais antiga de Leiria, que está em vias de extinção, quando lhe levei o livro abaixo, para me fazer o favor de encadernar, se possível até ao dia 12 de Março de 2015. O autor deste livro, Dr. Samuel Maia, é da nossa (do meu pai e também a minha) terra - Casal - Ribafeita - Viseu e a sua publicação é do ano de 1916. O meu pai vai fazer 91 anos e o livro tem 99. É de certo uma lembrança que o meu pai vai apreciar...
Peças (´camarões`) usadas para as gravuras nas lombadas dos livros depois de encadernados.
Carateres tipográficos em zinco.
Guilhotina manual. Uma ferramenta muito útil para os trabalhos que requeriam muito cuidado artístico. Afirmou, perentório, o Snr. Costa.
Os sócios de Florindo & Costa, Lda., talvez os melhores artistas na encadernação de livros, Diários da República/Governo, Processos de advogados e solicitadores e outros trabalhos encomendados pelas Tipografias, que também já estão em fase de extinção. A última, em Leiria, é de Carlos Silva, no Largo Sé/Rua da Vitória, um grande e velho amigo.
Um domingo soalheiro. Ainda é inverno. Mas parece primavera. É ela a querer mostrar-se para nos animar, com certeza.
Eu e a Zaida levámos a D. Eva Paiva, que há dias fez 96 anos, a passear, que só assim é que ela se apercebe da vida real à sua volta. E como fica deslumbrada com o que vê, apesar das "cataratas"!
Já só consegue deslocar-se de cadeira de rodas, apesar de não estar acamada. Está lúcida e diz que ainda vai chegar aos 100 anos, "que não sente a morte..." Está linda e sabe-o, por isso é muito "peneirenta", gosta muito de se arranjar, também muito incentivada pela filha, a Zaida.
Tirei-lhe várias fotografias e aproveitei para captar mais uns momentos, sempre incríveis, do ar da Nazaré.
E fiz este vídeo. Técnica básica, mas que, mesmo assim, requer muito trabalho... Faço-o por gosto, para mostrar as minhas fotografias, para que fique o registo daqueles momentos...
Espero que gostem... -
Mãe Eva e a filha, Zaida Paiva Nunes. E a Tina, ao colo.
Eva Paiva, 96 anos, na Nazaré, ao lanche: um sumo de laranja natural e uma tosta mista.
A verdade é que este Quercus robur já não fica propriamente na Rua Ramalho Ortigão, que foi alterada e praticamente inutilizada por causa das obras do IC36 (rotunda Cortes/A1/A8/A17/A19).
Mais sobre o tema da Rua Ramalho Ortigão - Leiria. (link)
Aqui se pode ver um pequeno vídeo com uma sinopse do que foi o Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia, em Abril de 1498.
Em 7 de Maio de 1898 publicou Olavo Bilac este livro/Poemeto.
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"Acreditavam os antigos celtas,
do Guadiana espalhados até
a costa, que, no templo circular
do Promontório Sacro, se reuniam
à noite os deuses, em misteriosas
conversas com esse mar cheio
de enganos e tentações."
OL. MARTINS. - Hist.
de Portugal.
Sagres
"Acreditavam os antigos celtas,
do Guadiana espalhados até
a costa, que, no templo circular
do Promontório Sacro, se reuniam
à noite os deuses, em misteriosas
conversas com esse mar cheio
de enganos e tentações."
OL. MARTINS. -Hist. de
Portugal.
Em Sagres. Ao tufão, que se desencadeia,
A água negra, em cachões, se precipita, a uivar;
Retorcem-se gemendo os zimbros sobre a areia.
E, impassível, opondo ao mar o vulto enorme,
Sob as trevas do céu, pelas trevas do mar,
Berço de um mundo novo, o promontório dorme.
Só, na trágica noite e no sítio medonho,
Inquieto como o mar sentindo o coração,
Mais largo do que o mar sentindo o próprio sonho,
- Só, aferrando os pés sobre um penhasco a pique,
Sorvendo a ventania e espiando a escuridão,
Queda, como um fantasma, o Infante Dom Henrique...
Casto, fugindo o amor, atravessa a existência
Imune de paixões, sem um grito sequer
Na carne adormecida em plena adolescência;
E nunca aproximou da face envelhecida
O nectário da flor, a boca da mulher,
Nada do que perfuma o deserto da vida.
Forte, em Ceuta, ao clamor dos pífanos de guerra,
Entre as mesnadas (quando a matança sem dó
Dizimava a moirama e estremecia a terra),
Viram-no levantar, imortal e brilhante,
Entre os raios do sol, entre as nuvens do pó,
A alma de Portugal no aceiro do montante.
Em Tanger, na jornada atroz do desbarato,
- Duro, ensopando os pés em sangue português,
Empedrado na teima e no orgulho insensato,
Calmo, na confusão do horrendo desenlace,
- Vira partir o irmão para as prisões de Fez,
Sem um tremor na voz, sem um tremor na face.
É que o Sonho lhe traz dentro de um pensamento
A alma toda cativa. A alma de um sonhador
Guarda em si mesma a terra, o mar, o firmamento,
E, cerrada de todo à inspiração de fora,
Vive como um vulcão, cujo fogo interior
A si mesmo imortal se nutre e se devora.
"Terras da Fantasia! Ilhas Afortunadas,
Virgens, sob a meiguice e a limpidez do céu,
Como ninfas, à flor das águas remansadas!
- Pondo o rumo das naus contra a noite horrorosa
Quem sondara esse abismo e rompera esse véu,
Ó sonho de Platão, Atlântida formosa!
Mar tenebroso! aqui recebes, porventura,
A síncope da vida, a agonia da luz?.
Começa o Caos aqui, na orla da praia escura?
E a mortalha do mundo a bruma que te veste?
Mas não! por trás da bruma, erguendo ao sol a Cruz,
Vós sorrides ao sol, Terras Cristãs do Preste!
Promontório Sagrado! Aos teus pés, amoroso,
Chora o monstro... Aos teus pés, todo o grande poder,
Toda a força se esvai do oceano Tenebroso...
Que ansiedade lhe agita os flancos? Que segredo,
Que palavras confia essa boca, a gemer,
Entre beijos de espuma, à algidez do rochedo?
Que montanhas mordeu, no seu furor sagrado?
Que rios, através de selvas e areais,
Vieram nele encontrar um túmulo ignorado?
De onde vem ele? ao sol de que remotas plagas
Borbulhou e dormiu? que cidades reais
Embalou no regaço azul de suas vagas?
Se tudo é morte além, - em que deserto horrendo,
Em que ninho de treva os astros vão dormir?
Em que solidão o sol sepulta-se, morrendo?
Se tudo é morte além, por que, a sofrer sem calma,
Erguendo os braços no ar, havemos de sentir
Estas aspirações, como asas dentro da alma?"
E, torturado e só, sobre o penhasco a pique,
Com os olhos febris furando a escuridão,
Queda como um fantasma o Infante Dom Henrique...
Entre os zimbros e a névoa, entre o vento e a salsugem,
A voz incompreendida, a voz da Tentação
Canta ao surdo bater dos macaréus que rugem:
'Ao largo, Ousado! o segredo
Espera, com ansiedade,
Alguém privado de medo
E provido de vontade...
Verás destes mares largos
Dissipar-se a cerração!
Aguça os teus olhos, Argos:
Tomará corpo a visão...
Sonha, afastado da guerra,
De tudo! - em tua fraqueza,
Tu, dessa ponta de terra,
Dominas a natureza!
Na escuridão que te cinge,
Édipo! com altivez,
No olhar da líquida esfinge
O olhar mergulhas, e lês...
Tu que, casto, entre os teus sábios,
Murchando a flor dos teus dias,
Sobre mapas e astrolábios
Encaneces e porfias;
Tu, buscando o oceano infindo,
Tu, apartado dos teus,
(Para, dos homens fugindo,
Ficar mais perto de Deus);
Tu, no agro templo de Sagres,
Ninho das naves esbeltas,
Reproduzes os milagres
Da idade escura dos celtas:
Vê como a noite está cheia
De vagas sombras... Aqui,
Deuses pisaram a areia,
Hoje pisada por ti.
E, como eles poderoso,
Tu, mortal, tu, pequenino,
Vences o mar Tenebroso,
Ficas senhor do Destino!
Já, enfunadas as velas,
Como asas a palpitar,
Espalham-se as caravelas
Aves tontas pelo mar...
Nessas tábuas oscilantes,
Sob essas asas abertas,
A alma dos teus navegantes
Povoa as águas desertas.
Já, do fundo mar vário,
Surgem as ilhas, assim
Como as contas de um rosário
Soltas nas águas sem fim.
Já, como cestas de flores,
Que o mar de leve balança,
Abrem-se ao sol os Açores
Verdes, da cor da esperança.
Vencida a ponta encantada
Do Bojador, teus heróis
Pisam a África, abrasada
Pela inclemência dos sóis.
Não basta! Avante!
Tu, morto
Em breve, tu, recolhido
Em calma, ao último porto,
- Porto da paz e do olvido,
Não verás, com o olhar em chama,
Abrir-se, no oceano azul,
O vôo das naus do Gama,
De rostros feitos ao sul...
Que importa? Vivo e ofegando
No ofego das velas soltas,
Teu sonho estará cantando
À flor das águas revoltas.
Vencido, o peito arquejante.
Levantado em furacões,
Cheia a boca e regougante
De escuma e de imprecações,
Rasgando, em fúria, às unhadas
O peito, e contra os escolhos
Golfando, em flamas iradas,
Os relâmpagos dos olhos,
Louco, ululante, e impotente
Como um verme, - Adamastor
Verá pela tua gente
Galgado o cabo do Horror!
Como o reflexo de um astro,
Cintila e a frota abençoa
No tope de cada mastro
O Santelmo de Lisboa.
E alta já, de Moçambique
A Calicut, a brilhar,
Olha, Infante Dom Henrique!
- Passou a Esfera Armilar...
Fartar! como um santuário
Zeloso de seu tesouro,
Que, ao toque de um temerário,
Largas abre as portas de ouro,
- Eis as terras feiticeiras
Abertas... Da água através,
Deslizem fustas ligeiras,
Corram ávidas galés!
Aí vão, oprimindo o oceano,
Toda a prata que fascina,
Todo o marfim africano,
Todas as sedas da China...
Fartar!... Do seio fecundo
Do Oriente abrasado em luz,
Derramem-se sobre o mundo
As pedrarias de Ormuz!
Sonha, - afastado da guerra,
Infante!... Em tua fraqueza,
Tu, dessa ponta de terra,
Dominas a natureza!..."
Longa e cálida, assim, fala a voz da Sereia...
Longe, um roxo clarão rompe o noturno véu.
Doce agora, ameigando os zimbros sobre a areia,
Passa o vento. Sorri palidamente o dia...
E súbito, como um tabernáculo, o céu
Entre faixas de prata e púrpura irradia...
Tênue, a Princípio, sobre as pérolas da espuma,
Dança torvelinhando a chuva de ouro. Além,
Invadida do fogo, arde e palpita a bruma,
Numa cintilação de nácar e ametistas...
E o olhar do Infante vê, na água que vai e vem,
Desenrolar-se vivo o drama das Conquistas.
Todo o oceano referve, incendido em diamantes,
Desmanchado em rubis. Galeões descomunais,
Crespas selvas sem fim de mastros deslumbrantes,
Continentes de fogo, ilhas resplandecendo,
Costas de âmbar, parcéis de aljofres e corais,
- Surgem, redemoinhando e desaparecendo...
É o dia! - A bruma foge. Iluminam-se as grutas.
Dissipam-se as visões... O Infante, a meditar,
Como um fantasma, segue entre as rochas abruptas.
E impassível, opondo ao mar o vulto enorme,
Fim de um mundo sondando o deserto do mar,
- Berço de um mundo novo - o promontório dorme.